O outrora festejado técnico Cristóvão Borges, após as últimas exibições do time, quando colecionou derrotas e empates, está em baixa com a torcida do Bahia. Basta ouvir as conversas nos botecos da cidade, onde sobram definições como frouxo, medroso e retranqueiro. Há até quem peça a sua demissão.
Após a euforia pelo triunfo diante do rival de Canabrava, multiplicaram-se as críticas relacionadas ao desenho tático da equipe que privilegia a defesa, característica típica de treinadores que passaram ultimamente pelo Esquadrão sem deixar saudade, como Joel Santana.
Será que essa opção parte da convicção do treinador por uma forma de jogar ou pela falta de opções no elenco, principalmente da ausência de um jogador capaz de abastecer os atacantes? Se analisarmos bem o plantel, veremos que o treinador não dispõe de nenhum jogador especialista nas famosas assistências (termo originário do basquete muito em moda no futebol brasileiro).
Marquinhos Gabriel rende mais atuando pelo lado do campo e puxando contra-ataques, assim como Wallyson e Barbio. Talisca, que poderia atuar como terceiro homem, jogando mais centralizado, foi utilizado mais como atacante nesse Brasileirão, o que deu certo apenas contra o São Paulo, no Morumbi, quando marcou um dos gols do triunfo. Falta Cristóvão enxergar que o garoto, considerado a maior promessa da base, deve disputar a posição com o canhoto Hélder que, mesmo sendo considerado por ele o craque do time, erra mais do que acerta.
A verdade é que desde a subida da Série B, quando o maestro Morais cansou de colocar Adriano Michael Jackson frente a frente com o goleiro, o elenco do Bahia está órfão de jogadores com essa qualidade. Outros clubes também não possuem este meia armador e os que atuam no futebol brasileiro, atualmente, são considerados veteranos, como, por exemplo, Alex (Coritiba), Seedorf (Botafogo) e Juninho Pernambucano (Vasco).
Talvez essa seja a explicação para a reprodução de esquemas de jogo que privilegiam o povoamento do meio de campo com volantes, sejam eles de contenção ou não. O time do Grêmio, adversário de ontem, é um bom exemplo disso. Joga como o Bahia, com Riveros, Ramiro e Souza no meio, que exercem funções parecidas com Feijão ou Fahel, Rafael Miranda e Hélder. Só que no caso do tricolor gaúcho, eles contam com Elano e Zé Roberto, que para sorte do tricolor de cá só entraram no final da partida.
O que nos resta é torcer até o final do campeonato pela permanência na Série A e cobrar dos dirigentes, desde já, o planejamento da equipe para a próxima temporada. Repetir os erros dos últimos anos nem pensar, com contratações em quantidade e sem qualidade. Os três setores da equipe precisam ser reforçados com critérios técnicos e não empresariais. Os garotos, antes de serem queimados pela torcida e a crônica esportiva, precisam de uma base sólida para provarem que têm potencial para permanecer na equipe.
E se sonhar é preciso, nada melhor do que imaginar a temporada de 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil, com um ídolo vestindo a camisa 10, uma espécie em extinção no Fazendão: Jorge Wagner.
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