Amigos Tricolores, finalmente estreamos no quadrangular final da série B. Sim, somente agora podemos dizer isto, não pelo resultado em si, mas pela forma de jogar resgatada pelo time do Bahia. Tudo bem que esta afirmação vale apenas para metade da partida que vamos comentar neste texto.
Vadão conseguiu tornar um time que vinha sendo extremamente covarde e ineficiente nas duas rodadas iniciais num time ofensivo e eficiente. Credito os méritos a Vadão pois a mudança veio por um caminho que não vi ninguém sugerir antes. Apesar de entrar com 03 jogadores no meio-campo com características mais defensivas – os famigerados 03 volantes – taticamente estes jogadores não estiveram assim dispostos em campo.
Tradicionalmente, Vadão colocava 03 volantes jogando com Neto mais recuado, Henrique e Cícero mais à frente mas ainda atuando defensivamente e Robert isolado e marcado por dois ou três adversários lá na frente. O resultado era a previsibilidade do time que comentamos na coluna anterior. Ou seja, o adversário anulava o Bahia com pouquíssimo esforço e os resultados nós bem conhecemos. Embora mantivesse as mesmas peças nesta partida, o técnico Vadão trocou a disposição tática. Ao invés de atuar com um volante mais recuado, quase um terceiro zagueiro, como vinha fazendo, adiantou Neto para jogar em linha com Henrique e liberou Cícero para enconstar mais em Robert, surgindo como elemento surpresa no meio campo do time. Esta mudança foi fundamental para a forma de jogar do Bahia. Cícero desempenhou muito bem esta função e conseguiu ser um meia ofensivo eficaz ao mesmo tempo que também possui características de marcador.
Outro ponto fundamental para que a tática desse certo foi a substituição de Selmir por Rena no ataque. Neste caso, méritos para nós torcedores que praticamente obrigamos o técnico a fazer isto. Com dois atacantes rápidos se mexendo lá na frente, alternando suas posições e uma nova opção de jogada no meio campo, acrescida das subidas de Bruno e dos “piques” de Ari pela direita, a torcida adversária ficou desnorteada. O Fortaleza não conseguiu marcar o “surpreendente”Bahia, deixamos de ser previsíveis. Daí surgiram os pênaltis que nos deram o triunfo e diversas outras jogadas que poderiam ter ampliado o placar não fosse a má pontaria dos nossos atacantes. Isto tudo foi o 1o tempo onde somente o Bahia jogou.
No segundo tempo, ao invés de manter o esquema e matar o jogo logo, aproveitando para construir um belo saldo de gols, Vadão optou por voltar ao seu esquema tático clássico que nos proporcionou tantos dissabores. Aí foi um jogo onde só o Fortaleza jogou. Embora, até tenhamos levado algum perigo em contra-ataques, demos chances ao Fortaleza de empatar a partida. Graças à má pontaria dos atacantes leoninos, conquistamos estes importantes 03 pontos no quadrangular decisivo.
Nós tivemos a oportunidade de presenciar numa mesma partida o melhor Bahia – jogando o 1o tempo de uma forma eficaz e vencedora – e o pior Bahia – no 2o tempo um time medroso, covarde e derrotado. Fica agora a pergunta, especialmente ao técnico Vadão: qual o Bahia que irá jogar em Fortaleza e Florianópolis, o melhor Bahia, vencedor, do 1o tempo, ou o pior Bahia, derrotado no 2o tempo? Se realmente houver compromisso sério com a volta à primeira divisão, o melhor Bahia, o do 1o tempo – e aqui não estou falando dos jogadores que serão usados em si e sim da postura tática – irá jogar nas partidas fora de casa. Se entrarmos lá fora para nos defender apenas, como no 2o tempo, já iniciaremos a partida derrotados. Precisamos surpreender: nem o Fortaleza nem o Avaí esperam que o Bahia vá pra cima lá fora, se fizermos isto, como fizemos aqui na Fonte no 1o tempo desta partida e como fizemos fora de casa em tantas outras oportunidades, temos boas chances de pontuar e inclusive vencer estas partidas fora de casa. A decisão está em suas mãos, Vadão: o melhor Bahia ou o pior Bahia ?
****************
A Matemática da Classificação
Para fechar esta coluna, só algumas contas simples. Descartando combinações absurdas e improváveis existem dois caminhos para a volta do Bahia à primeira divisão. O primeiro caminho é empatar as duas partidas fora de casa e vencer a derradeira contra o Brasiliense (sendo que um empate nesta última partida nos deixaria de fora). O segundo caminho é vencer pelo menos um dos jogos fora de casa (mesmo perdendo o outro) e aí, até um empate na última partida na Fonte Nova garantiria o Bahia na primeira divisão. Estes são os dois caminhos mais viáveis. Obviamente gosto mais do segundo, chegar na última rodada com a obrigação de vencer não é um bom negócio.
Esta coluna teve a “participação especial” do bom e velho (velho mesmo!) amigo Bode através dos debates no intervalo e término do jogo na Fonte Nova. Valeu Caprino!
Nação Tricolor, vamos chegar lá. Estou confiante no time, espero que o técnico também confie pois aí não tem pra ninguém. Só vai dar BAÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊAAA !!!
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.