Gosto da forma como o Bahia vem contratando jogadores, gosto do jeito como as coisas estão sendo conduzidas, principalmente, no tocante ao teto salarial com política de “pés no chão”. Não adianta comer peixe de segunda e querer arrotar caviar, não combina. O Bahia amarga as consequências funestas de um passado recente em que a incompetência o tratou como tratava em Política partidária — e aí eu não falo de culpa isolada, falo de culpados — enfiando caprichos, vaidades e fisiologismo goela abaixo do clube e o resultado está aí para todos verem: Segunda Divisão…
E é assim, sob domínio da Segunda Divisão, que o presidente do clube tem de pensá-lo, pois pegou um abacaxi pra descascar por escolha própria e agora terá de transformar esse abacaxi em uma boa “torta”. Se trabalhar certo, com transparência — não com aquela transparência de retórica sem atitudes –, sem protecionismos e nem barganhas, eu não terei nenhuma dúvida do sucesso do SantAna e seus pares no comando do clube.
Tomara que essas pessoas que estão à frente do E.C.Bahia cumpram de forma exemplar e singular os seus mandatos e me abstenham das críticas e cobranças. O meu desejo é ver um Bahia forte e com objetivo definido por um bom planejamento. A casa de Noca não pode ser repetida. Passou, embora deixando um rastro de estragos bem ao estilo de uma tribo composta somente por caciques, onde a indolência dá as cartas.
Humildade é a chave do sucesso, sem isto o homem sucumbe às próprias tentativas. O Homem, quer por orgulho, quer por fraqueza, sua própria inteligência por vezes o transforma em joguete de ilusão. Ele amontoa sistema sobre sistema e a cada dia constata quantos erros são tomados como verdades e quantas verdades repelidas como erros. Isto causa outras tantas decepções para seu orgulho. Aquilo que decidimos abraçar, devemos abraçar com a convicção do objetivo que vislumbramos no início da caminhada. Não devemos mudar de objetivo só porque no caminho as tentações se tornam irresistíveis. Fica a dica!
TIME EM CAMPO
Começou bem a temporada, ponto para a diretoria que trouxe pra cá um amistoso de nível Premier League. Ainda que o Shakhtar não seja uma estrela brilhante, está entre as estrelas que brilham. Melhor ainda foi ganhar, porque isto traz a confiança de volta e uma possível rentrée numa fase em que perder na Fonte Nova era quase impossível. Domingo haverá jogo pelo Campeonato Baiano e a primeira pedra no caminho será o Vitória da Conquista, vamos ver qual será o comportamento do time no seu primeiro jogo oficial de 2015.
Em maio, quando começa a Segundona, o time tem de estar pronto e sem a necessidade de contratações em cima da hora. Sérgio Soares é um excelente treinador — digo isto desde que ele apareceu no Campeonato Paulista — e sabe onde quer chegar e como fazer para chegar. É um treinador que sabe manter o grupo unido, é altivo sem ser carrasco, trabalhador e conhecedor do que faz. Se não está entre os chamados técnicos de ponta é porque no Brasil ainda existem tabus que estigmatizam as pessoas em certas funções — mas isto é assunto para uma outra abordagem.
BASE DE FORMAÇÃO
A Copa São Paulo é um campeonato eliminatório e isto impede, às vezes, que um bom time chegue na cabeceira porque um vacilo pode significar uma desclassificação. Aconteceu com o Bahia. Isto, entretanto, não quer dizer que a Copa São Paulo foi negativa para o Tricolor, pelo contrário, mostrou que a Base de Formação pode ser definitivamente o celeiro que fará do Tricolor um clube saneado e ganhador em campo. A moçada que entrou no amistoso internacional deu um show de bola, principalmente o Zé Roberto, que me deixou impressionado pela sua personalidade.
É aí que entra Sérgio Soares com a sua filosofia optante pelas divisões de base, ele não tem medo de lançar a turma de “baixo” porque foi assim que ele se fez notar quando treinava times menores em São Paulo. Aqui ele fará a mescla certa e podem apostar que o Bahia não fará feio neste ano se mantiver essa filosofia de administrar a realidade dentro e fora de campo.
O Cruzeiro de Belo Horizonte é um exemplo disso, todas as vezes que foi em busca de formar seus times na Base se deu bem. Isso desde a época de Dirceu Lopes, Piazza, Zé Carlos, Natal, Tostão etc. etc. e mais recentemente com um grupo que durou 3 anos e levou-o ao bicampeonato brasileiro. Desmanchou agora pela metade, precisava fazer caixa. Mas outra safra está surgindo e com o técnico que tem — contemporâneo de Sérgio Soares — formará mais um time para disputar o tri brasileiro seguido.
É isso aí, é uma questão de pés no chão e trabalho com responsabilidade. O resto é conto de bruxa pra fazer coruja dormir. Futebol brasileiro é rico pela sua própria natureza, a pobreza está na mentalidade do dirigente, que para o bem da verdade, começa a dar sinais de renovação. Deus ajude!
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