é goleada tricolor na internet
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Publicada em 13 de março de 2007 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Eu não disse, eu não avisei?!

Os amigos e leitores deste site já estavam fartos da minha lamúria, das minhas previsões chinfrins, da minha eterna ladainha: “fora Maracatrônio”.

Em novembro fomos às ruas: 40 mil pessoas pedindo “Devolvam meu Bahia”.

Em janeiro, estávamos na porta da Fonte Nova: público zero. Entraram 197 renitentes em um dos menores públicos pagantes dos 76 anos de história do Bahia. É aquilo que os estatísticos do Ibope chamam de “traço”.

Estou afastado desse espaço democrático do ecbahia há alguns meses. Hibernei, gastei uma parte dos meus miolos para pensar: o que fazer? O que podemos fazer para ajudar ao nosso glorioso Esporte Clube Bahia a não morrer? Que solução para tirar esse bando de medíocres do comando do nosso clube? Fazer o quê?

Hoje, após mais uma humilhação na Fonte Nova, não poderia deixar de escrever, de tripudiar sobre a horda de mais de 30 mil tricolores, que acreditaram e foram felizes e faceiros assistir ao “tricocô”: de Arthuzinho, Maracajá e Petrônio.

É como fazíamos quando crianças: ”eu não disse, eu não avisei”, quando alguém escorregava na casca de banana depois de ter sido advertido para o perigo iminente.

Contudo, não existem mais crianças e a crise do Bahia não é de brincadeira.

Quantos dos que estavam na Fonte Nova foram à passeata? Quantos aderiram ao público zero no primeiro jogo e, ontem, “abriram as pernas”?

Temo que a perpetuação da plêiade de nanicos morais que comanda o Bahia não é só pela vontade férrea deles, mas pela falta absoluta de atitude nossa, de verdadeira vergonha na cara.

Onde estão os políticos que subiram no trio, naquele 24 de novembro, e bradaram palavras de ordem clamando por mudanças? Apareçam, nobres deputados! Vocês, ao menos, têm imunidade!

Onde estão as novas forças políticas da Bahia? Mudaram tudo para nada mudar, mantendo um programa fiscal eivado de irregularidades, garantindo a receita de cartolas desonestos, indecorosos, que se mantêm nos clubes à custa de falcatruas, falta de transparência e antidemocracia.

Não é possível que esperemos um desastre pior para nos indignarmos de novo.

Muitas vezes, ao lado de companheiros como Fernando Jorge, Fernando Passos, Durval Mesquita, Antonio Miranda (pai e filho), Lucas Neves, temos feito autocríticas quanto à nossa impotência, como oposição, para mudar o rumo das coisas. Como não sentir vergonha ao ter a sensação de que deixamos Mário Kértesz e Camila Cintra, da Rádio Metrópole, com o “microfone na mão”, enquanto a quase totalidade da mídia esportiva continua de boca aberta para o jabaculê? Como não ficar embaraçado quando alguém nos cobra: “e aí, o que vocês vão fazer agora?”.

Vocês, não, cara pálida: nós. Esse sentimento de culpa é passageiro quando penso que estamos sempre fazendo alguma coisa. Escrevendo, nos candidatando, organizando atos de protesto, quebrando a cabeça com possíveis processos judiciais, participando de incontáveis reuniões, nos expondo. Fazer mais o quê? Montar uma célula da Al Qaeda ou do Hezbollah?

E você, já fez o quê?

A grande maioria dos que querem “Maracatrônio fora” é silenciosa, protesta sem dar um pio. Espera que a meia dúzia de gatos pingados da oposição resolva o problema.

E existe uma outra parte que vai à Fonte Nova, acredita que Artuzinho é a reencarnação de Telê Santana, que Petrônio Barradas vai ter um “estalo” à Antônio Vieira, que Maracajá não manda no Bahia e que, sozinho, Moré vai nos levar à Tóquio.

Enquanto não tivermos plena consciência de que não iremos a lugar nenhum, que a crise com esses incompetentes que dirigem o Bahia será sempre cíclica; que, com eles, o nosso amado clube será sempre um timinho, vamos nos comportar como suicidas: nos atiramos no trigésimo andar, mas, no último pensamento, esperamos que uma mão invisível ampare a nossa queda.

Al Qaeda?

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