Ao contrário do que ocorreu nos jogos contra o Santos e o São Paulo, ante o Atlético-MG o Bahia fez um primeiro tempo melhor que o segundo. Um pouco por conta da própria deficiência e cansaço (e a ineficiência do banco de reservas, cujas opções escolhidas por Jorginho não conseguiram render muito em campo quando entraram). Mas, o principal fator que fez o jogo ficar mais equilibrado, foi a melhora do Galo, a partir de mudanças de posicionamento (e de jogadores) promovidas por Cuca.
Mas, no frigir dos ovos, um jogo sem grandes emoções, com algumas chances pros dois lados, mas sem empolgar. Por outro lado, o Bahia mostra-se sólido e capaz de encarar qualquer adversário, fazendo um jogo razoável, mas bem melhor que a maioria dos jogos do primeiro turno, inclusive o primeiro embate contra o Atlético, que também empatamos, mas, daquela vez, devido a muita sorte.
O discurso de Jorginho ainda é animador. Pés no chão, mas com vontade de melhorar e acreditando nisso. Mesmo após as vitórias contundentes sobre Santos e São Paulo, o discurso era sem deslumbramento, de insatisfação e busca por evolução. Isso é bom. Pelo menos enquanto não irritar os jogadores, caso se sintam desprestigiados. Já vi isso acontecer demais no futebol, e espero que Jorginho tenha o jogo de cintura e o papo boleiro no vestiário pra contornar alguma situação nesse sentido.
Sobre o jogo, nosso principal problema voltou a ser o passe. A quantidade de erros foi crucial. Zé Roberto não vem bem e Lulinha não conseguiu ser tão produtivo quanto Gabriel. Lulinha é, definitivamente, um jogador de segundo tempo. Com a ausência de Gabriel, Jorginho pode tentar alternativas, mas nada parece muito promissor. Cláudio Pitbull está visivelmente fora de ritmo, sem conseguir dar sequência a jogada alguma, totalmente inofensivo. Ciro parece não contar com a simpatia de ninguém, e Jones é aquela grossura que conhecemos.
Utilizar dois centroavantes me parece improdutivo, sobretudo sendo um deles Júnior. Lembrei agora de Elias, que começou razoável e pode ganhar uma oportunidade, se mostrar a Jorginho alguma coisa nos treinos. Talvez seja a melhor opção atualmente. Uma alternativa seria adiantar Zé Roberto e lançar Caio de início, mas este também não parece estar em boa forma ainda. Ainda há Jeferson, para fazer a meiuca, mas pelo jeito ele não está agradando muito, pois sequer tem sido relacionado. De Mancini eu não espero nada, e Vander, que poderia ser uma opção interessante, está nesse imbróglio com a direção. O tal do Ryder, sabe-se lá que anda fazendo.
A defesa está sólida, com os volantes e os zagueiros bem articulados. Titi parece ter voltado à boa forma de 2011 e Danny Morais está seguro. Falta qualidade técnica ao trio de volantes, mas tem sobrado vontade e disposição. Diones e Helder têm, inclusive, chegado algumas vezes ao ataque, taticamente bem distribuídos. O problema é que lhes falta categoria. Em tese, Kleberson seria um jogador pra ocupar uma dessas posições, mas está voltando agora e não sei quanto tempo levará pra merecer a vaga.
De qualquer forma, foram três jogos no returno, uma sequência pesada e que, de 9 pontos, o Bahia conseguiu 7. No apito final daquele empate medonho com o Atlético-GO, encerrando o primeiro turno, nem Binha deveria ter um otimismo tão grande para esse início de returno. Ainda vêm muita pedreira pela frente, domingo inclusive, mas o futebol apresentado nestes três primeiros jogos do segundo turno nos dão uma esperança muito mais vigorosa de que o time irá se livrar deste maldito fantasma do rebaixamento.
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.