Tolstoi, filósofo e moralista cristão, dizia que “há pessoas que atravessam um bosque inteiro e não são capazes de ver lenha para o fogo”. Verdade sem fronteiras que se aplica muito bem ao treinador do Bahia. São difíceis de serem catalogados os jogadores que ao 17 anos de idade alcançaram a titularidade nos seus times, tal a quantidade deles. Pelé, ainda na imberbidade foi campeão mundial pela primeira vez, Ronaldinho Gaúcho apareceu titular do Gremio aos 17, Pato está nesta mesma faixa, Leão aos 21 anos estava no México juntamente com Ado da mesma idade servindo a Seleção do Brasil, e outros que não me ocorrem agora.
Mas no Bahia de Artuzinho “o buraco é mais embaixo”, Danilo Rios terá que se tornar gênio ao que parece se quiser alçar a condição de titular. Artur parece um pouco com Evaristo em algumas atitudes, é “birrento” com a torcida e com jogadores, só que o mestre é mais sarcástico e hábil. Darci já era, e se Paulo Musse se sentir muito à vontade, relaxando um pouco, Gessé estaria à altura? Os goleiros vindos da base nem pensar, são muito novos e podem ser queimados, segundo a filosofia do treinador.
Emerson está na berlinda para ser dispensado (espero que não se cometa tal burrice) num momento em que o Bahia está procurando mais um zagueiro. Que paradoxo absurdo! Será possível que alguém lá de dentro não mostre ao Artuzinho o quanto são exdrúxulas as suas atitudes? Até que ele não é um mal treinador, mas não tem jogo de cintura, não é político com o grupo, é prepotente nas suas entrevistas, não define um time como ele mesmo gostaria, briga com jogador numa demonstração burra de superioridade, e Darci foi embora porque faltou habilidade, bom trato na conversa, saber mostrar o bom momento do outro goleiro sem tirar o brio do ex-titular. Impor filosofias sem querer ser escutado não é ser um líder, isto é ditadura.
Ele diz que no grito ninguém vai forçá-lo a escalar Danilo Rios. Ninguém está interferindo no trabalho dele, mas é um direito que a torcida tem de opinar, cada torcedor tem o seu time predileto, ao treinador cabe entender a ansiedade da torcida e, no mínimo, respeitá-la, sem essa de entrevistas que afinal só o desgastam. Escalar este ou aquele jogador é problema dele, mas às vezes torna-se um problema causado pelo erro de não buscar ser humilde, qualidade esta que parece estar distante de Artuzinho.
Enquanto o time estava ganhando a coisa ia sendo levada, mas o Itabaiana chegou e deu 1×0 no Bahia do pretensioso Artuzinho. Foi ótimo. Agora está na hora de a onça beber água, contra o Goiás, por exemplo. Artur sabe o caminho mais fácil, conhece futebol, mas só escuta a si mesmo. Aliás nem sei se ele ouve o lado lúcido dos seus conhecimentos, porque se ouvisse manteria o 4-3-3 com Danilo no time, de gosto generalizado que ele mesmo adotou no Bahia, dando a todos esperança de dias melhores.
Como no Bahia tudo torna-se mais difícil do nada, faço esses comentários querendo entender mais sobre os fatos e quem os protagonizam. No time do Bahia deveriam ser titulares Preto, Danilo, Rafael, Moré, Fábio ou Ednei. Se alguém mais avançado ou mais recuado, esse é um problema tático do treinador. Colocar Marcelinho como titular, a mim não parece razoável. Como razoável não é excluir Danilo até do banco de reservas.
A depender do resultado contra o Goiás, divisor de águas, Artuzinho poderá dar adeus ao Bahia. Tudo que a diretoria quer neste momento é tentar melhorar o seu relacionamento com a torcida, coisa que Artuzinho está trabalhando da pior forma possível, vai acabar dançando. Apesar da desconfiança reinante no seio de todos os tricolores quanto ao elenco, particularmente acho-o superior ao do ano passado, só está sendo mal utilizado. Pena que técnico algum, de ponta, queira se submeter a treinar o atual Bahia. Se santo de casa fizesse milagre, Sapatão, o Élcio Nogueira, seria o nome.
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“Perdemos quando podíamos perder”. Desculpas de alguém que está perdido e não tem humildade para se corrigir com a torcida.
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O futebol atual está realmente nivelado tecnicamente com esses famigerados esquemas defensivos. Não é que o Baraúnas chegou no Barradão e mostrou ao pessoal de lá que ainda falta muito para um bom time?
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Enquanto isso o Atlético de Alagoinhas, o Conquista e o Colo-Colo começam a descer a ladeira. Acho que neste ano o campeão não sairá do interior. Aliás dizem que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
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Ouvi dizer, à boca pequena, que Darci pode pintar no Barradão… não duvido! O que a igreja não aceita o cemitério quer. Dizem os mais antigos.
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Treinador é dispensado apesar de estar líder absoluto no campeonato baiano. Acho que já vi esse filme naquele bairro: A volta do poder oculto. Manda quem pode e obedece quem tem juízo.
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Se não foi ou não for atingido os principais objetivos da oposição, pelo menos ela fez algo de positivo e de forma natural… a diretoria do Bahia está trabalhando de forma mais adequada, mantendo a folha em dia e contratando mais organizadamente. Falta o estatuto, mas que creio que sairá caso a pressão seja mantida.
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