Futebol na Bahia é assim, vai dar Bahia ou Vitória no final, outra vez, assim como na maioria dos campeonatos baianos acontecidos. Óbvio. As decepções se sucedem a cada ano com os times fora da dupla mais famosa do Norte/Nordeste. Há casos esporádicos como Fluminense de Feira, Galícia e Colo Colo de Ilhéus que ganharam campeonatos estaduais nos últimos 40 anos, porque dos semi-extintos do futebol nem valeria a pena lembrar. Não por preconceito, mas por saudades.
Quem não gostaria de ver o Ypiranga “o mais querido”, o Galícia “demolidor de campeões”, o Botafogo “diabos rubros”, o Leônico “moleque travesso” e o Guarany “alviverde” de volta e estruturados ajudando a fazer a festa do campeonato com as suas tradições? Mas isso é tão difícil quanto a fé remover montanhas, como pregam os otimistas.
Os dirigentes desse futebol viram então no interior do Estado a possível salvação do campeonato baiano, que a bem da verdade a tradição do Flu de Feira foi um dos mais indiretos indicadores do possível sucesso dessa, hoje, frustração. As razões para se acreditar nisso eram fortes. Como não se imaginar cidades como Vitória da Conquista, Itabuna e Ilhéus, pelas suas tradições culturais e desenvolvimento, não dar certo com o futebol? Difícil, tanto que até hoje se acredita.
Os times formados em Conquista sempre tiveram a mesma temperatura da cidade, Itabuna é um eterno fogo de palha, e Ilhéus teve um espasmo de organização e conseguiu chegar num ano para já no outro entrar na rotina que marca o futebol do interior. Desses apenas o Primeiro Passo de Vit. da Conquista vem tentando mudar a tradição do futebol interiorano com mais profissionalismo. Falta marketing, entretanto.
O que falta ao futebol profissional do interior baiano é o que sobra no interior de São Paulo, investimento do capital privado – empresas – e ajuda constante da Federação Paulista de Futebol, inclusive, com um marketing perfeito em cada cidade para que o empresariado – e haja simpósios! – acredite e invista no futebol como retorno dobrado.
Na Bahia se faz um caminho que jamais chega a lugar algum. Prefeituras. Dinheiro público não deve ser para a sustentação de times de futebol. O que as prefeituras poderiam fazer, e não fazem, é doar terrenos para a construção em parceria, da infra-estrutura dos clubes de futebol das suas cidades e isentar por alguns anos os clubes dos impostos municipais, claro, e fazer lobby para os clubes junto as empresas. Na contrapartida os clubes ficariam comprometidos no lado social com essas prefeituras com as escolas profissionalizantes. O resto seria da competência dos dirigentes.
Muitos se perguntam por que o Fluminense de Feira é o maior vendedor de ilusões ao se colocar como pretendente à cadeira de terceira força do futebol baiano. Muito simples a resposta: desagregação. O Flu é um clube de muita política interna e de pouca ação, consequentemente. Vive de esmolas da prefeitura e de uns poucos empresários sem muita expressão financeira.
Na cidade está uma das maiores cervejarias do Brasil, uma fábrica de pneus das maiores do mundo, e inúmeras empresas de alcance nacional, e, entretanto, nenhuma patrocina o Fluminense, quiçá foram procuradas! Falta credibilidade, vontade, capacidade política, prestígio, união, gestão e homens que amem verdadeiramente o Fluminense da Princesa do Sertão. Falta quase tudo.
É uma pena, porque um time que entre outros feitos lançou Evaristo de Macedo definitivamente no cenário dos técnicos famosos e forneceu ao Bahia e outros times do futebol brasileiro jogadores como Mário Braga, Sapatão, Ubaldo, Luís Alberto, Alex, Mundinho, João Daniel, Edinho, Delorme, Gilson Porto, Onça e tantos outros, era para estar para o futebol da Bahia assim como o Santos, por exemplo, está para São Paulo.
Mas é isso aí mesmo… e o futebol baiano continuará vivendo às custas do Bahia e do Vitória. Depois os dirigentes do interior da Bahia ficam se desculpando dos seus fracassos tão rotineiros com acusações à Federação, Bahia e Vitória, de manipularem o campeonato em causa própria. Mas não é bem assim que verdade reclama, não. Quando houve competência – espasmos de competência – o Flu de Feira e o Colo Colo de Ilhéus foram campeões.
A Federação Baihana de Futebol deveria criar um fórum de discussões sobre esse tema e dar início a uma série de simpósios em todas as cidades que têm times de futebol profissionais. Mas é preciso contratar profissionais à altura do objetivo, há empresas específicas para esse eventos. A idéia fica aqui registrada.
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Que fatalidade! Logo quando Alison vinha se destacando como um dos melhores jogadores do Bahia, aí surge a infelicidade num lance nem tão necessário assim, a interrupção por no mínimo seis mêses de uma carreira promissora. Mas certamente, responsável como é Alison e com a competência médica e de uma diretoria de futebol não menos responsáveis, talvez mesmo antes dos seis mêses ele estará de volta. Com fé em Deus.
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A diferença de atitudes administrativas se nota logo que se chega ao Fazendão. Veja o leitor que até uma simples idéia de um poço artesiano já economizará em cerca de 70% a despesa com a EMBASA.
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Eu não tenho dúvida de que a próxima diretoria do Bahia herdará um clube 100% saneado. O caminho é longo e difícil, mas com a competência administrativa que vai se tornando visível no Bahia de hoje, realmente não tenho dúvida do futuro que toda a torcida sonha.
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Acima, no texto principal, não abordei sobre o Flamengo de Ilhéus, um clube de tradição e que se não me engano já foi, também, Campeão Baiano. É a bruma do tempo que causa esse hiato na minha memória. Desculpem-me os Ilheenses e Flamenguistas da terra morena.
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