Vou sempre torcer pro Bahia ganhar. Sempre. E isso inclui fora das 4 linhas também. O Bahia não pode ficar a mercê de resultados isolados pra fazer a alegria dessa torcida constantemente humilhada nos últimos tempos.
Não é porque ganhamos um ou outro jogo que as coisas entram nos eixos. Muito pelo contrário. Se não há mudanças estruturais, vamos viver eternamente de conjunturas passageiras. Um triunfo aqui, uma quebra de tabu ali, um campeonato baiano acolá. Pela primeira vez ter aparecido entre os 10 primeiros do campeonato (em 10o, e na 3a rodada só, com 4 times com um jogo a menos) em 3 anos de volta à elite é uma vergonha.
Por isso, as mudanças no clube precisam ocorrer independente dos próximos resultados no campo. Cristóvão parece ter dado um bom jeito no time dentro de campo. Por que ele só veio agora? Por que o Bahia nos impôs goela abaixo um recordista de rejeição como Joel, que durou meros 7 jogos?
Jorginho também parecia ter ajeitado o time, e era super celebrado por isso. Em três meses perdeu todo o encanto que parecia ter conquistado. A diretoria do Bahia se dobrou aos resultados ruins da equipe que ela mesma montou. O Bahia contratou mais de 15 reforços pontuais em 2013 e quase todos ou estão no banco ou já foram dispensados. Isso aconteceu também em 2012, quando apenas Neto, dos contratados naquele ano, era titular na reta final do Brasileiro. Ou seja, é muita incompetência na hora de contratar. E muito mais ainda na hora de vender.
Eu vou sempre torcer pro Bahia ganhar, como qualquer torcedor de verdade. Mas eu sei que, do jeito que está, ganhar vai ser sempre uma eventualidade para o Bahia. Comemorei muito os gols de ontem, a vitória suada e histórica contra o Inter. Mas, acabado o jogo, eu continuava com a consciência de que as coisas precisam mudar para que os triunfos se tornem uma rotina, e não espasmos de felicidade.
Como bem apontou o comentarista da TV Bahia, Darino Sena, a imagem da torcedora, no estádio de Caxias do Sul, pulando e vibrando com o gol do Bahia, e, ao mesmo tempo, segurando o cartaz de “Fora MGF” é a síntese deste momento do clube: euforia com consciência.
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