Não tenho a pretensão de achar ou querer que o que escrevo seja unanimidade, nem poderia ser, já que toda unanimidade é burra diriam os filósofos do cotidiano. Mas um fato me chamou atenção: desde o jogo contra o Coritiba a postura do time do Bahia em campo tem sido bem diferente daquele marasmo que mais parecia jogar o jogo para não levar W-O.
Essa unanimidade a qual me refiro é porque retratei nas duas últimas colunas o sentimento, que não é só meu, em relação à descaracterização daquele Bahia do passado de lutas e triunfos impossíveis, mas sim de uma nação na sua quase totalidade. Eu não coloquei em dúvida a capacidade técnica do time, mas sim a falta de comprometimento.
Veja que contra o Coritiba o Bahia já jogava bem e se entregava, cedeu o empate quando lhe faltou força física, que, aliado ao lado psicológico, ao tomar o primeiro gol, fez o time desabar em campo e levar o segundo.
Em São Paulo, contra o Palmeiras, o time soube estar em campo para ganhar o jogo e não para empatar, sequer. A derrota seria uma catástrofe de guerra, houve disciplina tática e a presença motivadora de Caio Junior, pregando também jogar com alma eu não estava tão crítico assim, exigia o que eles jogadores podem e devem dar.
Preciso também fazer justiça ao Zé Roberto e criticar a impaciência dessa torcida guerreira, que afinal, haveria de ter algum defeito. Marcando um uma época mais contemporânea lembro-me do magrinho e desconhecido lateral direito recém saído das categorias de Base que já fazia o papel do moderno e ainda incógnito ala…
Daniel Alves era então um projeto da celebridade de hoje. Porém, a torcida queria vê-lo pelas costas o mais rápido possível! E quando finalmente o viu pelas costas e bem distante do Fazendão, passou a venerá-lo com uma idolatria retardada e a execrar a diretoria de então. Alguém de sã consciência não gostaria de ter Cícero aqui no Bahia? Mas saiu daqui expulso pela torcida.
Souza quase foi perdido pelo Bahia se dependesse da vontade do torcedor. Alguém sequer admite hoje Souza fora do Bahia? Dodô, lateral esquerdo, é outro exemplo dessa impaciência. E os que recentemente faziam apologia à dispensa imediata de Zé Roberto, desejam agora que o Bahia o dispense? Foi uma contratação da incompetência? Faça-se justiça à diretoria do clube que soube fazer ouvido de mercador em relação a esses e outros jogadores.
Quem sabe não desaprende, às vezes falta-lhe alguma condição para exercer na sua plenitude o dom inquestionável que Deus lhe facultou, isso em todas as profissões… Não estou achando que está tudo dentro do que a torcida deseja, não é isso. Apenas pontuo detalhes da impaciência que pode causar arrependimentos.
Vou continuar dizendo que o jogador precisa mesmo é estar consciente da grandeza do clube que lhe paga, que deve se preocupar menos com a aparência pessoal diante das câmeras. Cabelos, penduricalhos nas orelhas, tatuagens e chuteiras coloridas não ganham jogo e nem aplacam a ira do torcedor. Jogar e transpirar são o que o torcedor quer ver em quem defende seu clube. Ganhar é consequência.
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