Parece que a palavra de ordem dos dois times que se enfrentarão neste domingo é: acalmar os ânimos. O Bahia, por um ato isolado envolvendo Souza e seu bafafá. O Inter, por todo o estresse causado após as declarações de Fernandão ao término do último jogo.
Da parte do Esquadrão, a questão é individual e pode muito bem se resolver como se nem tivesse ocorrido. Depende de Souza, do quanto ele conseguirá colocar sua cabeça no lugar e seu coração em campo (não quero, obviamente, entrar no mérito da questão em si e realizar qualquer julgamento quanto ao ocorrido).
Do lado do Inter, o problema é coletivo. Ainda que centralizado na figura do treinador Fernandão, todo o elenco sofre com o momento colorado. Na minha opinião, o posicionamento de Fernandão não procede.
Sua queixa em relação à postura dos jogadores, de não se empenharem o quanto deviam, não é um problema recente. Há muito que os jogadores jogam apenas quando querem. Há muito que o grupo é regido pelo próprio grupo, comandado por suas estrelas, ficando o treinador renegado a segundo plano, atuando em caráter de queda de braço, quase sempre vencida pelo elenco.
Aliás, a (demasiadamente) forte liderança por parte de um grupo de jogadores no Beira-Rio vem desde os tempos em que Fernandão atuava dentro das quatro linhas. O título de campeão do mundo de 2006 mexeu desde então com as estruturas do vestiário colorado.
O que não entendo é que recentemente, quando Fernandão já era diretor de futebol de Dorival e certamente ciente do problema, não houve nenhum discurso ou qualquer atitude semelhante por parte do agora treinador. Que só agiu ao receber o convite da diretoria para assumir o lugar de Dorival.
Então ,o erro maior é este: um treinador inventado pela diretoria, que tenta mexer no vespeiro que até então ninguém havia conseguido tocar, às custas de, como treinador, ter que provar ter qualidade para comandar um elenco tão cheio de recursos, como o do Inter. E que, até o momento, não o conseguiu. Talvez pela (ainda) falta de competência, talvez pela falta de empenho dos jogadores, talvez por ambos.
O que se sabe até o momento é que Fernandão e o grupo trabalham sob muita suspeita. Durante a semana, o meia Dátolo (reserva) já se indispôs em um treinamento, e foi afastado.
Quanto à proposta de jogo, Fernandão logo ao assumir resolveu o problema do sistema defensivo. Iniciou seu trabalho jogando em um 4-4-2 com o meio em losango, mas logo passou ao 4-2-3-1.
Ofensivamente, a ausência de Oscar pesa. Forlán tem nome mais que suficiente para fazer a diferença. Por enquanto, porém, tem jogado apenas no nome. Quem atua na posição quer era de Oscar é Fred, um garoto que veio da base e tem demonstrado grande potencial.
Obviamente, ainda muito distante do momento em que Oscar já vivia ao deixar o elenco. Fernandão tenta implantar o estilo gaúcho, aguerrido, marcando em bloco e pressionando o adversário. Certamente (ainda mais depois do “xixi” público) podemos aguardar por esta postura amanhã.
Estou “curiosa” para ver o jogo no domingo. Entendo que Souza “tira de letra” e deixa o dele, só de raiva. Quanto ao Inter, depois dessa bronca, saberemos como será o restante da temporada, se alavanca ou desanda de vez. É difícil qualquer prognóstico. Quando os jogadores são cutucados, como o foram, tudo pode acontecer. Inclusive, com o tiro saindo pela culatra. Mas o cenário é favorável ao tricolor: Jorginho tem o grupo nas mãos, com o time encaixado e jogando pra frente.
Quem (sobre)viver, verá.
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