Não gosto muito de falar em heróis, messias ou salvadores da pátria, mas na situação em que o Bahia está e com o grau de carência e ansiedade da torcida, cada novo fato faz surgir um novo messias, um novo herói tricolor. Então, os candidatos a salvadores da pátria são muitos e cada vez em maior número.
Comecei a minha crônica com essa breve introdução porque hoje eu quero falar de Fernando Jorge Carneiro, um dos tantos heróis da carente torcida tricolor. Conheci Fernando Jorge no ano passado, em uma das muitas reuniões do Movimento Unidade Tricolor que tivemos no escritório do publicitário Fernando Passos, quando articulávamos a sua candidatura à presidência do Bahia. Era uma candidatura meio que suicida, sabíamos que nas eleições de cartas marcadas dificilmente um opositor conseguiria vencer. Mas a oposição precisava marcar o seu território, mostrar a sua cara e dar o recado para a torcida: estamos aqui e temos um projeto para resgatar o Bahia.
Fernando Jorge é um engenheiro e empresário de sucesso. Sua relação com o Bahia começou quando ele tinha 6 anos de idade, quando ganhou de seu pai um título de sócio patrimonial do clube, fazendo despertar uma grande paixão no garoto. Foi sub-diretor de futebol do Bahia em 1974, na presidência de Luis Matos e trabalhou no futebol durante as gestões de Fernando Schmidt e Francisco Pernet. Além disso, ajudou o Bahia na construção da Sede de Praia e dos campos de futebol, tudo através de doações.
O que mais me chama a atenção em Fernando Jorge é a sua firmeza e sua coerência nas atitudes. Em uma oposição cada vez mais povoada por supostos opositores, com idéias e propostas, no mínimo, duvidosas, o nome de Fernando se destaca como um dos poucos que sempre afirmou ser contrário a qualquer tipo de acordo com o grupo de Maracajá. Ele, inclusive, não esteve presente em reuniões com o desembargador Dutra Cintra, pela possibilidade de ser articulado um acordo e ainda por correr o risco de dar de cara com Maracajá em algum desses encontros.
Fernando Jorge também já tem, desde a eleição do ano passado, um grupo formado, com todos os diretores e comissão técnica acertados, esperando apenas um telefonema para virem para Salvador e começar o trabalho no Bahia. Além disso, conta com o apoio do ex-presidente tricolor Fernando Schmidt, futuro chefe de gabinete do, também tricolor, governador Jacques Wagner, o que constitui um apoio político enorme. Nunca se viu um líder de oposição tão forte e com uma proposta de trabalho tão clara e coesa como Fernando Jorge.
Qualquer tipo de acordo com a diretoria do Bahia é maléfico. Há menos de dez anos a oposição tricolor foi desmoralizada e praticamente destruída após um acordo feito pelo então presidente Antônio Pithon com o grupo de Paulo Maracajá. Pithon acreditava nas boas intenções de Maracajá, mas os insucessos dentro de campo, que culminaram com o rebaixamento para a Série B, mostraram as reais intenções do eterno. Ironicamente, o destino quis que o Bahia fosse rebaixado mais duas vezes, essas sob o comando do grupo de Paulo Maracajá. Agora que estamos com uma oposição forte novamente, não podemos deixar que consigam destrui-la de novo, daí a importância do posicionamento de Fernando Jorge.
Em um enredo que conta com heróis e vilões, mocinhos e bandidos e até supostos salvadores, eu já escolhi de que lado eu fico: estou do lado da verdadeira oposição. Estou do lado de Fernando Jorge Carneiro.
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