Efetivamente o Bahia não é um clube finalizador na formação do atleta. As promessas aparecem, mas não são trabalhadas como deveriam ser. Os garotos ficam como se fossem um projeto à parte do clube, e, sem o tratamento motivador adequado buscam meios de saírem em busca de um clube mais voltado para a valorização dos emergentes.
Vejamos casos recentes como Mansur, um flagrante do descaso da direção de juniores, à época, e a quase perda do garoto Anderson Talisca.
Muitos garotos desistem do Bahia na metade do caminho. Por que será? Descaso, e não há outra explicação. O tratamento dispensado aos garotos, mesmo que o momento seja de decisão de campeonato, é muito inferior ao que recebe o grupo profissional. É isto que não deve acontecer, o garoto tem de aprender a gostar de jogar no clube pelo respeito dispensado a ele. O clube precisa aprender a cativar suas crias para que a recíproca seja verdadeira.
O que consigo ver é uma recíproca antagônica na base do se não há amor, ingratidão com ingratidão se paga. O Bahia não está e nunca esteve referência para o garoto querer jogar no clube e não é de agora, convenhamos, principalmente depois da Lei Pelé que só veio proporcionar benefícios aos oportunistas que se autoproclamam donos desses garotos. Lamento dizer isto, mas esta é uma constatação e não uma simples opinião.
A minha crítica é no mais amplo sentido construtivo e não na caça as bruxas. Esta é uma questão que tenho certeza, o presidente Marcelo Filho saberá assimilar e considera-la razoável, pois, acredito que não é nada que não se esteja discutindo internamente e buscando uma fórmula exata para o problema que efetivamente existe.
Anderson Melo se diz desmotivado, tomara que ao invés de punição o jogador seja chamado pelo departamento de futebol e ouça dele o motivo dessa desmotivação. Recriminá-lo é que não é certo, certo é motiva-lo mostrando a ele que sua oportunidade chegará porque o clube assim o deseja. Anderson Melo, talvez, nem baiano seja. Por isso mesmo necessita da atenção do clube que possivelmente o acolheu desde os 12 anos de idade.
Não sei se o imediatismo cultural no Bahia criou essa resistência que vem se expandindo de geração em geração, mas o fato é que esperanças como Cícero, Luís Alberto, Felipe, Rafael goleiro do Santos atualmente , Anselmo Ramon, Vander e uma infinidade deles tenham se desmotivado e deixado o clube ao longo da história. Vander nem é um jogador que eu possa admirar, mas esta não é a questão, sim como se perde o jogador.
Sabemos que todo jogador, ou a grande maioria, tem um procurador, um agente, uma pessoa qualquer para gerenciar sua carreira, mas por isso mesmo é que o clube precisa estar muito atento para que esses oportunistas não prejudiquem o clube. E eles têm prejudicado sim, jamais hesitam em tirar um jogador do Bahia e entregar ao rival, principalmente.
Os méritos da formação do atleta vão todos para quem os acolhem, quando na verdade quem revela é o Bahia, mas que não finaliza por absoluto descaso de quem deveria exigir de quem de direito o respeito ao trabalho nas divisões inferiores.
Não consigo entender como o Bahia encontrou motivos para liberar jogadores como Lenine, Dudu e Matheus Souza… Nem mesmo Cristovam havia chegado e os jogadores já estavam fora dos planos do clube. Como entender diferente o que se passa com as divisões de base do Bahia? Mota foi demitido, talvez tenha sido um bom negócio pro Bahia que já vem sofrendo muito fora de campo e não precisa que alguém de dentro ajude a ficar pior.
Em 1990/91 a Divisão de Base só não acabou porque Marcelo Guimarães bancou todo o departamento sozinho. E Justiça seja feita a Marcelo Guimarães, a hotelaria das divisões inferiores do Bahia foi construída na sua gestão, é oportuno lhe fazer justiça. Graças a isso a Divisão de Base do Bahia sobreviveu, inclusive com escola para os garotos, coordenada pela senhora esposa de Marcelo Guimarães. Depois tudo isso foi deixado de lado e nos últimos tempos até o desleixo com os prédios ficou acentuado.
Torço muito para que Cristovam observe os garotos que foram relegados a um segundo plano e conceda uma nova chance para esses meninos, pois, além do investimento do clube na formação desses atletas, há um potencial neles capaz de fazer bonito pelo Bahia, só precisam é do apoio de uma pessoa coerente e sábia como Cristovam, que tem bom conhecimento de causa, já que foi um atleta formado no Bahia, que assim como tantos outros na história tricolor com suas divisões de base, foi embora para fazer sucesso em outros clubes.
Só para enriquecer um pouco os meus argumentos quero dizer que Beijoca, embora formado no Bahia, foi dispensado com passe livre e foi fazer bonito no Fortaleza, sendo ídolo e artilheiro do clube e de todo o campeonato de lá. Depois o próprio Bahia o comprou de volta, o resto da história de Beijoca no Bahia não preciso contar.
É claro que o novo CT em Dias DÁvila está sendo construído para mudar essa história, é o que se espera e é o sonho de todos que torcem verdadeiramente pelo Bahia. Mas nem por isso tenho de deixar de cobrar a atenção que os garotos merecem. Eles são a mais imediata chance de o Bahia sair dessa estagnação técnica das piores possíveis. A esperança é Cristovam prestigiar a Base.
PAULO ROSALES
Cristovam, por favor, conceda uma chance a esse jogador. Não sei o motivo que levou a diretoria tricolor a coloca-lo à margem. Mas você, tenho certeza, observará esse extraordinário meia canhoto, de passes precisos, inteligente e acima da média dos que aí estão, que certamente cairia como uma luva no seu time ideal.
FREDIE ADU
Onde andas tu? O jogador precisa de sequência, porque pelo pouco que pude observar dele, sabe jogar e se tiver chances, acontecerá com certeza. Mas tenha certeza meu caro, com Cristovam haverá chances para que você mostre porque veio para o Bahia.
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