é goleada tricolor na internet
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Publicada em 11 de agosto de 2010 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

O jogo e a despedida de Renato

Quando vi a escalação ontem, com o meio-campo formado por três volantes, fiquei um pouco reticente. Com Ananias e Rogerinho, além do entrosamento, o Bahia ganha ofensividade pelos lados do campo. Jogar sem ambos seria um bom teste, a dúvida básica era saber se estamos preparados para tal.

Não jogamos bem, talvez, o suficiente para vencer e levar os três pontos. O time mostrou nervosismo, até certo ponto compreensível, já que vinha de resultados adversos em PituAço. Nossos volantes estavam perdidos, algumas vezes ocupando os mesmos espaços na marcação. Morais continua crescendo tecnicamente. Fez um bom jogo, apesar de ter errado bastante no final da partida.

Jael está muito ansioso. A vontade de acertar está atrapalhando um pouco as jogadas que ele protagoniza. É algo natural também, diante de tanta disposição. Só torço pra que ele entre logo no ritmo normal. Gral é o guerreiro de sempre, mas, além disso, usa a inteligência a seu favor. Sabe se posicionar para receber o passe, abre espaços para quem vem de trás e ajuda muito na marcação.

Minha preocupação continua com a zaga. Em alguns lances nossos defensores parecem dispersos, e em outros, assustados. Não que sejam ruins tecnicamente, o problema não é esse. Pelo que tenho acompanhado, a questão é mais de posicionamento. Fábio Bahia parece que vai tomar conta da lateral. Tem se mostrado eficiente na marcação e, vez por outra, torna-se uma opção para o ataque – ontem chegou até a sofrer um pênalti.

Temos que melhorar a marcação lá na frente. Seja no 4-5-1 ou no 4-4-2, não podemos dar espaços na saída de bola do adversário. Essa tática atrapalha qualquer esquema, justamente por dificultar a ligação defesa-meio-ataque.

Duas situações têm me incomodado bastante: a displicência de alguns jogadores e o recuo do time depois do placar a favor. Particularmente, acho que nenhum dos dois aspectos passa por orientações dos treinadores. Ontem tudo isso ficou visível. Fizemos 2×0 e deveríamos partir para decidir logo. Renato fez alguns gestos indicando o toque de bola, mas o time insistia em partir desorganizado para o ataque.

Valorizar a posse de bola não significa recuar o time. É só ver o exemplo da Espanha – eu até gostaria, mas não estou comparando o Bahia com a Fúria. Eles cansam o adversário tocando pra lá e pra cá, esperando apenas a hora certa de dar o bote fatal. E é exatamente isso o que devemos fazer quando estivermos vencendo.

Somamos mais três pontos. No final das contas, isso é o que importa. O jogo contra o Coritiba será indigesto. Trazendo um bom resultado de lá e fazendo valer o mando de campo nas duas partidas seguintes, teremos boas chances de voltar, e bem, ao G4.

XXX

Alguns dirão que ele já vai tarde, que ele não deixará saudades e que o trabalho não deu resultados.

Ele chegou sob desconfiança e acompanhado daquela imagem do jogador da década de 90 que, numa partida contra o Bahia na Fonte Nova, saiu do campo dizendo que a nossa Bahia era terra de índio. Aliado a isso, carregava o fardo de não ter sido tão vitorioso na sua carreira como treinador.

Tentou montar um time para impedir mais um título regional pro pessoal do aterro sanitário. Aos trancos e barracos, e entre erros e acertos do plantel formado, ele quase consegue. E na Copa do Brasil, ficamos pelo caminho contra o Atlético-GO. A sensação foi a de que poderíamos ter ido mais adiante.

Sugeriu à nossa diretoria o nome de Paulo Angioni, profissional conceituado na gestão de futebol de clubes. Com isso, as contratações melhoraram e, por consequência, o time também. Hoje, temos um elenco que tem capacidade de disputar, em igualdade de condições, com os nossos concorrentes na Série B.

Reforços sempre são bem-vindos, mas Renato deixa para o próximo treinador uma base montada e um esquema de jogo definido. E a essa altura do campeonato, pode fazer a diferença no restante da competição.

Na despedida ontem, ele afirmou que o reconhecimento do Grêmio veio pelo trabalho feito no Bahia. Valorizou o grupo de jogadores, a diretoria, os torcedores. Quem não deve ter gostado muito da saída dele foi a imprensa, e nós sabemos os motivos. Mas daqui a pouco outro será escolhido.

Chegou com festa, foi vaiado e saiu aplaudido. Parte da torcida reconheceu o trabalho e o pequeno legado deixado. E o povo, que um dia fora chamado de índio, agora deve deixar saudades para esse gaúcho quase baiano.

Boa sorte, RG!

Saudações Tricolores!

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