O mercado nacional de futebol finalmente começa a entender que o Bahia não será um mero participante nas competições futebolísticas, seu patamar técnico será outro completamente diferente ao de temporadas anteriores. Vale, porém, acrescentar que competirá também no balcão das negociações dentro e fora do Brasil sempre para vencer. Podem achá-lo irreverente e ousado comercialmente falando, mas nunca irresponsável a ponto de se endividar, apostem nisso.
– No mercado inflacionado do futebol desde o Oriente ao Ocidente, especialmente no Continente Europeu, o poder pelo poder aquisitivo é quem forma os melhores times. No Brasil, com o Bahia, não será diferente.
O Grupo City ao adquirir o Bahia entregou uma mensagem ao mercado dizendo que não chegou aqui para fazer do Bahia apenas um time de referência regional, mas sim de referência internacional porque investir no futebol é o negócio do City Football Grupo. Isto tá incomodando muito, e assim será até o mercado se acostumar com o novo paradigma estabelecido pelo Bahia.
Fazer a pré-temporada deste ano em Manchester, por exemplo, não significa só uma ação interativa motivacional. Significa muito mais. Significa inserir efetivamente o Tricolor no âmbito do maior conglomerado de futebol do mundo com a devida importância que de fato o Bahia tem para o Grupo City – não à toa, será construído um novo CT no mesmo padrão do que há em Manchester, que deverá ter o seu início ainda neste semestre, com conclusão prevista para meados de 2026.
A imprensa e os clubes do Sul e Sudeste do Brasil cometeram uma falha – salvo honrosas exceções – recorrente ao não se interessarem devidamente em conhecer a negociação entre o Grupo City e o E.C. Bahia, em detalhes. Não consideraram o evento que agora tanto os incomoda. Ah, sim! O Nordeste para eles não importa. Talvez considerem o City Football Group apenas um investidor temporário que a qualquer momento bate as asas e vai embora. Falam desse poder aquisitivo do Bahia como se fosse algo errado, e há entre esses os que sugerem uma insurreição contra o poder do Bahia.
A esses desatualizados e inconformados e com a entrada do Grupo City no Brasil pelo Nordeste – sempre tratado de forma pejorativa pela mente atrofiada do preconceito sulista – que vive na bolha da ignorância desconhecendo o Nordeste como o berço do Brasil e de toda a sua história, esclareço que o nordestino Bahia não é apenas parceiro de um investidor qualquer. O Bahia já é seguramente até aqui, e assim deverá continuar, a segunda maior unidade pertencente ao City Football Group – conforme vaticinado pelo CEO do City Football Group, Ferran Soriano, em maio do ano passado.
Para alumiar um pouco mais a mente do preconceito sulista: De acordo com o contrato de compra e venda entre City e Bahia, o Grupo City comprou por R$ 1 bilhão 90% da Sociedade Anônima do Futebol – SAF – constituída pelo Bahia. O dinheiro será dividido para três finalidades, a saber: R$ 500 milhões para a compra de jogadores; R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas; R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base, capital de giro, entre outros.
– O prazo para que o valor seja investido é de 15 anos. No entanto, a expectativa é de que a maior parte seja feita nos primeiros três anos. Além disso, há a obrigação contratual de que o fundo estrangeiro deve manter folha salarial, no mínimo, de R$ 120 milhões por ano ou 60% da receita bruta da SAF – excetuando transferências de jogadores –, o que for maior.
Então senhores, a quebra de paradigmas que ora acontece no futebol do Nordeste – caso específico do Bahia, tema desta coluna – é para o crescimento não só do Bahia, mas do futebol de uma região subjugada pelos chamados grandes clubes sulinos e sudestinos, porque querendo ou não os senhores jornalistas – sulistas ou sulinos, do sudeste ou sudestinos, tanto faz, porque a classe gramatical pouco importa para definir uma região – torcedores de times de futebol, o Bahia e o Nordeste faz parte do Brasil.
Portanto, não me venha com esse desprovimento de inteligência falando de Fair-Play só porque o Bahia ao ser adquirido pelo Grupo City entrou forte no mercado e mexeu com o ego provinciano de alguns dirigentes de clubes e de parte da imprensa do famoso Eixo.
Os torcedores de clubes das demais regiões do Brasil, que são tocados pela paixão, podem até expressar o desespero que os acometem em forma de “indignação”. Não justifica, mas explica. Entretanto, quando se trata da imprensa televisada, falada e escrita, aí não tem explicação para tanto sectarismo, proselitismo, intolerância etc. etc. não importa qual adjetivo, são sinônimos.
Na verdade, sulistas e sudestinos que fazem esse jornalismo com tanta lealdade à nobreza elitista dos seus clubes de preferência, deveriam, isto sim, sugerir para os respectivos dirigentes desses grandes clubes, considerar mais a paixão leal do torcedor e realizar gestões responsáveis, agindo objetivamente visando por exemplo: jogar limpo; ter modo leal de agir; não prevaricar; jogar justo; não gastar mais do que arrecada; trabalhar visando a sanidade financeira do clube; então, isto sim, é Fair Play.
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