é goleada tricolor na internet
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Publicada em 6 de novembro de 2011 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Largo al factotum

O título está equivocado. Foi um ato falho da minha parte. Eu pensei em como Joel é “largo” e, acidentalmente, sapequei esse título aí que tem “largo” num outro contexto, significado, e numa outra língua (italiano). O correto mesmo seria dizer “Largo al largo”.

Explico, relutante e pernosticamente: esse título de uma ária do Barbeiro de Sevilha (o famoso Fígaro), de Rossini, quer dizer, mais ou menos, “Abram alas para o pau-para-toda-obra” ou “Deixem passar o factótum (ou o faz-tudo)”. Convenhamos que Joel não se enquadra nessa categoria de quem tudo faz. Podemos até dizer jocosamente que ele tudo faz para pôr tudo a perder…

Mas temos que convir que o cara tem sorte. Toda aquela sorte que falta semanalmente aos milhares de perdedores das loterias parece estar concentrada e disponível para uso privativo do Papai Joel. Como se diz popularmente: o bicho é largo! Por isso, abramos passagem para esse escancarado técnico.

Eu juro que me sentei aqui defronte do computador disposto a escrever uma crônica épica, melosa, lacrimogênea, ainda embalado pelas emoções díspares e intensas vividas durante esse Bahia 4×3 São Paulo. Gostaria muito de ressaltar o espírito de luta dos nossos jogadores, a nossa mística histórica, o ressurgimento de nossa estrela. Gostaria de estar comemorando desenfreadamente.

Agradar-me-ia sobremodo discorrer parágrafo após parágrafo sobre como o canto do Hino Tricolor por parte da nossa torcida abafou as vozes dos são-paulinos (baianos de Juazeiro, de Jacobina, etc.) presentes em Pituaçu, os quais, quando o São Paulo estava nos vencendo por 3×1, entoavam o “elogiável” grito de “Oxente, baiano não é gente!”.

Entretanto, seria um ato desonesto comigo mesmo dar essa ênfase, embora fosse muito mais cômodo e agradável, para mim, atribuir a sensacional virada do Bahia a esses fatores que enumerei. Quem virou o jogo foi Joel. Não necessariamente o técnico, mas o ente ou a entidade.

Como eu já mencionei, o técnico pareceu ter errado feio ao promover a entrada de Lulinha no lugar de Magno. A torcida, que tudo vê, sabe e pressente, chiou barbaridade. Para piorar, o São Paulo fez o terceiro gol logo nesse momento. Joel aturou os gritos de burro estoicamente e, ato contínuo, fez da entrada de Nikão a sua redenção. E Júnior, que já houvera entrado no intervalo, resolveu acertar absolutamente tudo que fez em campo. Esse trio (Lulinha, Júnior e Nikão), com a honorável colaboração de Souza, teve participação em todos os quatro gols do Bahia. Santo forte da zorra…

Ao final do jogo eu tinha a impressão que o técnico iria incorporar o Chapolim Colorado e dizer aos repórteres: “Não contavam com a minha astúcia!”

O que ninguém contava mesmo era com a largura das suas partes, Joel. Embora eu ainda esteja muito preocupado com o nosso futuro imediato, com sua sorte é possível até que nos livremos da segundona com 42 pontos. Largo al largo. Pode passar!

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