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Publicada em 16 de novembro de 2006 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Estóicos, Masoquistas e Hedonistas

No ambiente da antiga Grécia surgiu tudo quanto foi corrente filosófica. Enquanto as mulheres gregas davam o duro de sempre, os homens ficavam só de papo pro ar pensando, pensando… De repente: “Tive uma idéia!” – nascia então uma nova maneira de encarar a vida ou de explicar o mundo, que acabava arrebanhando um monte de seguidores tão ávidos por novidades quanto as mulheres são fissuradas por novas bolsas e sapatos. Estou simplificando, mas deve ter sido assim que nasceu o estoicismo. Foi um tal de Zenom de Chipre, uns 300 anos antes de Cristo, que veio com essa idéia de que se devia encarar os males físicos e morais com indiferença, desprezo e resignação.

O estoicismo não é necessariamente o masoquismo, cuja denominação não se origina na Grécia Antiga, mas na literatura de um maluco mais recente do século XIX chamado Sacher-Masoch, que escreveu um livro chamado “Vênus das peles” em que uma personagem (ele mesmo, pelo jeito) tirava verdadeiro prazer sexual do sofrimento. Masoquista acabou virando denominação para aquele que parece gostar de sofrer, seja para se satisfazer ou para se punir.

Voltando à nossa “vaca fria”, não me considero estóico nem masoquista. Aliás, muito pelo contrario – estou mais para o lado do hedonista (pausa para mais um esclarecimento filosófico: hedonismo é a doutrina de que o prazer é o supremo bem da vida – eu sei que vocês sabem, mas não custa nada dar um toque para os menos avisados). Bom, de volta à nossa programação normal, o que eu quero dizer mesmo é que minha paciência acabou; meu saco encheu; meu limite de aturar sofrimento, vexames e humilhações foi amplamente superado.

Eu nutria a vã esperança de que tivéssemos chegado ao fundo do poço no ano passado com a queda para a Terceirona. Afinal, abaixo dela não haveria nada senão o próprio nada. Mas, hômi-quá-sinhô-me-deixe! Tem sim. Descobri que o poço não tem fundo e que é sempre possível descer mais um pouco e se sufocar lenta e indefinidamente no lodo.

Deixando de lado a estética e as metáforas, o que eu quero dizer mesmo é: Petrônio, pegue o seu boné (ou seu quepe) e se pique enquanto é tempo! Isso é mais um conselho do que um apelo. Fico imaginando o que se passa na cabeça desse senhor, tão sério e rígido. Fico imaginando o que sofre a sua família. E aí não consigo entender o que o faz aferrar-se à presidência do Bahia, nesse momento em que os resultados da sua administração, no que diz respeito ao desempenho do time de futebol profissional – parte visível e razão de ser do clube e da paixão da torcida -, são de um fracasso retumbante e sem antecedentes em nossa história.

Qual será a razão, meu Deus? Será a formação militar que ele teve? Não creio, porque todo bom militar estrategista aprende a retroceder para manter o seu exército intacto ou com o mínimo de baixas. Será o messianismo ao qual me referi na minha última crônica entitulada “O Caminho”, que foi publicada aqui no dia 01/11? Será uma dissociação da realidade ou percepção equivocada dos fatos? Será a sombra hipnótica de Maracajá dizendo: Fique! Fique! Não largue o osso ainda! Não saia não! Nós somos retados e vamos dar a volta por cima!?

Todos os seres do mundo animal, vegetal e mineral sabem que não dá mais. A fúria dos quatro elementos se voltou contra o Bahia e é preciso uma mudança imediata. Quem vai assumir? A mim pouco me importa – o que se precisa é que uma nova mentalidade seja implantada. Gente nova. Grupo novo. Os aventureiros? Pode ser. Por que não? Uma visão administrativa diferente dessa que já está mofada e reprovada sucessivamente. Se quem assumir com novas idéias e nova orientação não der certo, trocar-se-á tantas vezes quantas forem necessárias e sem traumas institucionais. Pior que nessa situação ridícula que o Bahia vive vai ser difícil alguém nos colocar, até se um imbecil e inepto como eu for presidente (não estou me candidatando, não! Crendeuspai! – lembrem-se que eu sou apenas torcedor e, principalmente, hedonista convicto).

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