Quinta-feira linda e eu me preparei para ir ao Olímpico. Não perderia esse jogo por nada. Nem que tivesse que ficar na torcida do Grêmio. Mas cheguei lá e encontrei seu Zé Carlos, pai de Titi, e a resenha começou. Minha amiga-xará também queria ir na torcida do Bahia.
Então, antes do jogo, fui conhecendo e conversando com muita gente. Colorados que estavam ali pra apoiar e torcedores apaixonados pelo Esquadrão. Todos cientes da dificuldade da missão do time, mas acreditando que era possível reverter. Esse era o espírito da torcida: todos queriam colocar um dendê no churrasco gaúcho.
Do jeito que estavam falando que o time estava revoltado com as críticas durante a semana, eu achei que o time ia entrar com sangue nos olhos. Onze valentes em campo. Por que essa seria a verdadeira resposta a quem quer que fosse. Críticas existem e devem ser rebatidas com o resultado dentro de campo.
Mas o que vi quando a bola rolou foi algo tão esquisito, tão amorfo, tão decepcionante que nem tenho vontade de esmiuçar o que aconteceu ali. E, no final das contas, alguns jogadores (digo alguns por que não procurei saber de todos) nem sabiam que a tal nota de repúdio existia.
Comecei assistindo o jogo exatamente de frente à lateral esquerda, com seu Gerley na minha frente. Que desastre! Faixa de campo vazia, uma avenida pavimentada e iluminada. Só via, de vez em quando, as chuteiras laranjas do jogador do Grêmio ganhar todas. O jogo do Esquadrão se espremia pelo flanco direito, enquanto que a esquerda não tinha utilidade. As jogadas paravam nas tentativas toscas de drible ou passes errados.
Houve falha em todos os setores. Defesa atrasada, meio de campo perdido, ataque ineficiente, laterais inexistentes. No intervalo o discurso foi uníssono: “tá ruim mas vai melhorar, vamos confiar!” Um sorriso amarelo mas o pessoal tinha fé. Não deu. Fui embora 10 minutos antes de terminar.
Não culpo somente a limitação de elenco, houve uma decadência técnica evidente. Aconteceram erros primários de passe, longe de qualquer lembrança das piores atuações do Bahia na temporada.
Na boa, o time do Bahia não é tão ruim. Precisa de um zagueiro, um lateral esquerdo, um volante e pelo menos um atacante, sendo que o volante pode até ser dispensável.
Mas hoje vi outro problema: vi um time que não queria jogar, totalmente diferente dos jogos anteriores e do treino a mim relatado. Não que tenha sido isso, mas pareceu um típico jogo de quem quer derrubar técnico. Não encontro outra explicação. A ruindade não se instala de uma hora pra outra e não foi jogo onde o Grêmio não deixou o Bahia jogar. O Grêmio somente administrou a situação. O Bahia tropeçou nas próprias pernas.
Enfim, que se levante quem está sentado, que treine quem está parado, que assine o cheque quem é responsável por contratar e que saia da frente quem não quer nada com nada. Senão, amigo, a zona do rebaixamento é logo ali.
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