é goleada tricolor na internet
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Publicada em 8 de dezembro de 2024 às 19:54 por Cassio Nascimento

Cassio Nascimento

Magna Negligentia Culpa Est. Magna Culpa Dolus Est

O Bahia brocou. Brocou um defunto que jogou com raça, movido a grana, mas sem produzir nada, por conta das próprias limitações.

Brocardes vós, libertatum est. Na paronomásia da trajetória ceniana no tricolor, existe um brocardo que alude ao título deste texto. O Bahia, do ponto de vista formal, fez história com a maxima punctum em um campeonato brasileiro de campos corridos. Classificou-se para a Libertadores depois de longos 35 anos, desde quando este escriba que vos coluniza era um pré-adolescente. No entanto, do ponto de vista material, 2024 não foi um ano satisfatório para o tricolor, em função do investimento realizado pelo grupo financeiro que o controla.

O inédito ganho esportivo, assim por dizer, não apagará os reveses dentro de campo, tendo o time de Seu Rogério sido superado pela equipe da Limpurb, pelo alvirrubro das Alagoas e pelo Flamídia nas competições disputadas neste ano. Com um futebol pouco produtivo, jogadores fora de posição e completa inadaptabilidade aos adversários e momentos de jogo, o sinal amarelo pisca na Fazendávila. É preciso fazer muito mais, a começar pela demissão imediata do técnico do Bahia e de pelo menos uns 5 jogadores, se quiser alcançar patamares mais altos no futebol sul-americano.

Rogério melhorou nas últimas partidas. Depois de trinta e tantas rodadas ele se tocou que precisa deixar de ser teimoso e ouvir conselhos. Hoje o Bahia foi muito mais objetivo dentro de campo, jogando realmente para a frente. Luciano, o uruguaio, é titular absoluto e candidatíssimo a ídolo. A equipe tem qualidade, tem potencial, e só precisa ser melhor montada e articulada. No entanto, a equipe se afoba, não aguenta a pressão, erra muito. São lições para um 2025 muito próximo.

Enfim, voltemos à nobre arte dos brocardos, das brocagens e das brocações. Podemos resumir o campeonato brasileiro do Bahia como um sonho seguido de um pesadelo com final feliz. Não foi bem uma jornada do herói, mas o elixir da Liberta tá na mão. O Bahia fez de tudo para não se classificar, jogou pedra em santo e ainda tacou fogo. Cometeu uma heresia atrás da outra e está onde está mais por incompetência alheia do que competência própria.

Diz o título deste ensaio uma conhecida frase que resume o instituto da responsabilidade civil no direito. A Teoria da Culpa, baseada em preceitos da Roma Antiga, assevera que a negligência em excesso é culpa; e a culpa em excesso é o dolo. A culpa pode ser in committendo, in omittendo; in vigilando ou in eligendo. O Bahia, em cada rodada, foi comissivo ou omissivo com más atuações e resultados. Apesar de tudo, o Cruzeiro e outros menos votados foram igualmente ineficazes. Mesmo com tantas derrotas seguidas, o Bahia chegou lá porque apresentou um grande futebol no primeiro turno, que logo depois caiu na mesmice. Agradeçamos, inclusive, a Flamengo e Botafogo pela abertura de mais duas vagas na zona da Libertadores.

Formalmente, o Bahia não superou o amontoado de trinta anos atrás comandado por Joel Sardinha, posto que este ficou em sétimo. Materialmente, o Bahia deu o maior passo de sua história desde 1988.

Diz-se, quando se noticiam crimes nos telejornais, que fulano cometeu “homicídio culposo, quando não há intenção de matar”. Eu cá tenho minhas dúvidas se houve a classificação culposa precedida pelo dolo direto de segundo grau. Havia intenção de classificação formal, havia intenção de desclassificação material. Enfim, eis um caso inédito de classificação culposa para a libertadores, com dolo direto eventual de segundo grau: mesmo com a máxima negligência, o resultado colateral foi positivo. Ah, foda-se: eu estou na Liberta! O resto só cacareja!

Até 2025 e saudações tricolores! Boas festas a todos.

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