Não, não é o Lex Luthor. Aliás, este é também careca (pelo menos no filme) e pelo menos tinha alguma classe ao praticar as suas maldades.
O maior inimigo do Superman, coisa que poucos sabem, na verdade é o MITSUPLIK.
Não lembram dele? Vou refrescar a memória de vocês.
Era um vilão do desenho dos Super-Amigos que parecia com o Otávio Mesquita depois da AIDS, o qual vinha de outra dimensão para atenazar a vida do super-homem, e que voltava imediatamente de onde tinha vindo ao ter seu complicado nome pronunciado ao contrário.
Descobri, amigos! A solução é essa!
Vamos treinando pra ver se funciona. Já que o nome dele não pode ser citado na forma tradicional, pois corre-se o risco de ser derrotado por este perigoso vilão, quem sabe proferindo-o ao contrário nosso super-herói não se livra de uma vez por todas do inimigo malvado e não o manda pros quintos dos infernos?
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Dia desses estava passeando pelos jardins da capital federal, no meio das superquadras de apartamentos milionários; e eu e um amigo falávamos de amenidades enquanto não acabava o horário de almoço.
Eis que passamos por um velhinho bem xoxo e o meu amigo o reconhece.
“Tá vendo ali? Aquele cara é um general reformado do tempo da ditadura, que mandou matar centenas de pessoas, incluindo pais de família, por acharem que eram subversivos”.
Olhei pro velho, que estava sentado num banquinho da praça ao lado da empregadinha, uma mulata muito da gostosa, segurando o seu babador. Do outro lado, uma senhora bem-vestida que parecia ser sua filha e acariciava seus cabelos brancos com muita ternura.
Olhei pra ele inicialmente com raiva. Disse a meu amigo: “esse velho FDP deveria estar preso e apodrecendo na cadeia!”
Meu amigo, do alto da sua sabedoria, respondeu: “Cássio, ele já pagou o que deve. Se for pra cadeia, morre, e se morrer, estaremos lhe fazendo um favor. Além do mais, não sabemos se ele fez isso por iniciativa própria ou cumprindo ordens”.
Esta é a roda-viva da vida.
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Um belo dia estava atendendo num pronto-socorro da periferia de Salvador. Tudo na paz, aquela fila de sempre do lado de fora, porém correndo tudo na ordem.
Eis que a certa altura chega um moço de seus vinte a vinte e um anos, e irrompe no PS trazendo a sua mãe, que estava com uma crise de hipertensão. Era uma urgência, porém dava para esperar uns 10 minutos, pois o seu único sintoma era uma forte dor de cabeça e o tempo de atendimento não estava muito grande em função do plantão estar tranquilo e de haver outros pacientes a atender em situação pior.
Brandia este rapaz uma penca de chaves com a chave do seu carro, provavelmente para demonstrar que era diferenciado.
Bateu na porta com violência, chamou a recepcionista, aos gritos, de “descarada”, a colega que estava comigo de incompetente e eis que este me encara na porta do consultório dizendo coisas não muito agradáveis.
Eu perguntei o que estava acontecendo, pois além de plantonista estava na chefia do plantão.
Ele me respondeu: “isso não te interessa”.
Eu falei na mesma altura: “como não interessa? O senhor chega aqui berrando do nada e eu que estou aqui na chefia! Interessa sim e o senhor vai me falar!”.
Ele fez uma cara de ironia e falou: “E você vai fazer o quê? Me bater?”
Eu respondi: “Não. Vou fazer diferente”. Ele riu. Chamei a PM. Ele fugiu.
A mãe dele foi atendida como qualquer outra pessoa e não reclamou de nada. Falei pra ela: “A senhora me desculpe, mas seu filho é muito mal-educado e desrespeitou a todos nós. Temos seu endereço e se alguém aqui se sentir ofendido pode dar queixa dele. Estou avisando só para não haver mal-entendido.”
A resposta dela: “Ah, doutor… ele é nervoso assim mesmo…”
Dá pra ver como o mocinho deve se comportar em casa diante desse relato. Ninguém quis fazer nada com ele. Como disse a enfermeira do plantão, “Cássio, deixa esse menino amarelo pra lá”.
Deixei pra lá e a vida seguiu. Afinal de contas, temos por vezes que saber encarar as críticas com maturidade. Ainda mais numa posição na qual precisamos demonstrar neutralidade até certo ponto diante do que fora dito, pois tudo tem um limite.
Por algumas vezes na vida engolimos sapos e muitas vezes o silêncio é a melhor resposta.
Os políticos bem sabem que não podem dar ouvidos a tudo o que dizem deles, afinal de contas, a sua classe fez por onde e cabe somente a eles mesmos desfazer esta imagem negativa.
Os políticos em grande parte são bons pais, bons avôs, bons maridos etc., como eu, você ou o vizinho podem ser.
Mas não por isso prescindem de serem criticados e cobrados, às vezes até com palavras mais duras. Respeitando-se certos limites na crítica.
Mas se o político é xingado ou ofendido, é no mínimo o sinal de alguma coisa pode estar errada no seu mandato ou legislatura.
Pode-se filtrar as críticas, ainda que supostamente agressivas e duras, mas não se pode olvidá-las, pois dali pode advir aprendizados e mudanças de atitudes.
Quando ouvimos uma crítica, se ela nos dói, perguntemo-nos se realmente é importante. Se é, faça algo para não merecer a crítica. Se não é, deixa pra lá e segue sua vida.
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Hoje resolvi não falar do Bahia, pois já falei dias atrás.
Apenas estou reproduzindo umas historietas bonitas da minha autoria, e baseadas em fatos reais, a fim de derramar lágrimas dos mais susceptíveis.
Futebol também é cultura. E no futebol pode-se aprender lições.
Estes textos nada tem de subliminar, exceto o fato de que a maturidade está em encarar a realidade como ela realmente é. Toda Unanimidade é burra ou será que o Outro é quem não é compreendido? Hein, Seu Lacan??
Abraços a todos!
comentários
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