é goleada tricolor na internet
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Publicada em 8 de maio de 2007 às 00:00 por Autor Genérico

Autor Genérico

Está tudo bem

24 de novembro de 2006. 50 mil pessoas nas ruas de Salvador clamavam por mudanças no Bahia. Um povo cansado de sofrimentos, de desmandos, de incompetências, de descaso com a maior paixão de uma nação. A Nação Tricolor dava um exemplo para o resto do Brasil de como deve se comportar uma torcida. O engajamento dos outrora acomodados torcedores me surpreendeu. Era o ingrediente que faltava para tirarmos o grupinho que se apoderou e insiste em continuar destruindo o nosso Bahia.

06 de maio de 2007. Menos de seis meses após a fantástica passeata, o Tricolor empata com o Atlético de Alagoinhas na Fonte Nova e assiste ao Vitória-BA ser campeão baiano por antecipação. 162 dias separam o dia em que a esperança renasceu em cada coração tricolor, da data de mais um vexame da turma de Maracajá. O que de tão grave aconteceu nesses dias para que flutuássemos entre os dois extremos em tão pouco tempo?

Os dias que sucederam a passeata foram bastante movimentados. Várias vertentes se uniram em oposição à atual diretoria do Bahia e muitas reuniões definiam quais seriam os próximos passos a serem dados após um evento de tamanha magnitude, como foi aquela passeata. Entre outras coisas, ficou decidida a realização do movimento Público Zero, que consistia em esvaziar as arquibancadas da Fonte Nova em jogos do Bahia.

O Público Zero dependia da participação da torcida e começou muito bem. No dia 17 de janeiro, o Tricolor estreou na Fonte Nova com apenas 197 pessoas pagando ingresso para conferir o duelo contra o Camaçari. No segundo jogo, novo sucesso. Somente 239 pessoas ficaram de fora do Público Zero e compraram ingressos para assistir a Bahia x Fluminense de Feira.

Mas o sucesso do movimento não durou muito tempo. Os resultados dentro de campo nem foram os melhores, mas tal qual um viciado em drogas, a torcida do Bahia entrou em crise de abstinência e decretou o fim do Público Zero.

Era o sinal que os dirigentes esperavam. No fundo, eles sabiam que isso ia acontecer. A diretoria do Bahia havia sentido os golpes. O tamanho e a repercussão que a passeata teve no Brasil e os primeiros prejuízos em jogos na Fonte Nova sufocavam os dirigentes. Eles não perderam a pose. Esperaram o fim da mobilização da torcida sem perder a pompa. E o tempo deu razão a eles.

Fortalecidos, os desmandos aumentaram. A tão esperada reforma dos estatutos foi posta de lado oficialmente, ao ser declarada como “não importante” pelos donos do Bahia. O time ia ganhando com dificuldades de adversários fraquíssimos e, por incrível que pareça, isso fez com que a presença de público aumentasse na Fonte Nova, com uma torcida enxergando alguma evolução em relação às equipes montadas nos últimos anos.

Eliminar na Copa do Brasil um time da Série A que ia (vai) mal das pernas era o que faltava para encher a Fonte Nova novamente. BA-Vi com 60 mil pessoas nas arquibancadas; duelo contra o Fluminense com quase 50 mil pagantes no estádio. Resultado: quase R$ 1 milhão entram nos cofres do Bahia e dão uma boa sobrevida para a diretoria.

Mais do que o dinheiro arrecadado, o recado vindo das arquibancadas é que está tudo bem. A torcida está feliz em ter terminado a primeira fase do Baianinho com o mesmo número de pontos que o Vitória-BA, de ter chegado às oitavas-de-final da Copa do Brasil e ter conseguido ficar com o vice-campeonato baiano. É a grande evolução do Bahia. Evolução rumo à extinção.

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