é goleada tricolor na internet
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Publicada em 15 de maio de 2024 às 10:20 por Djalma Gomes

Djalma Gomes

alves70@hotmail.com

Manter a alegria sem se deixar levar pela euforia

Enquanto o Bahia do primeiro trimestre causava delírios devido à ótima performance na fase de ajustes no campeonato baiano, consequentemente passava a falsa ilusão de time pronto. A realidade dos fatos mostrou que não era bem assim. O leitor pode até arguir que, paralelo ao campeonato baiano, há a Copa Nordeste como teste de reforço. Pode ser, mas não com o atual modelo classificatório da CN porque alguns dos clubes mais tradicionais de Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas, nem sempre estão presentes e isso por si só sugere a necessidade de se encontrar uma nova fórmula que possa corrigir essa distorção para qualificar o torneio. 

Admito, mas não aceito, o “Nordestão” sem os seguintes clubes, juntos na competição: Náutico; Santa Cruz; Sport; Bahia; Vitória; Ceará; Fortaleza; CRB; CSA; América-RN e ABC. O problema é mais pela dificuldade com o calendário para fazer a competição por pontos corridos, compreendo, mas que se encontre uma fórmula para reunir esses clubes e suas enormes torcidas na competição. São os mais tradicionais no Ranking nordestino – salvo também, um ou dois da Paraíba. 

Retomando o assunto inicial desta coluna, acho que essa ilusão com base no campeonato doméstico acabou por contagiar a todos, exceto Rogério Ceni que manteve ileso os princípios de uma filosofia de trabalho visando o futuro a médio prazo na atual temporada e, alheio ao delírio da torcida, enviou “soldados reservistas” para a primeira batalha contra o rival, perdendo-a, inclusive. Nesse caso é certo dizer que os efeitos de longo prazo destroem os benefícios de curto prazo. É só observar o Bahia da competição doméstica e o Bahia que compete no campeonato nacional. 

Sob intensa severidade da crítica, Rogério Ceni, por enxergar o objetivo num contexto da grandeza de um projeto ambicioso, arriscou calculadamente todo o seu prestígio por acreditar no que faz e pelo que o trouxe para esse projeto. Então na retomada da batalha doméstica, já em competição nacional deu o troco. A ver pelo placar com empate no último Bavi quando fez um segundo tempo excelente tirando dois pontos do rival e ganhando um ponto – acho que ficou claro qual é a prioridade do GC.  

A verdade é que o campeonato baiano vive do Bavi, e quem passa com a vantagem tem o quinhão maior da ilusão. Por isso concluo que o campeonato doméstico não dá régua e nem compasso para uma performance sequer sofrível no Campeonato Brasileiro. Se olharmos o passado pelo retrovisor constataremos quantos foram os fracassos do Tricolor na Era dos pontos corridos – só para ilustrar meu raciocínio, temos agora como exemplo o Vitória egresso da série B, embevecido com o acesso e o título de campeão baiano, porém, atualmente, tentando tirar leite de pedra no Campeonato Brasileiro para escapar de um possível fiasco.    

A fase ascendente do Bahia é devido ao bom elenco que inegavelmente possui e, ainda assim, apesar da boa campanha neste início do Brasileirão, não é um time pronto. Precisa de algumas peças especificas para reforço do elenco, além de dar prosseguimento ao padrão de jogo estabelecido por Rogério. Esse padrão não acontece a toque de caixa e muito menos sob pressão. É um processo que demanda muita conversa, tempo, treino, e jogos para que efetivamente se obtenha o entrosamento necessário ao longo da temporada. 

Infelizmente o torcedor não gosta desse tipo de análise porque para esse o “aqui e agora” é o lema, oriundo do anseio maior que a paciência. Isto o força a raciocinar com a mente apaixonada e não com o racional da razoabilidade, o que acaba por jogar uma pressão imensa sobre diretores, treinador e jogadores. Então é preciso que esses tenham ouvidos de mercador para seguir a filosofia de trabalho já que os pilares do projeto têm consistência para edificar a médio e longo prazos um Bahia muito poderoso. 

O momento Tricolor ainda está longe do amanhã projetado pelo Grupo City. O processo é demorado e requer a paciência que o sucesso reclama. O dinheiro dá a condição, mas não tem o poder imediato de antecipar a equação de um projeto tão grande – não há investimento capaz de dar retorno a curto prazo. O que o torcedor tem de fazer para o bem da sua saúde mental é manter a alegria sem se deixar levar pela euforia e, acreditar sem medo de errar, no futuro do Bahia. Estar eufórico é um estado da alegria, se deixar levar pela euforia é um estado da paixão. Isto é tão simples quanto razoável.  

TRAGÉDIA GAÚCHA

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