Mais um vez, o nosso Bahia está entre os oito melhores times do Brasil. Desde 1994, isso não acontece. Na Copa JH, ano passado, ficamos entre os 12 melhores, mas não avançamos para a fase seguinte. Lembro-me que, em 1988, eu era um adolescente de quinze anos, apaixonado pelo Tricolor de Aço. As coisas não eram como hoje. Ser torcedor do Bahia não era tão fácil.
Para se conseguir uma camisa oficial do time, só pedindo a alguém do clube ou a algum jogador. A camisa simplesmente não existia nas lojas e ficávamos entregues aos poucos fabricantes de réplicas.
O Bahia tinha um time bastante criticado pela imprensa local e pela torcida, apesar do tricampeonato estadual e da boa campanha nas fases classificatórias do Brasileirão. Criticava-se a manutenção de Renato “Band-Aid” no ataque, em detrimento do jovem Charles, das divisões de base, ou de Osmar, artilheiro do estadual.
O hoje inquestionável Bobô chegou a ser vaiado em diversas partidas, ficando no banco de reservas em alguns jogos. Muitos acreditavam que ele pecava pelo excesso de preciosismo e falta de produtividade. Outros criam que ele era “delegado” e fazia corpo mole para não jogar. Puro engano. Bobô se contundiu no decorrer da disputa, chegando a jogar no sacrifício algumas vezes.
O nosso mestre Evaristo era criticado pela teimosia em manter seu inescrutável esquema tático. Só nas fases finais passou a ser elogiado pela mídia como grande estrategista.
Semelhanças com o time de 2001? Vejo algumas. Mesmo com uma boa campanha no Nacional, o Bahia não tem sido elogiado pela nossa imprensa. A escalação de alguns jogadores é contestada. O time vem chegando de mansinho, “comendo pelas beiradas”.
Nosso adversário nas quartas-de-final é o “poderoso” São Caetano, queridinho dos “especialistas”. Se passarmos, teremos pela frente Atlético-MG ou Grêmio na semifinal, para sonharmos com mais uma Libertadores.
Será que termos condições de repetir nosso maior feito? Sim. Eu acredito. Os times estão nivelados e, chegando numa final, faço muita fé na força de nossa torcida, na Fonte Nova.
Assim, conscientes de nossas limitações, podemos sonhar com mais um título de glória, hábito salutar de quem veste o manto azul, vermelho e branco, ao contrário de alguns poucos infelizes que se orgulham em desdenhar do que não possuem.
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