é goleada tricolor na internet
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Publicada em 2 de abril de 2009 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Pelo menos estamos no caminho

Um tobogã. É assim o humor do torcedor na relação com seu time. Se esse time vai bem, o treinador é o melhor do mundo e os jogadores idem. Mas se esse time claudica, um pouco que seja, nada mais presta e o técnico outrora elogiado passa de ídolo à burro, e todo o restante do grupo passa a não ser bom, torna-se carente de reposição ao ponto das sugestões estapafúrdias tipo Túlio Maravilha, e sugerem até repetecos que já abusaram de tanto passar por aqui. Se os clubes tivessem que satisfazer a torcida, teriam que trocar de treinador a cada fase de declínio técnico causado pelas maratonas, o que convenhamos, seria o supra-sumo da incoerência.

O Bahia começou o campeonato tropeçando em Itabuna e a torcida ficou com um pé atrás. Nos jogos seguintes vieram as vitórias e a torcida entrou em estado de graça, achando que o time era imbatível. A partir dali a próxima façanha do tricolor foi ganhar do Vitória (na verdade ratificou a freguesia) dentro dos seus domínios, o que só fez confirmar a boa fase, principalmente no novo Pituaçu, onde, diga-se, jamais perdeu, e a torcida embalou de vez…

Como a campanha estava indo bem, com tudo muito bem calculado, e contabilizando-se um jogo a menos que os demais concorrentes, Gallo resolveu poupar contra o Colo-Colo e o resultado tirou a paz da torcida e a dele também. Na verdade, o Bahia perdeu quando podia perder, porém empatou quando não deveria empatar, salvando-se aí, devido às circunstâncias, o empate com o Vitória que teve um sabor de triunfo. Mas daí até achar que o treinador inventa e que não tem o perfil que o Bahia precisa é um pouco demais. O Bahia está em boas mãos com a sua comissão técnica e tem um diretor competente no comando do futebol.

De certa forma o Tricolor está administrando bem a competição. Claro, agora já bem mais manjado pelos seus adversários que usam táticas para arrancar empates e, se possível, ganhar de 1 a 0 em lances fortuitos e de preferência no final das partidas. O Tricolor está classificado e dependendo apenas do seu esforço e da sua qualidade técnica para seguir adiante, qualidade essa que acho de razoável pra boa.

O que o torcedor precisa entender é que o time foi formado de uma hora para outra e nem pré-temporada existiu devido à exigüidade do tempo. Fazer time em pleno andamento de uma competição me parece um tanto complicado e trabalhoso, além de ser necessário um treinador que saiba agrupar o elenco para tê-lo em mãos. Qualidade esta inerente ao atual treinador tricolor.

Na verdade a maior busca desse projeto tricolor nem é o campeonato baiano, mas sim a saída da Segunda Divisão, o mais cristalino divisor de águas entre o céu e o inferno. Isto mesmo, ou sobe ou desce, ou fica onde está. O que prefere o torcedor? Claro subir à Série A. Mas para subir precisa esquecer o passado e trabalhar o presente, e isto as novas diretoria e comissão técnica, respectivamente, estão fazendo sem iludir o torcedor e visando o objetivo planejado que é colocar o Bahia de volta ao seu lugar no cenário Nacional.

O que eu estou querendo argüir é que a torcida se conscientize das dificuldades que existem ainda no Bahia, onde se mata um leão por dia, onde se joga contra os interesses de muita gente, onde almas penadas ainda ficam de fora mandando certos diabinhos tumultuar o ambiente. Pensam que não sei? Sei, sim senhor! Até tomo a liberdade de mostrar para o leitor a minha linha de pensamento desde que comecei aqui como colunista, fazendo o meu papel da melhor forma que sei, sempre chamando a atenção para o que em parte já até acontece. Os dois próximos tópicos, abaixo, estão na coluna “Novos tempos” que escrevi em início de 2006.

“Não é concebível que um clube duas vezes campeão brasileiro esteja afundado na terceira divisão. Olhem que somos a maior torcida do Norte e Nordeste. Em 2004 o Bahia foi o campeão de público e renda, não obstante estarmos à época na segunda divisão. Mas podemos mudar, deveremos mudar. Desde que a gerência do negócio não seja da vaidade. Desde que as ações não sejam apenas de retórica”.

“Haveremos de sair desse estado letárgico via renovação e com uma profunda mexida no sistema. Isso passa por necessárias mudanças nos princípios culturais e éticos da imprensa e dos dirigentes. A mobilização do torcedor haverá de acontecer em todos os níveis, ele é o alvo natural do processo de mudança e a sua participação é vital. Por que não se formar núcleos independentes em todas camadas da torcida? Talvez seja esse o melhor caminho para uma conscientização massificada”. (31/01/2006)

Eu penso que estamos quase atingindo esse estágio positivo. Pelo menos estamos no caminho, e a consciência da torcida mudou da água pro vinho. Quem deveria perder espaços perdeu por pura negligência com o Bahia. Agora o tempo é outro e não adianta querer tumultuar o ambiente tricolor porque a torcida já sabe o que quer e como quer que o Bahia seja doravante.

A propósito, presidente Marcelo, faça valer as suas promessas quando assumiu a presidência do clube, não deixe que a desconfiança comece a bater à porta do sofrido, e ávido por mudanças estruturais, torcedor tricolor. Se está difícil certas ações devido às prioridades que reclamam prioridade (desculpe-me pelo trocadilho redundante), venha à público e satisfaça os anseios da torcida com explicações seguras, e ela o entenderá. Você está com a maioria da torcida ao seu lado, conserve-a.

xxx

Ainda na coluna “Novos tempos” descontraí um pouco, ao brincar de Millôr Fernandes, que aqui pra nós, leio por modismo desde as antigas, mas não o compreendo muito, não. O cara escreve parecendo um maluco beleza, as suas caricaturas então…! Em algumas vezes eu o entendo, mas em outras a minha inteligência torna-se muito aquém da genialidade dele.

“Vamos então conjugar o verbo cavar, só pra encerrar. Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam. Não é bonito, mas é muito profundo”.

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