A contratação de Zé Roberto foi muito bem recebida, de modo geral, pela torcida do Bahia. É um bom jogador, que teve ótimas passagens por Botafogo (seu melhor momento, na minha opinião) e Flamengo (campeão brasileiro titular em 2009, fazendo dupla com Adriano). Além disso, no Inter e no vice, mostrou bom futebol também. Ou seja, já provou que tem qualidade e que sabe jogar bola. Pois chegou no Bahia com status de craque, maior salário do elenco e um peso enorme para ser “o cara” desse time. E, meses depois, ainda briga com o condicionamento físico e sem exibir a técnica de outrora.
Então, o que o Bahia deve fazer com Zé Roberto? Muitos defendem mandá-lo embora, buscar uma rescisão amigável e tchau. Outros relembram de Souza, que ano passado, tal qual Zé, chegou no Bahia depois de um longo tempo de pouca atividade, fez um péssimo Baiano e começou o Brasileiro do mesmo jeito. E, de repente, mudou da água pro vinho e virou o nosso artilheiro essencial que é hoje.
Poderia Zé ter esse mesmo destino? A situação é semelhante, até certo ponto. O custo de se manter Souza, também com um alto salário, era diluído pela parceria com o Corinthians. Já Zé Roberto é integralmente bancado pelo Esquadrão. Dizem ser por volta de 200 mil reais os seus honorários. Uma senhora despesa pra um reserva que pouco contribui.
Alguns que defendem o afastamento do atleta e uma possível demissão lembram do caso Robert, atacante que também chegou ano passado no começo do ano, não mostrou serviço e o Bahia decidiu dispensar, para nossa alegria. Uma diferença fundamental aí é que Robert nunca havia mostrado ser um grande jogador para valer tanto investimento sem retorno. Devia era ter um grande empresário. Já Zé Roberto, se por acaso engrenar, com certeza vai acrescentar um diferencial muito bom ao time do Bahia.
Para não ficar em cima do muro: eu manteria o jogador. Acredito que a história de Souza pode, sim, se repetir com Zé. E Falcão tem o meu voto de confiança. Se ele também crê nisso, a ponto de relacionar e mandá-lo pro jogo em várias partidas, estou confiando que, nos treinos, ele tem se esforçado. O Bahia precisa ficar de olho. Não sei o quanto o apelido Zé Boteco procede, ou não. O Bahia tem que estar atento a isso sim. Não queremos ninguém encostado e faturando essa bolada. Mas, se o que ele precisa é de algumas rodadas, eu acho válido aguardar. Ano passado, eu não teria tido essa paciência com Souza. As experiências nos ensinam a não repetir erros – mas também a repetir acertos.
A questão é: qual a conduta de Zé Roberto enquanto atleta profissional do Bahia?
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