Caiu Falcão, chegou Caio Jr. Pessoalmente, eu não teria tirado Falcão, muito menos contratado Caio Jr. Mas, olhando só da arquibancada, é complicado opinar. Fiquei indignado com a postura do time diante do Fluminense, sobretudo no segundo tempo. Tomar 4 gols é ruim em qualquer circunstância. Mas a apatia e a letargia impregnada nos jogadores era de entristecer o espírito tricolor.
Não gostaria de crer que seria alguma espécie de fritura do elenco pra cima de Falcão, mas isso se vê demais no futebol e não descartaria essa hipótese. Mas, longe do dia-a-dia do Fazendão, tudo é conjectura.
O fato é que a diretoria conseguiu uma proeza. Depois de ganhar o estadual após 11 anos, a direção do Bahia conseguiu inverter totalmente a curva eufórica e a felicidade da torcida. Ao invés de agir em direção ao torcedor, buscando ações efetivas de participação da Nação Tricolor junto do time, o Bahia conseguiu, jogo após jogo, afastar a torcida, entristecer e aborrecer a todos.
Em dois meses, saímos de uma felicidade grande pelo título para uma crise pesada. Isso começou a se desenhar nas partidas bisonhas pela Copa do Brasil contra o Grêmio e só fez piorar nas exibições ruins do Brasileiro. Falcão tem sua parcela de culpa, claro, afinal ele que escolhia quem ia pra campo e armava o time. Mas, pra mim e pra todos (é só ver a repercussão de sua demissão entre a torcida), era um dos menos culpados. O elenco é fraco e os reforços chegam sempre piores dos que os que aqui já estavam. Ou Mancini está jogando alguma coisa? Kleberson está melhor que Diones ou Hélder? Zé Roberto é melhor que alguém? Ciro? Nossos reforços de 2012 são quase todos reservas, ou deveriam ser.
Partindo do pressuposto que não havia alternativa além de demitir Falcão, a diretoria contrata, para substituí-lo, alguém com perfil parecido, de muita conversa, fala mansa e aparente moleza. Não é uma barba mal cuidada que vai fazer Caio Jr. virar um cabra retado. Não que isso seja um grande problema, mas o fato é que Caio Jr. tem repetido fiascos e demissões nos últimos anos. Desde 2005, quando levou o Paraná à Libertadores, não me lembro dele fazendo um trabalho memorável. E já passou por Palmeiras, Flamengo, Botafogo, Grêmio… sempre demitido.
Pra mim, o problema não era tático. Gostava da armação e estilo de jogo de Falcão. O problema, pra mim, é técnico e motivacional. Os jogadores são fracos ou decadentes. Então, é imprescindível dispor de muita raça e motivação. Falcão, ao que parece, falhava neste quesito, não energizava o time. O Bahia sempre esmorece ao levar gols. Sempre sente o golpe e passa um tempo apático em campo.
Espero que Caio Jr. consiga dar uma injeção de ânimo no time, que olhe com mais carinho para a base e que tenha sorte, porque até isso está nos faltando este ano. Mas, sobretudo, que bote sangue no olho dos jogadores. Isso não pode faltar.
Ainda que discorde tanto da demissão quanto da contratação, o que está feito está feito. E, como torcedor do Bahia, não me furtarei em torcer muito. Que Caio Jr. queime a minha língua (e de muita gente). Será um prazer admitir um erro de avaliação nesse caso.
Mas, também, cobrar. Sobretudo a direção. Porque eles insistem no maior erro de todos. Não é a política de contratações ou de uso da base. O maior erro desta (e de todas as anteriores) gestão do Bahia, é afastar o clube do seu torcedor. Isso inclui marketing, mas também inclui abrir o clube democraticamente para os sócios. Guinada mesmo será isso…
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