O mundo está mudando, ainda que alguns insistam que não. O problema é que nem todos querem ou estão interessados em mudanças. Aliás, essa é uma palavra que causa medo a muita gente, mais precisamente os ultrapassados.
Ao longo dos últimos vinte anos, acompanhamos acontecimentos que mudaram o mundo radicalmente. O fim da Guerra Fria, a queda do Muro de Berlim e a extinção da URSS são bons exemplos. Hoje nos EUA, país da Ku Klux Klan, grupo de segregação racial, um negro acaba de ser eleito presidente. Poderia forçar um pouco a memória para relembrar mais alguns, porém, seria cansativo e desnecessário para o objetivo ao qual me proponho.
Todos esses fatos surgiram a partir da necessidade de mudança. Com esforço, boa vontade das pessoas e, acima de tudo, tendo objetivos comuns, ela aconteceu. Estamos falando de milhares de pessoas, com pensamentos e ideologias diferentes, mas que em algum momento na vida deixaram a vaidade de lado e partiram para o abraço, literalmente. A união faz a força.
O que isso tem a ver conosco? Precisamos fazer com que essas notícias cheguem rápido pelas bandas do Fazendão. Acredito que o trabalho e o amor ao Esquadrão de Aço tenham deixado nossos líderes com os olhos fechados durante todo esse tempo. Quem sabe não seria um novo começo? Ainda há tempo para despertar, sair desse estado de letargia no qual nos encontramos e, como Fênix, ressurgir das cinzas.
Não podemos dizer que nada aconteceu desde nossa maior conquista, o título de 88. Mudamos muito. De lá pra cá, só acumulamos fracassos e recordes negativos como em nenhuma outra época da história do clube. Perdemos a hegemonia regional, vimos o time de Canabrava crescer, deixamos de ser referência no futebol do NE e fomos convidados a participar das divisões inferiores do campeonato brasileiro por três vezes. Quanta honra, não? Ah! Também perdemos o estádio que nunca foi nosso. Chegamos a ser a terceira força da Bahia e, se um dia nos orgulhamos por termos sido hepta, hoje nos envergonhamos. Estamos há sete anos sem dar uma volta olímpica. Triste Bahia!
Os donos do poder dizem que não são os culpados e atacam, postura típica de quem está pouco preocupado com o objetivo final. Eles não enxergam a nossa decadência, cada vez mais evidente e exposta. Acreditam que tudo vai passar e que os fracassos são obras do caso. A oposição, por sua vez, se nivela por baixo e chega muitas vezes a atos de sandice e irresponsabilidade. E assim vamos caminhando lentamente rumo à extinção.
Quem está com a razão? Oposição, situação, pouco me interessa. A única e absoluta verdade é que todos saem derrotados, afinal, compartilham a mesma paixão chamada Esporte Clube Bahia.
XXX
A conta é simples: vencer duas e torcer por tropeços dos quatro últimos colocados, nas próximas rodadas. Qualquer resultado adverso será sinônimo de fortes emoções. Se bem que depois do gol salvador de Charles ano passado, dificilmente teremos algo que nos surpreenda.
Voltar ao antigo porão do futebol brasileiro, em qualquer situação já seria desastroso, imaginem na nossa. Não, não merecemos isso. Mas como o time já entregou os pontos e com o problema dos salários atrasados, confesso estar receoso.
Os últimos jogos foram lamentáveis. Time apático, jogadores sem brio, uma verdadeira falta de interesse. Culpá-los? Não! Acho até que eles foram bem longe, se considerarmos a qualidade do elenco. Eles se superaram, na maioria das vezes. O jogo contra o Corinthians pode servir como exemplo.
Foram vítimas do inimaginável: a briga com a torcida no Fazendão. Coincidência ou não, depois desse episódio, nossa campanha começou a declinar. Ato irresponsável de uma minoria, que pode ter influenciado diretamente os resultados. E para completar, atraso de salário.
É, infelizmente, não nos restam muitas alternativas, a não ser torcer. E é o que vou fazer.
Saudações Tricolores!
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