Eu só quero é ser feliz, torcer tranquilamente pelo time que escolhi. E poder me orgulhar. E ter a certeza de que o Bahia tem seu lugar. Como o (a) leitor (a) já percebeu, essa é uma paródia do “Rap da Felicidade” que se aplica bem ao torcedor do Bahia neste ano de 2023. Está difícil viver fazendo contas, numa situação que mais se parece com as antigas aulas de tabuada. Complicado também numa rodada qualquer torcer por diversos times e, na próxima, torcer contra aqueles mesmos times. Não tem cérebro que aguente tanto vai-e-vem. Nem coração que suporte tantos altos-e-baixos. Num fim de semana, goleamos. No meio de semana, fazemos partida sofrível… haja emoção! Um verdadeiro teste para cardíaco.
O Bahia iniciou a 36ª rodada dependendo apenas de si para se safar da zona do rebaixamento. Não pelo triunfo acachapante sobre o Corínthians, mas pelo cruzamento entre o clube paulista e o Vasco da Gama, que deixou a equipe carioca com apenas 42 pontos. Uma boa apresentação do tricolor contra o São Paulo, garantindo 3 pontos, nos deixaria momentaneamente longe do Z-4, dependendo apenas dos resultados de Cruzeiro e Santos para saber qual a posição que ocuparíamos. Até mesmo o empate jogaria o Vasco na zona maldita e nos tiraria da situação desconfortável.
Mas, como soy acontecer com o Bahia, nada acontece assim com tanta tranquilidade e sem muita emoção. Nossa partida contra o São Paulo foi outra montanha russa. Ora, eles nos engoliam. Ora, estávamos melhores que eles. E o placar não se mexia. Até que aos 50 minutos do segundo tempo, nossa sina atual se fez presente. Um vacilo de Camilo Candido deu o gol ao São Paulo e nos condenou a permanecer na zona da degola, dependendo não apenas de nossos esforços, como do tropeço dos adversários nas duas rodadas que faltam até o final do campeonato.
É bastante significativo que o Bahia, outrora temido quando jogava em suas dependências, deixe escapar resultados positivos com tanta facilidade, dentro da Arena Fonte Nossa, para decepção da massa tricolor que não tem faltado com apoio ao time. Esse ano já ultrapassamos um milhão de torcedores pagantes empurrando o tricolor. Infelizmente, o elenco não corresponde a isso em campo e o técnico não devolve o suporte que recebe da torcida. A situação que o Bahia enfrenta, ao contrário do que muitos pensam, não se deve a perseguições de árbitros ou de cartolas. Plantamos nossos insucessos e colhemos os fracassos que merecíamos.
Podem apresentar as justificativas que julgarem mais adequadas ao contexto, mas o grupo City errou muito nesse início de gestão. Errou na escolha dos dirigentes que estão à frente do clube, errou na montagem do elenco, errou na escolha do técnico, errou na insistência com o técnico por 22 rodadas… o torcedor não merece apenas ser feliz, merece respeito. Muitos desses que tem lotado o estádio deixam de comprar itens de sua necessidade para poder adquirir um ingresso e apoiar o Bahia. Não é a realidade do torcedor do Manchester City, mas é a nossa. Quem pretende gerir time de futebol no Brasil precisa conhecer e entender essa situação. Precisa ter empatia, se colocar no lugar de nosso torcedor-sofredor e balizar suas decisões, a partir dessa vivência. Sem isso, fica difícil oferecer esperança a essa massa que apóia e sofre com uma das mais vergonhosas campanhas já feitas pelo Bahia. Eu ainda acredito, mas cada vez menos, pois me sinto sendo enganado por um bando de “fazedores de rocambole”. Meu único consolo é que não estou sendo enganado sozinho, tem um sheik árabe na mesma situação…
comentários
Aviso: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do ecbahia.com.
É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral, os bons costumes ou direitos de terceiros.
O ecbahia.com poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios
impostos neste aviso ou que estejam fora do tema proposto.