A cabeça ainda está inchada. Nunca foi tão fácil ascender para a Série A lugar, aliás, de onde o Bahia nunca podia ter saído mas tudo se acabou, como o Carnaval que acaba na quarta-feira de Cinzas. As nossas cinzas ainda estão quentes.
Os deuses, orixás e todos os santos estiveram do lado do Esporte Clube Bahia mais uma vez, fazendo a parte deles em Fortaleza.
O Bahia é que esteve contra eles. No último e decisivo jogo expôs todos os erros acumulados ao longo de mais uma temporada. A sorte e a estrela Tricolor desta vez não mascararam um time limitado nas laterais, no meio-de-campo e, principalmente, no ataque que não faz gols.
O esquisito de toda essa história, depois de um domingo triste, em que a cidade parecia letárgica, é que os verdadeiros responsáveis por mais essa catástrofe, se escondem. Ninguém viu, ninguém vê. Ninguém se apresenta para pedir desculpas, para justificar que em vez de mais um título, mais um desastre.
Por acaso querem colocar a responsabilidade no treinador Oswaldo Alvarez? Ou quem sabe nos jogadores, que apesar do fiasco, lutaram? Ou então na torcida, que não encheu a Fonte Nova?
Eles não se apresentam e um séquito de puxa-sacos e venais travestidos de cronistas esportivos não apontam quem são os verdadeiros culpados por mais essa dor infligida a uma nação apaixonada.
A verdadeira responsabilidade é mais uma vez desses dirigentes nefastos que tomaram de assalto a direção do glorioso Esporte Clube Bahia, que usam a tática do empurrar com a barriga pra ver se chegam a algum lugar.
Medíocres, incompetentes, despóticos e arrogantes, eles tentaram compensar com truques a falta de uma equipe competitiva e talhada para ser campeã. Apostaram tudo na sorte, na estrela, no sobrenatural. A última cena patética desses mandrakes tupiniquins foi retardar o início da decisão em mais de 15 minutos, num desrespeito ao público, ao árbitro e ao adversário. Para quê?
Enquanto isso, o Bahia é garfado em plena Fonte Nova, perde dinheiro no clube dos 13, não tem respaldo na CBF, precisando manchar ainda mais sua história comprando à Catuense uma vaga na Copa do Brasil.
São truques das cartolas dos mesmos mandrakes chinfrins que perderam um time inteiro de jovens craques para o rival, que desperdiçaram o título baiano de 1999, que duas vezes levaram o Tricolor ao rebaixamento, que não armaram um esquadrão para ser campeão da Série B em 2004. Nossas deficiências eram anunciadas desde o jogo de estréia, contra o São Raimundo, na Fonte Nova. Aliás, vem de antes: do Campeonato Baiano, quando eles se contentaram em ser vice.
Já que o Bahia não tem dinheiro para investir, para competir, para atrair jogadores à altura das suas tradições, por que será que eles não largam o osso? O que querem? Destruir um dos patrimônios do povo da Bahia?
O Brasiliense conseguiu em quatro anos de existência ascender à Série A. E não é um elenco milionário. O Fortaleza, idem. Edinho Nazareth não serviu ao Bahia, mas foi campeão pelo clube do DF. Possato foi dispensado de forma humilhante e deu o troco no último sábado. Danilo não presta pro Bahia, mas serve ao Inter.
São alguns exemplos que mostram que tem gente destoando no Fazendão. E não são os jogadores, o treinador, ou a torcida.
Chega de eternos presidentes, de medíocres, de cartolas ridículos. O atual – seu creisson ou tiririca -, que retornou ao posto de boneco de ventríloquo, faz no Bahia uma comédia de erros atrás da outra.
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