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Publicada em 24 de setembro de 2012 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

O termômetro Hélder

O Bahia atua num esquema que depende bastante da boa participação de seus volantes. Não temos laterais decisivos como foi Ávine em 2010. Neto (ou mesmo Madson) e Jussandro fazem um bom papel, em geral, mas não são nosso principal motor. Pra mim, são os volantes. E, entre os 3 que vêm jogando, sem dúvida alguma Hélder é o principal nome neste aspecto. Quando o Bahia joga bem e ganha, pode reparar: Hélder fez uma boa partida. E, geralmente, quando Hélder joga mal, o time engasga.

O grande problema disso é que não dá pra se fiar num jogador como Hélder para ser o motorzinho do time. Hélder não é um Paulo Rodrigues, sequer é um Bebeto Campos. Hélder é razoável, e alterna jogos excelentes com partidas ruins. Têm sido mais regular ultimamente, mas só esporadicamente é ótimo. Quando o é, o Bahia cresce demais, como contra Vasco e Santos, por exemplo.

Porque Hélder é um bom ladrão de bolas (que deixou de ser violento, como costumava ser) e tem um raciocínio de jogo mais apurado que Diones e Fahel. Mas a qualidade técnica não acompanha, na maioria das vezes, esse raciocínio. Quando acontece essa conjunção, vemos lançamentos maravilhosos, viradas de jogo inteligentes e dribles na meiuca que limpam a marcação e abrem espaço pra boas jogadas. Fora os chutes de longe que volta e meia acertam a trave ou passam perto.

Acontece que não dá pra achar que Hélder vai estar assim sempre. Sequer muitas vezes. Na verdade, o que se pode achar é que Hélder não estará assim quase nunca. Por isso é temerário tê-lo como o jogador que move o time pra frente. O time precisa do bom retorno de Gabriel, de uma evolução de Zé Roberto e de uma participação ainda mais efetiva da dupla de laterais. Porque, “ruim” com Hélder, pior sem ele, pois não temos, há tempos, outro volante que esteja melhor que o camisa 68.

Na derrota para o Inter, além de erros individuais, faltou ao Bahia qualidade de conjunto. E isso se deveu, muito, às jornadas ruins de jogadores fundamentais para o time funcionar como Hélder, Gabriel e Souza. Até Jorginho vacilou, colocando Gabriel na função de Zé Roberto. Gabriel estava bem jogando de parceiro de ataque de Souza. No lugar de Zé, as opções teriam que ser Caio ou Mancini. Eu acho que valeria ter dado a chance a Caio. Mas, claro, falar agora, depois da derrota, faz tudo parecer muito lógico.

Contra o Botafogo, temos todas as possibilidades de vencer. O Botafogo é um bom time, com um ótimo goleiro, bons valores do meio pra frente (Andrezinho, Fellype Gabriel) e um craque de bola, Seedorf. Mas é um time irregular, oscila muito, tem um miolo de zaga frágil e pouco poder de definição no ataque. Sem problemas de suspensão, e se as contusões surpresas não aparecerem ao longo da semana, acredito que Jorginho poderá armar o time à sua maneira mais cara e partir pra cima dos cariocas, pra seguir vencendo em Pituaçu.

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