Rodada após rodada, o tricolor vem garantindo sua presença no G-4, o grupo que ascende à primeira divisão do campeonato brasileiro no próximo ano. Mesmo diante de partidas com desempenho fraco, como quando enfrentou o Sampaio Corrêa, o Bahia não teve sua permanência nesse grupo ameaçada. E, diante do triunfo sobre o Ituano, o resultado expressivo garante, pelo menos, por mais três rodadas nossa presença na elite da série B. Os 9 pontos que nos separam do quinto colocado, mesmo diante de três derrotas com triunfos dos adversários diretos, não permitem que sejamos ultrapassados, em razão do expressivo volume de partidas ganhas – 13. Nunca é demais lembrar que enfrentaremos na sequência o quinto colocado, Londrina. É preciso manter isso, vencendo mais este oponente.
Verdade que não temos praticado um futebol vistoso, daqueles que dão orgulho aos torcedores e que enchem nossos olhos de brilho. Porém, os resultados vêm sendo alcançados. Para aqueles que, como nosso diretor Freeland, advogam a necessidade de equilíbrio entre performance e resultado, deve ser uma enorme ducha de água fria observar que estamos bem longe de performances dignas de registro, apesar da troca de técnico que ocorreu porque “a performance não vinha correspondendo ao que a gente entende ser possível”, conforme Freeland afirmou à época.
Vários analistas atribuem a distância entre os quatro primeiros colocados e os demais clubes à baixa qualidade das equipes que participam da série B neste ano. Engraçado que, antes de começar, essa seria na avaliação dos mesmos analistas, a série B mais disputada desde que o campeonato passou a ser organizado por “pontos corridos”. E utilizavam como referência o número de campeonatos brasileiros, copas do Brasil e Taças Libertadores conquistadas pelos principais clubes envolvidos na disputa (Cruzeiro, Grêmio, Vasco, Bahia, Sport e Guarani). Esqueceram de um detalhe, daqueles onde o diabo costuma fixar residência: futebol é momento. Se o que fizeram no passado garantisse desempenho a estes clubes, nenhum deles estava onde está hoje, ou seja, disputando a segunda divisão.
Vale o mesmo para os jogadores. Boas atuações pretéritas não são sinônimo de partidas brilhantes no presente. Digo isso para entrar na minha impaciência com Enderson Moreira que insiste em escalar Rodallega, assim como insistia com Raí (não só ele, Guto também) e Igor Torres. Confesso que não entendo. Rodallega não está em boa forma física nem técnica. Não merece ser escalado, assim como não mereceu as vaias quando da substituição na partida passada. Ele está até se esforçando. Corre, tenta, disputa bolas. Mas, o futebol de outrora não tem aparecido. Cabe a Enderson perceber isso e utilizar o jogador no segundo tempo para ganhar ritmo, com placar a favor e defesa adversária cansada.
Pior do que a insistência em escalar Rodallega foi a desculpa por não colocar Davó desde o início. Verdade que Davó especializou-se em perder gols, mas daí para afirmar que Davó é jogador que precisa de espaço é o mesmo que dizer que ele só serve para disputar partidas de veteranos. O futebol moderno encurtou os espaços há muito tempo, cabe aos jogadores e à tática utilizada abrir estes espaços, seja com as passagens de laterais, seja com jogadas individuais (cada vez mais raras) ou com infiltrações por dentro da defesa adversária. Enderson não sabe disso ou tem certeza que, do lado de cá, não sabemos da missa a metade? Como disse logo que ouvi a baboseira de nosso treinador: se quer espaço, vamos marcar o próximo jogo para a estação espacial internacional!
Outro detalhe que não pode passar desapercebido é o de querer que Vítor Jacaré seja a solução para os nossos problemas no setor ofensivo. No máximo, é um jogador para se usar na etapa complementar, na bola longa, para prender no ataque e dar um descanso à defesa ou num contra-ataque em velocidade. Mais que isso é pedir milagres. E, como sabemos, não é todo dia que é dia de milagre! BBMP!!
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