O Bahia se transformou em uma casa de marimbondos neste período que antecede as eleições do Clube. Todo mundo tem medo até de mosquito, tal a desconfiança. Pior é que eu havia jurado para mim mesmo não escrever mais sobre isso, mas o dever para com o Tricolor me fascina de tal modo que torna-se impossível a minha passividade neste processo, que pretende, pelo andar da carruagem, ser dos mais confusos.
Bota confusão nisso! Fala-se em racha, fala-se de traição, fala-se em união, fala-se até em consenso, como se consenso fosse tão simples assim no meio de tanta gente desconfiada. Olhe que tudo isso acontece nas várias facções que se dizem situação e oposição. No Bahia do Século XXI existem multicorrentes. Não há soma total e redonda, há frações.
Na situação o racha se caracteriza quando o renomado jurista Celso Castro, pessoa ligada ao ex-presidente Paulo Maracajá, vem em público dar um parecer de que Marcelo Filho não tem condição de ser o presidente do Tricolor, posto que a sua função como Deputado Federal o impediria de exercer o cargo de presidente do Bahia. Como leigo na área jurídica deduzo que há coerência no que diz o Dr. Celso Castro. Agora, o mistério que está por trás do esclarecimento público do Dr. Castro é que determina o suspense do filme.
Seria tudo um jogo treinado para na “hora H”, na impossibilidade de Marcelo Filho, ser declarado como candidato à presidência do Tricolor, o Ruy Aciolly? Eu, particularmente, não creio nesta possibilidade, mas que nesse açúcar tem formiga, ah!… tem sim, senhor! Eu acho que muita água ainda passará embaixo da ponte até o dia da eleição.
Esperar não custa para ver os acontecimentos. Quem pensa que já viu tudo, ainda não viu a metade. O momento é crítico, mas o Bahia está ainda mais crítico e por isso mesmo carente da responsabilidade de todos que fazem a nação tricolor. Os nossos olhos, às vezes, pressionam mais que mil palavras ditas em um minuto. Vigília, minha gente, muita vigília!
Na oposição o desentendimento é público e notório. Num determinado momento, fala-se em Fernando Jorge, num outro momento fala-se em Ismerim, num outro fala-se em Rui Cordeiro, que só aparece em época de eleição, meio fusco e às vezes invisível. O certo é que na oposição falta consenso, falta união e, sobretudo, e falta-lhe Norte. Só falo que Ismerim é oposição porque o presidente de uma Torcida Organizada declarou apoio ao mesmo, dizendo que não é situação.
Por outro lado, a oposição excomunga Ismerim, e ao que parece excomungou o meteórico Cordeiro. Mas, afinal, quem é mesmo a oposição? Desculpem-me, quem é mesmo o candidato desta? Na verdade eu só vejo mesmo como oposição, bem feita e racional, apenas o movimento Revolução Tricolor. Talvez peque pela inexperiência jovial do grupo e pela boa fé de estar ao lado de todas as correntes que se dizem contrárias à situação. Não está errado, mas perde a referência.
Enfim, cá estou em cima do muro, como muitos pensam, mas olhando um lado e outro, não para ficar do lado de quem vencer, simplesmente, mas para ver pra onde estão levando o meu Bahia. Repito o que disse na coluna anterior: a mim não interessa mais de qual corrente venha o candidato, me interessa apenas saber se ele terá condições de presidir o Bahia com dignidade e competência administrativa. O que importa para mim é ver o Bahia no lugar dele.
O momento do Bahia é tão desalentador que até o Ministério Público, em nome (…) da dignidade do Estado e em defesa árdua (…) do dinheiro público, embargou de vez as obras de Pituaçu. Ora, dane-se o futebol baiano, dane-se o Bahia!! Afinal, pra quê o Bahia precisa de estádio? Que importância tem o Bahia (…) para a Bahia? Pra quê a Bahia precisa de um equipamento (…) como Pituaçu? Ademais, se o combalido e heróico Tricolor está de pé e atordoado então à beira do precipício, é fácil empurrá-lo para a morte… Exultem, senhores coveiros, vosso trabalho está garantido!
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É isso aí, Bahia. Está terminando o campeonato da Série B em Feira de Santana, de forma triste, mas com dignidade. 2×1 sobre o Marília não o faz melhor e nem pior, mas tira aquela sensação de desespero de escapar com as “calças nas mãos” na última hora. Agora é esquecer o passado, esperar pelo novo presidente e renovar o elenco para 2009.
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Tem time por aí “invicto”. São várias rodadas sem ganhar uma, está na sétima rodada sem sabor de comemoração. O pior é que tudo indica que continuará assim, pois o Grêmio Porto-alegrense tá querendo o título e não vai ser o Vitória que vai impedir isto. Mas vale parabenizar o grupo por ter mantido o clube na Primeira Divisão.
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