O ato de observar é a única chave que abre a porta dos mistérios… Estou à parte de todo esse processo que se desencadeou contra o Bahia, porém mantenho-me atentamente como observador e percebo que as colisões são avassaladoras, pois, movidos por vinganças de toda natureza, todos resolveram trafegar pela contramão até entregar de bandeja o E.C. Bahia nas mãos maculadas de um partido político é o que está se desenhando.
Nada está certo, e todos sabem que não está. O Bahia continuará como desde sempre esteve refiro-me à cultura , refém de grupos. O tempo se encarregará de dizer o que agora digo com convicção e embasado nos atropelamentos de um processo absolutamente conduzido de forma contrária à democracia tão propalada. Pode estar, e sei que está satisfazendo a torcida esta já não mais suportava Marcelo Filho à frente do clube , mas erro conserta erro desde quando? Se a gestão anterior era maldita, por que não ter concluído todo o processo para fazer agora as eleições de forma bendita?
Marcelo poderia dar ao Bahia dois campeonatos brasileiros e ainda assim seria odiado… Pesou ao ponto de quebrar a balança as goleadas sofridas diante do maior rival. Para quem vinha sendo fritado pelo ódio da torcida, qualquer deslize causaria revolta e deslizes houve. Era um clima pesado demais para continuar e do qual se aproveitou a política partidária para surfar na onda que vinha tentando pegar faz muito tempo e sem sucesso.
Lembro-me que ano passado, quando tentaram com as mesmas armas, a torcida esteve contra e fortaleceu Marcelo Filho, que disso, porém, não soube tirar proveito. Então, a partir do momento em que a maior torcida do Norte e Nordeste resolveu declarar ódio mortal a Marcelo Filho, aí então entrou o oportunismo característico dos políticos que comandam o Brasil atualmente e mandou ver! A que custo moral, jamais se saberá.
O processo não ter sido julgado em todos os seus méritos até então, só ratifica os clamores da Ministra Eliana Calmon que tem criticado a Justiça baiana de forma contundente. É justamente isso que poderá trazer prejuízos incalculáveis ao clube e à torcida, já que em algum momento esse processo terá de ir a julgamento e, mesmo que ele seja desfavorável à parte que foi excluída do clube, fatalmente irá ao Supremo em Brasília…
No Supremo, a razão será dada, sem dois pesos e duas medidas, a quem tiver razão. Isto não quer dizer que seja o melhor, mas é a quem o STF dará condição legal, e será a esse que reconhecerei. Hoje, se temos uma instituição no Brasil que merece o crédito do povo, esta é a Suprema Corte Federal. Os fatos mais recentes da nossa história estão aí para ajudar-me nesta conclusão.
Existem três candidatos que postulam a presidência do clube, mas em nenhum deles reflete a luz que o Bahia precisa para o seu futuro tomara que eu esteja equivocado. Não vejo em seus perfis as soluções adequadas às necessidades do clube e, seja qual for o eleito, o barco continuará navegando nas mesmas águas de sempre mesmo assim, se tivesse que apostar em algum, o faria em Rui Cordeiro, por ser entre os três o melhor. Nada pessoal contra nenhum deles, apenas acho que não são as pessoas adequadas para ocupar a presidência tricolor num momento conturbado na vida do clube como este.
Agora, resta saber se o atual Estatuto se sustentará, porque em tudo isso há conveniências profundas e os bastidores estão longe de passar por perto do conhecimento do torcedor, mesmo aqueles torcedores que neste momento se sentem parte diretas das mudanças, que se faziam necessárias, diga-se, mas que talvez tenham sido um tanto quanto exageradas.
Ninguém pense que a política partidária é fiel a princípio nenhum, ela só é fiel aos seus próprios interesses, e nesse ponto é que existe uma encruzilhada nevoenta que deixa sem direção os que não fazem parte diretamente dos interesses maiores. Eles levam a conveniência até essa encruzilhada, mas a partir daí é lei de murici e cada qual que cuide de si para pelo menos sair da bruma que os desnorteia. O caminho que passa direto só eles sabem.
O que consigo enxergar até agora, além do já exposto aqui nesta coluna, é uma temporada de caça às bruxas com munição inadequada. Eu, porém, não acredito em bruxas.
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