Fiquei pensando ao assistir à coletiva de Rogério Ceni após o jogo contra o Palmeiras, se haveria como traduzir a expressão de nosso comandante diante do paredão de jornalistas e suas perguntas. Cheguei à conclusão de que, se houvesse, não existiria expressão melhor do que “onde é que eu fui me meter”?
Ceni e o Bahia estão sendo vítimas do próprio sucesso. É evidente, se compararmos os elencos, que o tricolor está fazendo uma campanha além de suas próprias forças. Somos um time recém estruturado, com um elenco modesto (em quantidade e em qualidade) e com lacunas, mas que tem uma carta na manga, um meio campo primoroso que entrega um futebol acima da média do campeonato brasileiro, capaz de criar oportunidades para os (falsos) atacantes e de concluir jogadas com o próprio quarteto do meio.
A sequência de triunfos acendeu as expectativas dos torcedores, trazendo consigo os dois lados dessa moeda. O lado positivo, representado pela simbiose entre time e torcida, responsável por encher a Arena Fonte Nossa em véspera de São João e pelo aproveitamento de 100% em casa. E o lado negativo, que são as cobranças a cada vez que o time não consegue superar os adversários, embora na maioria das vezes em que isso ocorreu tenha apresentado um bom futebol, como no empate contra o Atlético-MG e na derrota para o Palmeiras.
As redes sociais, essa versão contemporânea da corneta, vivem inundadas de reclamação contra o treinador porque o Bahia, na opinião dos corneteiros, não consegue montar um “esquema diferente” para jogar fora. Não gosto de polemizar em redes sociais, mas dá uma vontade danada de perguntar: qual esquema? Aquele que a gente jogava com o bumbum na parede, rezando por uma bola para arrancar um triunfo ou um empate? Faz parte do crescimento do clube o amadurecimento da torcida, para que tenha a capacidade de entender que o Bahia mudou de patamar. Vamos enfrentar os adversários jogando para vencer, às vezes conseguiremos, às vezes não. E em algumas das vezes, nem conseguiremos jogar. Os atletas são seres humanos e, portanto, sujeitos às oscilações de rendimento. Só máquinas são capazes de reproduzirem movimentos sem erros, nem cansaços. E olhe lá, porque se a manutenção não estiver em dia, vão pifar…
A única reclamação pertinente, nesse momento, é por reforços para cobrir as lacunas do elenco, agora maiores com a saída de Oscar Estupiñan. Mesmo assim, temos que entender que vivemos um processo de fortalecimento a cada janela. Pode fazer parte do planejamento do grupo City a contratação nessa janela que se inicia em 10/julho, como também pode fazer parte continuar com este elenco até o final do campeonato, ainda que “curto”, como costuma falar nosso treinador. Temos que ter paciência e cobrar evolução a cada ano. O Bahia vem nos dando alegrias em 2024, mas pode não ser ainda o ano de títulos nacionais. O importante, agora, é olhar para o caminho percorrido e contatar que evoluímos bastante. Foi bom termos assinado a SAF com o grupo City e é bom ter Ceni como técnico. Reconhecer isso não os exime de erros passados e tampouco de erros futuros. Mas, é importante para apoiarmos a caminhada que apenas iniciou. BBMP!!
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