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Publicada em 6 de janeiro de 2023 às 13:21 por Djalma Gomes

Djalma Gomes

O Bahia dormiu menor e acordou maior

O futebol está de luto. Morreu Edson Arantes do Nascimento, mas o Pelé é imortal. Onde quer que haja futebol, ou qualquer coisa que signifique excelência, aí estará o mito Pelé. São absolutamente inquestionáveis a genialidade e a simbiose do Pelé, com a bola. Comparar o Rei com A ou B, diria eu que é quase uma bobagem. Foi-se a matéria e vive a marca adjetivada. Pelé é sinônimo de qualidade e nesse sentido qualquer adjetivo é valido. Por exemplo: de um advogado excelente se diz; esse é o Pelé em Direito. De um Gari que leva a profissão a sério e com amor ao que faz, se diz; esse é o Pelé da limpeza. De um árbitro de futebol excelente se diz; esse é o Pelé do apito. E assim vai se adjetivando qualidades sobre a marca Pelé em todos os segmentos da sociedade. Foi-se o cidadão Edson Arantes do Nascimento, ficou a obra eternizada do Gênio Pelé. Deus o tenha na Sua infinita bondade. 

XXX

Agora comecemos a falar de um sonho que se tornou realidade. O Bahia dormiu menor e acordou maior da “noite para o dia”. As assombrações que causavam pesadelos à torcida do Tricolor foram exorcizadas por quem era tratado como mais uma entre tantas figuras detestadas pela torcida, no que diz respeito à presidência do clube. Esta coluna também fez críticas pontuais às falhas da administração do Bahia com veemência, às vezes, porém jamais com ofensas. Os elogios quando merecidos jamais faltaram aqui e, reconhecemos desde então, que Guilherme Bellintani, sem dúvida alguma, foi a chave que abriu definitivamente a porta para a liberdade do Bahia. 

Talvez o torcedor ainda não tenha a dimensão da importância que teve o então Presidente Guilherme Bellintani para colocar o Bahia no atual patamar. Mas na medida em que o Tricolor for crescendo dentro desse processo de afirmação em uma nova realidade, o mesmo torcedor que só faltou pintar com tinta vermelha, um retrato de um Bellintani com chifres e tridente, baterá palmas para o mesmo reverenciando-o com respeito e agradecimento. O tempo e a história se encarregarão disso.  

Foi um passo muito largo negociar o Bahia com o City e isto ainda não se encaixou devidamente na mente do torcedor. Ainda ecoa a voz dos ressentimentos, mas no lugar desses deveria estar só a alegria e o reconhecimento. Não sei se um outro presidente teria tido essa desenvoltura comercial para buscar o investidor certo para o lugar onde tudo girava em torno das incertezas. O processo de transformação — SAF — no futebol brasileiro é irreversível e, todos os clubes, mais cedo ou mais tarde, o adotará. Mas encontrar o mais qualificado e mais desejado investidor no futebol, foi a diferença que Bellintani soube fazer, antes dos demais. 

É claro que ainda está cedo, 2023 será um ano de organização e consequente delineação de um projeto grande, que dependerá de ajustes no transcorrer do presente ano. Porém, a partir do ano seguinte a história começará a ser reescrita com caneta de ouro e os melhores sonhos se tornarão realidade. Não é necessário ser um entusiasmado torcedor, basta ser um sensato observador com viés de analista, para perceber à frente dos olhos a grandeza dessa transformação. 

As regiões Sul e Sudeste, antes cheias de murchosos quando o assunto era o Tricolor da Boa Terra e o Nordeste, agora terão que reconhecer o grande concorrente nordestino que tem a ligação mais direta com a Europa. É papo reto, irmão. Tanto que muitos jogadores, principalmente os mais novos, estão dando clara preferência por esse portal europeu que se tornou o Bahia. Exagero? Não. Imagine essa realidade, que ainda está juvenil, quando atingir a maturidade…   

A globalização teve a força de transformar o mundo numa aldeia, e isso tem vantagens e desvantagens, afinal ainda tem quem goste de regimes totalitários e isso finca mais as raízes no atraso. Mas o lado capitalista representa a liberdade com modernidade, e foi por esse viés que chegou ao Bahia o Grupo City. Tudo na vida pode dar certo, ou não, e com o Bahia não é diferente. É apenas uma questão de proporção. Contudo, todos os indícios levam a SAF Tricolor ao sucesso – apesar de já ter gente azarando.  

Na coletiva de apresentação dos jogadores Kanu, David e Everaldo, todos os três respectivamente, alegaram como o principal motivo para jogar no Nordeste foi o fato de ser o Bahia/City a grande vitrine internacional do momento no Brasil. Foi enfática a fala do Everaldo ao dizer que no Japão não há um único CT sequer com tanta estrutura como o do Bahia. Disse ainda que só saiu do Japão, onde se sentia muito bem e ficaria até o final da sua carreira, porque foi para vir para o Bahia dessa nova dimensão. O jogador houvera recebido alguns convites de grandes clubes brasileiros ao longo dos últimos dois anos, todos recusados por ele, mas recentemente ao surgir o convite do Bahia, refletiu sobre a grandeza do projeto e não pensou duas vezes. 

É desse Bahia atual que o torcedor deve esperar muito e saber que disputar a Libertadores será uma regra comum, que os títulos nacionais e internacionais serão consequências de um trabalho abalizado pelo profissionalismo empresarial no futebol do Bahia. Não tenho nenhum constrangimento em afirmar tal grandeza, afinal ninguém investe 1 bilhão se não tiver a certeza da multiplicação. 

Assim como uma viagem começa pela decisão sobre o destino ao qual se quer chegar, o processo de um projeto de tamanha envergadura e eficácia, como é o Bahia/City, se inicia com a definição do resultado projetado e naturalmente desejado. Sem sombras de dúvidas é o que veremos acontecer nos episódios seguintes ao longo dos anos. 

XXX 

A todos os leitores desta coluna desejo um 2023 cheio de graças e bençãos do nosso Deus Pai Todo Poderoso. 

Aproveito ainda o ensejo para enviar um forte abraço para um grande e ferrenho torcedor do Tricolor; DANIEL ALONSO, um dileto e fraterno amigo do meu filho Renato Gomes. Sendo assim, rendo-lhe também a minha amizade. Portanto, “Vamos pra cima Esquadrão!!”. Feliz 2023, Dani Alonso! 

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