é goleada tricolor na internet
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Publicada em 18 de fevereiro de 2011 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Não culpem São Judas Tadeu

Ano de 2009, logo que Marcelo Filho foi eleito presidente do Tricolor, apostei no seu projeto de levar o Bahia para a Primeira Divisão e não me decepcionei. Naquele início de gestão com claudicações naturais, com o clube no fundo do poço, era óbvio que nenhum mortal seria capaz de fazer milagres. Só os sonhadores poderiam imaginar fórmulas mágicas que substituíssem o dinheiro.

Em 2010, mais experiente, o presidente tricolor deu impulsos maiores no projeto Primeira Divisão e as coisas começaram a acontecer desde a chegada de Renato Gaúcho, que deu uma sacudida no Bahia e na torcida. Pelo menos foi a partir dali que o Bahia reapareceu na mídia nacional e, por conseqüência, o projeto ganhou força e credibilidade, então foi formado um bom elenco e as coisas aconteceram com qualidade.

Sob todo tipo de críticas e insinuações torpes contra o meu caráter, prossegui dando total apoio a administração de Marcelo Filho, pois sabia que o trabalho estava sendo feito de forma correta com o objetivo único de recolocar o Bahia na elite do futebol brasileiro. Vi que, apesar dos movimentos efervescentes que visavam outras diretrizes no sentido de melhorar o clube, a prioridade absoluta foi dada ao projeto Bahia Primeira Divisão em detrimento de quaisquer outros clamores.

Finda a jornada 2010, era de se imaginar que outras prioridades devessem estar na pauta da diretoria, principalmente dotando a Instituição de credibilidade e honrando todos os seus compromissos. E mais uma vez achei que tudo estava dentro do princípio básico que levou o Bahia a reconquistar o seu lugar na elite do futebol brasileiro, envidando esforços para honrar, pelo menos, os compromissos assumidos na atual gestão.

Porém, o que não posso é deixar de emitir a minha opinião de acordo com as evidências, com os acontecimentos e, principalmente, com a minha consciência. Daí que não acho a política de renovação do elenco errada. Ela teria, sim, de acontecer, porém, não na intensidade que foi. Reconheço que Carlos Magno, Thiego, Ramon e Zezinho têm qualidades comprovadas e, caso estivessem à disposição do técnico, talvez nem Lourenço tivesse caído.

O ponto crítico atual está na forma como o Bahia vem sendo conduzido no que diz respeito à liquidez com os seus credores. É dessa cultura caloteira que tenho todas as restrições! Ou se corrige isso, ou todo o trabalho do ano passado vai por água abaixo. Se as minhas palavras parecerem levianas, é culpa das evidências e dos fatos. Vide Jael, recusas de Alvarez, Geninho, Gusmão etc. etc. E ainda me permito ao direito de perguntar: por que Márcio Araújo não está no Bahia?

A verdade é que o furacão Jael passou pelo Fazendão, arrancou o pau da barraca, jogou ao chão a cobertura e deixou o clube a céu aberto… Então se soube que ex-técnicos e jogadores tinham créditos a receber, que alguns dos atuais jogadores estariam recebendo em dia, outros não, e assim colocaram a vaca a caminho do brejo… Não entrou ainda, mas tá ali, nos limites do brejo e do lado mais inclinado.

O que de mais importante poderia acontecer na atual gestão tricolor seria uma mudança radical nos velhos e viciados costumes dessa cultura de mandar técnicos e jogadores embora sem lhes pagar de imediato o que é devido, por direito! O que se diz é que os acordos só são cumpridos na Justiça Trabalhista. Então, como trazer um técnico renomado? Como trazer um grande jogador?

Dentro dessa crise de credibilidade, e, depois da recusa de alguns técnicos mais renomados, eis que surge Vagner Benazzi, que nunca treinou time de massa e tem atrelado à sua imagem um profissional desequilibrado, emocionalmente, à beira do campo. O seu passaporte para o Bahia certamente foi o desejo de treinar um clube tradicional da série “A” e a necessidade do Bahia em ter um trunfo capaz de blindar a sua diretoria em caso de uma derrota contra seu maior rival, no próximo domingo. A desculpa estaria pronta.

Fizeram de Rogério Lourenço bode expiatório e agora sobrou pra Chiquinho. Não o deixaram trabalhar!… Pra que o efetivaram? Que processo ingrato, humilhante e injusto de transferência de responsabilidade é esse? Isto prova que há insegurança, principalmente sobre a aposta que fizeram ao desmontar o time do ano passado e que agora está causando estragos com ares incontroláveis. Se não meditarem sobre tudo que foi feito de janeiro até então, e se medidas fortes não forem tomadas e filosofias reavaliadas, a vaca rompe a cerca e entra no brejo definitivamente…

E por favor, não culpem o patrono do Bahia, São Judas Tadeu, dizendo que ele não quis a concorrência de Francisco de Assis no clube e sugeriu um nome italiano – Benazzi, que não é santo –, que é mais chique do que Chico. Ou será que estão devendo promessas ao santo? Se assim for, paguem as promessas com urgência que a velha estrela tricolor volta rapidinho, e com ela a calmaria.

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