Minimizar a insatisfação do torcedor, consequência do efeito Drubscky, ao anunciar a contratação do ex-dirigente do Atlético-MG, Junior Chávare, onde era diretor das categorias de base, da qual foi afastado e ato contínuo demitido pelo clube mineiro, não deixou de ser uma saída para o Presidente Guilherme. Chávare trabalhou no Grêmio e já tem uma certa experiência, e, embora nada indique que ele já atuou com o futebol profissional, assumiu no Bahia a gerência de futebol “nas quatro linhas”.
— fico me perguntando qual será a função de Dado Cavalcante se surge esse gerente, desaparece o técnico e aparece o auxiliar do gerente das “quatro linhas”. Ou é isso ou estão estragando a minha imaginação.
É tanta confusão que até me permite alguma ironia. Assim mesmo vamos tentando entender com o passar do tempo — já que inventaram um algo a mais que não existia no Bahia — o novato cargo com status de Diretor *Executivo de Futebol para dar brilho numa aposta chamada Drubscky — *Executivo é para florear o título.
— Diria que na prática Drubscky será o diretor do DADE com mais alguns “puxadinhos”, com supervisão, é claro, do chefão centralizador que não abre mão de nada, nem na hora de a onça beber água. E tem mais uma pérola do chefe; “a antiga diretoria de futebol está entre esses dois profissionais” — Chávare e Drubscky. Pronto, nos próximos capítulos veremos o impasse entre a mão e o bombril para ver quem é mesmo que dá o brilho.
O planejamento verbalizado que o Presidente do Bahia apresentou no dia 3 deste mês é uma confusão única. Só quem compreende é o próprio Bellintani e talvez Victor Ferraz, que estava silencioso ao lado e assim continuou, como convém ao establischment Tricolor. Ou será que o leitor entendeu tudo e o burro aqui é o colunista? A essa altura dos acontecimentos não sei se René ainda é funcionário do Bahia, pois, se não estou enganado foi contratado como gerente de futebol, mas agora o gerente é Chávare. Tá ou não tá muito enredada a gestão dessas pessoas? Parece que sim.
Há coisas que não consigo entender na nova filosofia “revolucionária” no departamento futebol da imaginação de Guilherme Bellintani, pois, dispensar Elton, que joga numa posição carente de bons jogadores e seria ótimo reserva — Elton nunca decepcionou –, para possivelmente contratar Jonas, que não joga há 15 meses devido às lesões, contraria completamente o discurso do próprio Bellintani — mas se pode complicar, pra que facilitar? Abrir mão de Zeca sem que este tivesse qualquer sequência de jogos, também não me pareceu razoável.
Posso até entender tudo isso como uma “vassourada” para renovar conceitos, tentar fazer acontecer e não por deficiência técnica, pois, se assim fosse teria que colocar o zagueiro Juninho no mesmo pacote e, a exemplo de Clayson, tentar emprestá-lo a outro clube onde ele pudesse deslanchar.
Fato é que o departamento de futebol do Bahia foi fracionado para que uma função possa frear a outra e nenhum dirigente um degrau abaixo apareça mais que o Presidente. Ou alguém imagina o novo Diretor
de Futebol com autonomia para contratar quem o Gerente pedir? Nada disso, o regime no Bahia transcende o presidencialismo e vai além das vãs filosofias que pregam o verbo transitivo delegar.
Quando a autonomia dos departamentos é clara e funciona, o Presidente discute valores, dispõe a verba ideal para tal departamento, delega poderes e, a partir desse ponto, apenas cobrará resultados. Afinal os profissionais foram contratados pelo Presidente do clube e isto é o que define o cargo de confiança. Simples assim.
Apesar de todas essas questões de difícil compreensão, nem tudo está errado na Cidade Tricolor. Dado Cavalcante e seus jogadores estão se saindo bem e a performance, boa ou regular, vai mascarando algumas dificuldades da gestão no Bahia. E se ganhar o Ba-vi, pode até começar a nadar de braçadas nessas águas, digamos assim, barrentas.
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