Quero acreditar nesse time do Bahia, quero fazer de conta que no Tricolor existem grandes jogadores capazes e comprometidos, que sabem onde querem chegar, que tem senso coletivo, equilíbrio, brio e noção da história do Esquadrão com farto conteúdo de um clube que nasceu para vencer e que apenas passa por uma má fase. Quero acreditar, apenas…, mas não é isso que o mais sereno dos meus sentimentos me diz.
A minha percepção é mais realista e lida claramente com a razão. Ainda ontem, 29, lidei com essa realidade que revelou-me o nível técnico do Bahia de Bellintani, que, pelo que tem produzido ao longo dos ultimos 4 anos, é o mesmo de times como Atlético-GO, Cuiabá, Juventude, Sport, em dias de inspiração. Sem inspiração é semelhante tecnicamente ao CRB, CSA, Guarani, Ponte Petra, Coritiba, Goiás, Avaí, Cruzeiro, Botafogo, com mínimas diferenças para mais ou menos.
Perdeu para o Atlético-GO e Sport respectivamente, 12 pontos. e empatou na bacia das almas, sabe Deus como, com o Cuiabá e Juventude. Perdeu para o Flamengo — é verdade que em condições bem adversas e injustas — e a diretoria fez a “festa” no intervalo entre Rio e Recife, já preparando o espírito do torcedor para num possível fracasso mais à frente –caindo –, jogar a culpa nas costas da arbitragem dos jogos Flamengo e Juventude, tirando o fardo de si. Só que o torcedor não é desinteligente.
— Não que não houvessem os absurdos das arbitragens contra o Bahia, foram mais que isso, foram erros crassos. Mas o porquê de os dois jogos seguintes, pós jogo com Flamengo, terem sidos desastrosos para as pretensões do clube, não sabem explicar sem ter como motivo principal a arbitragem, porque sem os erros dos árbitros, estariam explicando a própria incompetência.
Convém lembrar que contra Sport foram seis pontos sem influência da arbitragem. Contra o Cuiabá foram quatro pontos com a arbitragem errando a favor do Bahia e teria perdido se não fosse isso. Agora a situação estaria ainda pior do que já está.
Nesse dia 29, em Goiás, Nino Paraíba, se achou Pelé e resolveu fazer o que não sabe. Pode ter decretado naquele lance bizarro, a descida do clube à série B. Foi irresponsável, não pensou no coletivo, não pensou que ali poderia ser o fim do Bahia na Série A pelos próximos anos. E não vale dizer que fez o lance de cabeça baixa porque não é verdade. Tem vídeos e fotos com Rossi correndo ao lado de Nino, com Ronaldo do outro lado, desde o início do lance. Tocava a bola para a direita e Rossi ficaria de cara com goleiro.
— Eu já vi o Bahia cair por incompetência, mas por egoísmo irresponsável de um jogador, nunca! Mas como miséria pouca é tiquinho, Ronaldo — a teimosia personificada de Guto — resolveu complementar o que Nino houvera começado e facilitou o gol do Atlético ao não correr para matar a jogada, o que pode ter mudado bisonhamente a sorte e o destino do Bahia.
— Juninho Capixaba… achei que foi uma contratação bem feita, mas ele só decepciona e nesse dia 29 contribuiu decisivamente para a derrota que fez um mal bem danoso ao Bahia.
As falhas foram sucessivas no segundo gol dos goianos, não foi no detalhe, como disse Guto, que o Bahia perdeu.
Tom Chung, escreveu em “Qualidade Começa em Mim” que; você pode ser dotado da determinação de um Amyr Klink, da graça e elegância de um Fred Astaire, do carisma de Gandhi ou da inteligência espiritual de Einstein, ou um Dalai Lama, porque, se um ser humano realizou algo, você tem condições de fazer o mesmo, ou melhor.
Porém, se você insistir em se manter num estado emocional negativo, nunca irá acessar e despertar os potenciais de excelência, pois, saiba que seu comportamento não é o resultado da sua capacidade adquirida com treinamentos em si, mas do estado emocional e físico que você experimenta num dado momento.
Creio que assim se explica o time de futebol do Bahia, especialmente alguns jogadores que são derrotados porque as emoções nunca lhes permitem tomar decisões essenciais e difíceis, muito menos perceber em que situação se encontravam em determinado momento de um jogo que requeria a inteligência e equilíbrio emocional de um jogador de xadrez.
Nossa compulsão pelos resultados é gerada, no nosso interior, pela vontade de mudar a maneira como queremos sentir isso. Uma vez que nossa realidade é subjetiva, uma parte do indivíduo talvez queira um jeito de experimentar sentimentos ou emoções diferentes. Talvez, tenha sido esse o caso de Nino Paraíba, em Goiânia. Lance que pode custar caro ao Bahia.
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