Minha Análise - Bahia 0 x 1 Santos

Meus Amigos,

Num sábado decepcionante para o torcedor tricolor, o Bahia foi derrotado pelo Santos por 1x0, em partida válida pela 10ª rodada do Brasileiro/19.

Desde a chegada em Pituaço, com empurra-empurra na estação de metrô, passando pela desorganização para troca de ingressos dos sócios que compraram pela internet (em média 20 minutos de espera), sujeira, estádio mal cuidado, escuro, com falta de alimentos e bebidas durante a partida, péssima partida do Bahia e finalizando com mais de 30 minutos em média numa passarela que não se sabe se foi projetada para isso, a “experiência” deste sábado foi terrível e merece revisão urgente por parte da direção. Corremos um risco claro de uma nova tragédia se medidas não forem tomadas de forma preventiva, já para o próximo confronto que seja realizado naquela praça esportiva. Rever a logística, assegurar maior conforto, segurança, organização, é o mínimo que se espera de uma direção que pede tanto o apoio da torcida e está sendo retribuída. Da mesma forma que se irá implantar reconhecimento facial, para evitar a utilização de cartão por quem não é sócio, se espera limpeza nos banheiros, atenção e rapidez quanto às filas e, principalmente, segurança para utilizar o metrô em dia de jogos no Pituaço. Repito, é inaceitável o que aconteceu sábado, pelo segundo jogo seguido lá, com os mesmos problemas.

Voltando ao confronto, Roger Machado errou tudo que era possível na peleja. A escalação equivocada, com Shaylon e Ramires, o esquema 4141 com linhas muito baixas, as alterações proferidas e a falta de ousadia foram determinantes para que o Bahia fosse dominado pelo Santos em boa parte do confronto.

A equipe paulista veio para Salvador com o intuito de esperar o Bahia. Não exerceu marcação pressão nos primeiros 30 minutos, não trocou tantos passes como está acostumado e o Bahia não soube explorar isso exatamente porque Roger montou a equipe de forma totalmente incoerente. Shaylon e Arthur Caíke não podem jogar tão recuados como aconteceu sábado. Fernandão isolado foi um jogador a menos. Passamos 30 dias treinando e o time não foi capaz de mostrar um outro esquema tático, para jogar em casa? Surreal.

Isso ficou claro visto que as poucas jogadas criadas pelo Bahia decorreram da aproximação de Arthur Caíke com Fernandão. Inclusive este foi ao fundo e cruzou para o camisa 77 chutar na pequena área e o arqueiro santista defender. Somente isso de destaque em 45 minutos. Jogo muito pobre do tricolor.

Na volta do intervalo, esperava-se mais agressividade do Bahia. Entretanto, o que se viu foi um time recuado, somente buscando jogar no contra-ataque, sem ter as peças certas para tal. Além disso, se no primeiro tempo o Santos pouco assustou, na segunda parte Sampaoli vendo a frouxidão da equipe mandante mudou a forma de jogar. Tirou o péssimo Uribe e Vitor Ferraz e colocou Marinho e Jean Mota. Partiu para um 343 claro. Pelo lado tricolor, Shaylon, que havia chutado uma bola com perigo antes, saiu para a entrada de Guerra.

As alterações santistas empurraram o Bahia ainda mais para o seu campo defensivo. O time de Roger Machado passou a viver exclusivamente dos passes longos de Guerra e de Arthur Caíke, para a velocidade de Artur. Quase nada foi produzido com essas jogadas. O Santos, em contrapartida, exigiu de Douglas uma belíssima defesa, na cabeçada de Sasha e ainda botou uma bola na trave.

As entradas de Elber e Gilberto foram suficientes somente para um lance, onde Gilberto perdeu um gol sem goleiro, inclusive. De resto, era bola pra frente e domínio total da zaga santista. O lance do gol inclusive decorre de um erro das escolhas de Roger Machado. Guerra, que jamais poderia jogar tão recuado, cometeu um pênalti desclassificante em Sanchez. Na cobrança o Uruguaio chutou, Douglas defendeu,e no rebote ele mesmo marcou. 1X0, que se arrastou até o apito final.

Douglas – Importantíssimo. Se não fosse ele, teríamos tomado goleada.

Ezequiel – Fraco a defender e fraco a apoiar. Se quiser disputar a posição com Nino, precisa melhorar muito.

LF – Não foi tão seguro quanto na quarta-feira, mas não comprometeu. Só um 3 dedos maluco no 1. tempo.

Juninho – Mais seguro que o capitão, fez uma boa partida.

Moisés – Mais uma vez muito bem na defesa, quase um 3 zagueiro. Mas pouco foi ao ataque.

Elton – Segurou sozinho o meio campo, em face da pouca marcação dos outros meias.

Shaylon – O pior em campo. Se quiser vingar no futebol, precisa ser mais participativo. Chegar mais a frente, ter mais coragem para arriscar dribles e chutes. Burocrático demais.

Ramires – Foi o melhor do meio, mas pode render mais. E precisa parar com essa mania de “chapar” a bola de esquerda. Não acerta uma. Bata no gol, pelo menos.

Artur – Uma partida abaixo do esperado, muito em decorrência da insistência em jogar todas as bolas para ele.

Arthur Caíke – Sabe jogar, mas nesse esquema de sofrimento do treinador não terá chances.

Fernandão – Morrerá de fome desta forma. O esquema atual mata o centroavante, visto à distância de quase 40 metros entre o meio e o centroavante.

Guerra – Mais um que mostrou saber jogar, mas neste esquema terá dificuldades. O pênalti cometido reflete a escalação infeliz nesta noite.

Elber – Entrou numa maresia desgraçada. Não fez quase nada.

Gilberto – Entrou e perdeu um gol ridículo. Inaceitável.

Roger Machado – Gosto do seu trabalho, de suas convicções, mas neste sábado errou tudo. Porque jogar com linhas tão baixas? Porque jogar com no 4141? Porque não testar Yuri e Elton? Marco Antonio? Arriscou com as entradas de Guerra, Gilberto e Elber, quando deveria levar esse jogo de outra forma. Inclusive, ficou 30 dias treinando e não apresentou outro esquema tático? Sequer variação tática durante a partida, com as alterações. Já jogamos num 442, com Fernandão e Arthur Caíke contra o Corinthians e ganhamos o confronto. Marcação alta e uma boa partida. Porque não tentar novamente? São dúvidas que precisam ser respondidas ao longo das próximas rodadas. A forma de jogar da Copa do Brasil não deve ser a mesma para jogar em casa pelo Brasileiro.