O Bahia e a Copa do Mundo

Não acho que a situação do Bahia na tabela do Campeonato Brasileiro seja motivo de preocupação exacerbada. O que o torcedor deve é levar em conta que o elenco é de razoável pra bom e a diretoria do clube vem trabalhando com muito mais acertos do que equívocos, e sempre com o cuidado de trazer jogadores dentro de um padrão que não atropele seu planejamento financeiro onde os limites devem ser respeitados. Não é sensato, muito menos responsável, endividar o clube e jogar por terra o trabalho que efetivamente vem acontecendo.

Por outro lado, tenho observado que Marquinhos Santos tem prestigiado a “prata de casa” com muita convicção, até pelo fato de não estar se decepcionando, já que a moçada que vem da Divisão de Base tem correspondido razoavelmente e a tendência é aprimorar a técnica à medida que a competição for se estendendo. Desde que Marquinhos se instalou no comando técnico tricolor me postei a favor da sua permanência. Tem potencial.

Os resultados em campo ainda são incipientes em relação ao trabalho que a diretoria vem fazendo, é verdade, e também pelo trabalho bem feito do treinador. Mas se a trilha já não tem escarpas sem contorno, no máximo alguns aclives e declives no percurso que faz o Bahia oscilar a velocidade na tabela, então não vejo como esse Bahia atual não dar certo em campo, até pelo fato das boas condições de trabalho, que poderiam ser melhores, porém.

– Não dá para não cobrar: a misteriosa Cidade Tricolor continua cada vez mais misteriosa e ainda não está claro para mim. Merece uma explicação mais detalhada e formalizada, pois não entra em minha cabeça um equipamento daquele porte não estar sendo aproveitado pela atual diretoria. Onde está o problema eu não sei.

Mas, retomando o rumo inicial, gosto desse time que o Bahia montou e não acho que a falta de um “matador” seja o calcanhar de Aquiles que parte da imprensa e da torcida acha. Falta ao Bahia, ainda, é o tal “camisa 10” capaz de fazer Biancucchi ficar mais próximo do gol. Ele volta muito pro meio e isto tem deixado as redes vazias. Lincoln é que vinha fazendo bem o papel de alimentação, mas infelizmente se machucou.

Sintetizando esta parte, vejo o Campeonato Brasileiro ainda faltando muito para terminar e certamente mudanças na tabela acontecerão com frequência e de forma surpreendente, até. Campeonato é muito longo e dá tempo para recuperar jogadores e inverter situações. É não desesperar e apoiar. Posições eventuais na tabela a essa altura do campeonato não quer dizer que tudo está muito ruim, ou muito bom, depende, porque tudo muda a todo instante.

COPA DO MUNDO

Toda essa ameaça de protestos, que se concretizará sem dúvidas, será de forma pacífica conforme o perfil patriótico do nosso povo. O protesto não é contra a Copa, é devido ao fato de o governo ter chamado pra si uma responsabilidade enorme como a construção dos estádios, que na verdade deveria ser atribuição total da FIFA e CBF. Realizar a Copa do Mundo no Brasil está custando muito aos cofres públicos em detrimento de outras necessidades mais agudas, que aqui não vem ao caso entrar no mérito, mas que revolta o cidadão comum.

Particularmente, uma vez que efetivamente a Copa do Mundo será realizada de forma irreversível, temos mais é que apoiá-la torcendo pelo êxito da nossa Seleção. Futebol e política são duas coisas distintas que jamais deveriam se misturar, mas aqui no Brasil essa mistura heterogênea é cultural porque as conveniências desses dois pólos estão acima dos interesses do povo.

Ver se exibindo nos estádios do Brasil os melhores jogadores do planeta, por pelo menos 30 dias, será algo que dificilmente essa geração verá de novo, daí que o meu apelo é para que os brasileiros recebam de braços abertos as seleções, que estão e estarão desembarcando por aqui, e façam a festa acontecer porque a Copa no Brasil já é fato. Protestar, sim, é um direito do cidadão, porém, jamais praticar qualquer tipo de desordem que violente a Democracia, mesmo porque o brasileiro não tem esse perfil.