Márcio Araújo, a palavra é sua!

Queria dar um tempo e ver o desenrolar da segundona sem me preocupar. Mas como não me preocupar vendo esse bom time que o Bahia tem tropeçar tanto em Pituaçu? Não tinha nada que sair na bola, Renê, no lance do gol. O zagueiro estava na disputa e o máximo que ocorreria seria aquela cabeçada que você defenderia sem esforço se não tivesse saído “vendido” no lance. Tudo isso sem isentar o zagueiro de culpa. E lá se foram mais dois preciosos pontos…

Será que os gols que Jael tem perdido de cara com o goleiro, e outros que ele poderia passar para o companheiro melhor colocado, não estão fazendo a diferença? Ah, mas ele já fez oito… E daí? O Bahia poderia estar na liderança se o centroavante fosse menos egoísta e passasse a bola ao invés de tentar ser um raio-x . Rogerinho tem que soltar mais a bola e ser mais objetivo. Também!

Agora é moda ver goleiro fazer uma defesa e ficar vibrando como se tivesse marcado um gol. Deixa pra fazer isso no final do jogo porque pra goleiro a soma das suas intervenções é que irá determinar a sua eficiência, e não lances isolados. Goleiro vai do céu pro inferno numa única falha, mesmo depois de salvar o time em alguns lances. Os grandes goleiros são sóbrios e discretos, vide Rogério Ceni.

Ávine é sinônimo de comprometimento, amor à camisa e garra aliadas a alguma técnica. Mas precisa aprender ir ao fundo e cruzar tirando do seu marcador. Assim, como faz o Jancarlos. É só uma questão de calma quando chegar ao fundo. Faltaria treinamento de fundamentos no Bahia? Zico não cansa de dizer que ficava horas depois dos treinos ensaiando cobranças de faltas. Chegou à perfeição.

Auxiliar técnico tem de servir para alguma coisa, então seria útil fazer anotações das deficiências individuais durante os jogos e corrigir isto com muito treinamento. Potencial existe no jogador, é só desenvolvê-lo. Dizem que não se ensina ninguém a jogar bola, tudo bem, mas pode sim se aperfeiçoar a técnica desse jogador. Não restam dúvidas!

Morais precisa se tornar um maestro no meio de campo, segurando mais a bola e criando jogadas que motivem a desenvoltura dos demais companheiros. Tá faltando essa criação no meio campo tricolor, alguém que assuma o comando – chamando a responsabilidade para si, como se diz na gíria – e determine o ritmo do jogo. Ninguém melhor que Morais, no elenco tricolor, pra fazer isso.

Tomara que Márcio Araújo não queira sacrificar um meia avançado para colocar Marcone quando este estiver recuperado. Fábio Bahia está muito bem e Bruno Octávio idem, e se continuarem bem, Marcone terá de aguardar a sua vez. Até acho que o Bahia deveria jogar com Gral em lugar de Rogerinho, que não está num bom momento, e por isso mesmo seria bom poupá-lo. Dá sim pra jogar dessa forma, é só ter ousadia, principalmente pela necessidade de ascender.

Na verdade, o que me preocupa mesmo é ver Renê sendo eleito o melhor jogador em campo – com mérito – mesmo tendo falhado na saída que redundou no gol do Bragantino. Acontece. Este é um fato que indica de forma óbvia que é preciso corrigir detalhes técnicos e emocionais. Se os salários estão em dia, o elenco é o melhor possível dentro das circunstâncias, a torcida é fiel, o time está no G-4, e os resultados dos adversários têm favorecido ao Bahia, então definitivamente não há uma equação problemática. Márcio Araújo, a palavra é sua!

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Fazendo Justiça

Recentemente escrevi que a zaga do Bahia não marcava e que Nen precisava encontrar o futebol que o trouxe para o Bahia. Ultimamente Nen tem jogado e marcado muito bem. Alison está no mesmo nível do companheiro. Ninguém é perfeito, entretanto, mas no atacado a zaga tá bem.