Absolutamente previsível qualquer time que vá enfrentar o Figueirense encontrar dificuldades e até perder, como foi o caso do Bahia recentemente. O Figueirense não é superior ao Bahia, este é que estava numa noite em que só Fernando jogava bola. Os demais estavam abaixo da crítica. Acontece. Nem por isso, entretanto, dá pra dizer que o Bahia não tem time, ou não tem peças de reposição. Isso é a ânsia do torcedor.
Página virada, o Bahia tem apenas de fazer o dever de casa, que é o que lhe compete nesse momento, e deverá fazer. Acho engraçado o pânico que se apoderou de parte da torcida após a derrota em Santa Catarina. Expressões como o Sport tá chegando, o Bahia que se cuide de repente se tornaram numa revelação de medo… Será que esse mesmo time não já provou competência ao longo deste campeonato? Esquecem que Sport no confronto direto está em desvantagem com o Tricolor? Por acaso, o Bahia foi condenado a perder todas daqui em diante por gosto ou prazer de algum sobrenatural? Cabeça fria, minha gente!
Assisti o jogo América de Minas e ASA, e o que vi foi um América pequeno e amedrontado em campo. Aliás, nunca vi no time mineiro futebol para merecer estar dentro do G4, acho apenas que tem time para não cair. Só isso. Não devemos esquecer que o Bahia ganhou em Arapiraca sem dificuldade, pelo menos ameaçado de perder não esteve jamais. Verdade que futebol é um tanto quanto incógnito quando se trata de enfrentamento em campo, mesmo assim sou mais Bahia anos luz! O time de Alagoas, com todo respeito, não tem de ser uma ameaça para o Bahia.
Ano passado, quando a bola já rolava lá pelas tantas da primeira fase, eu não conseguia enxergar uma possibilidade real de o Bahia ascender à série A. Não com aquele time. Neste ano enxerguei desde que a bola rolou essa real possibilidade de ascensão e assim continuo sem temor algum. Se Márcio Araújo fizesse a mudança que acabou fazendo, contra o Figueirense, logo no início do segundo tempo, a história do jogo poderia ter sido outra. Não é uma crítica pejorativa, é uma opinião.
Fernando foi digno da camisa que defende e do ótimo goleiro que ele é, lacrou o seu reduto e mostrou porque pode e deve ser titular no Bahia. Um time vencedor começa por um grande goleiro, por isso mesmo não acho necessário dizer que o Bahia teria levado uma enfiada se não fosse o Fernando, afinal ele é parte do time. Se no finalzinho do primeiro tempo o Bahia não tivesse perdido um gol de cara com o goleiro o resultado poderia ter sido até favorável ao Tricolor no final.
Quem me garante que Márcio não faria aquela mudança no início do segundo tempo se a partida estivesse empatada? De repente, Nen já está velho demais, Alison foi avenida e Arilton foi o culpado de tudo… De tudo o quê? Simplesmente o esquema tático que o Bahia usa não funcionou nessa partida. Ao término do jogo ouvi um radialista dizer que o Bahia não tem peça de reposição e isso pode ser um elemento complicador… Ele extrapolou tanto em pessimismo que quase me converteu ao seu estado. Parecia que o Bahia já era carta fora do baralho, até desliguei o radinho de pilha para não entrar em depressão…
Mas o que me impressiona mesmo é essa falta de bom senso e de boa vontade do homem para com o seu próximo. Renê foi suspenso por 12 meses por ter usado um medicamento que contém uma substância proibida, mas que não surte efeito estimulante algum. Às vezes usamos, aleatoriamente, medicamentos para cessar uma dor de cabeça ou para outra eventualidade qualquer do organismo sem sequer ler aquela bula de letras microscópicas para saber o que estamos ingerindo. Foi o que Renê fez, creio. Um atleta não deve fazer uso de nenhuma substância fora das normas do departamento médico do clube. Compreendo.
Mas crime certamente não é. Longe disso, digamos uma imprudência. E isso não merece perdão? O fato de o atleta estar perante o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, com a esposa, já não seria um pedido de clemência da família para que fosse concedido o direito ao pai dessa família de exercer a sua profissão? É lamentável tanta falta de sentimento de piedade. Poderiam até condená-lo, mas não por tanto tempo ao ponto de impedir que o jogador mantenha-se um digno trabalhador para sustentar a sua família. Não estaria dizendo nada disso aqui se o atleta fosse usuário de drogas, o que não é o caso, absolutamente.
Ao jogador, cabe a culpa da imprudência, mas ao Tribunal cabe analisar os antecedentes do atleta e adverti-lo com punição de 28 dias, já cumpridos, e mais 30, sei lá! É coisa que me foge da compreensão a imposição de um ano de cerceamento, podendo ainda ser aumentada essa pena para dois anos, salvo engano deste colunista. O presidente desse rito de crueldade ainda achou que os seus pares foram muito condescendentes no julgamento e votou por dois anos de suspensão… Foi voto vencido. Que pensar de uma estupidez dessas?
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