Muito antes da epidemia de Covid-19, costumava assistir a série americana the last ship (o último navio, em tradução livre), na qual a tripulação a bordo de um navio da marinha estadunidense era a última esperança da humanidade para achar a cura para um vírus mortal, responsável por dizimar 80% da população mundial.
Não sei exatamente o porquê, mas não consigo deixar de pensar nessa série quando reflito sobre a posição do Bahia na tabela de classificação e a próxima partida, contra o Goiás, no estádio da Serrinha na capital goiana. Após conseguirmos apenas 4 pontos nos 12 disputados sob o comando de Rogério Ceni e, pior, enfrentando 3 adversários diretos contra o rebaixamento, me agarro a esse último fio de esperança: vencer o tine esmeraldino e torcer por tropeços dos outros clubes que, como nós, andam a visitar a zona maldita da degola. Essa esperança é mais uma profissão de fé do que fruto de crença na melhora da equipe, que insiste em manter os mesmos 33,3% de aproveitamento que vinha obtendo na era Paiva.
Fico me perguntando: por que esperar algo diferente se o treinador insiste em cometer os mesmos erros? Vitor Hugo na zaga e Everaldo no ataque são como imãs a atrair resultados desastrosos. Mantida essa escalação, posso lhes garantir que minha esperança não irá além do apito inicial do próximo jogo.
A responsabilidade por escalar essa equipe, obviamente, é de Ceni. Mas, quem montou essa equipe fraca e limitada e insistiu num treinador desqualificado por 9 meses não pode ficar imune a críticas. Um eventual descenso do Bahia para a série B terá nome e sobrenome: Cadu Santoro. E não vai adiantar se esconder atrás de perguntas escolhidas a dedo para não causar constrangimentos. Haverá de encarar a torcida e dar explicações, inclusive para seus superiores que, certamente, entenderão que a realidade era bem distinta daquela contada em relatórios nada imparciais.
Prefiro acreditar que, assim como na série televisiva, haverá um final feliz para o Bahia, ainda que a caminhada seja sofrida e deixe baixas pelo caminho. Mas, para isso, nosso comandante Ceni deverá ter a coragem para enfrentar algumas estrelas do time e colocá-las para “brilhar” longe dos gramados. É o preço a ser pago pelos líderes. A opção será encarar o fracasso, com o que nós torcedores (e sofredores) não contamos. Bora Bahêa!!
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.