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Coluna

Djalma Gomes
Publicada em 18/09/2018 às 09h12

Esporte como estrela da educação

A maioria dos chamados grandes clubes brasileiros está investindo mais no jogador já pronto, deixando praticamente em segundo plano as divisões de base. As grandes empresas patrocinadoras, tanto do futebol quanto das demais modalidades, também preferem investir no atleta formado para obter retorno imediato. Já o governo investe pouco no esporte, com patrocínios de viés mais direcionados ao futebol profissional. O apoio ao amadorismo, que é a nascente do sucesso, ainda é muito tímido.

Não precisamos pesquisar muito para saber o porquê do sucesso de países como Croácia e Islândia na política mundial, com índice quase zero de marginalidade social. Nesses países, seus respectivos governos investem maciçamente nas crianças e adolescentes, doutrinando-as em suas escolhas e priorizando, principalmente, o esporte como meio de educação. Com isso, evita desemprego, delinquência, despesas com presídios, custo alto com a Saúde e contingente volumoso na Segurança Pública.

Num País como o nosso, sem o controle da natalidade, geograficamente com dimensões continentais, os jovens vão à delinquência muito mais por falta de assistência governamental via esporte do que por índole. Investir na educação do ser humano desde a infância através do esporte deveria ser obrigatório em todas as esferas governamentais, seja federal, estadual ou municipal, pois é assim que se combate a marginalidade criminosa.

Um País com grande densidade demográfica tem de investir mais na educação esportiva, bastando para tanto apenas vontade política. Governar para o povo e não para interesses do corporativismo político deveria ser um princípio a ser respeitado e seguido pela autoridade republicana.

Por exemplo, o Ministério do Esporte não deveria estar aí pra distribuir verba orçamentária com indicações de senadores e deputados, mas sim para viabilizar recursos diretamente aos núcleos esportivos que deveriam existir – assim como existem na Alemanha espécies de secretarias do próprio Ministério do Esporte –, espalhados por todo o Brasil.

O pobre neste País, em sua maioria, já nasce potencialmente delinquente, e isso deve-se ao fato insofismável de que o governo não faz o indispensável controle de natalidade e nem dá a devida atenção para o investimento maciço na educação através do esporte e nem os clubes de futebol são incentivados, de alguma forma, com a obrigatoriedade de investirem na formação do atleta e do homem.

A Islândia tem 350 mil habitantes – o que hipoteticamente é mais fácil de administrar –, é um país que não tem a mesma riqueza que o nosso, mas tem no esporte seu principal embaixador mundial. Ter feito o papel que fez na Copa da Europa e ter marcado presença na Copa do Mundo já o identifica como um exemplo a ser seguido, pois por lá há uma consciência cívica do quanto representa o esporte para o seu país – o jovem islandês pode ter como labor o futebol, por exemplo, mas também tem formação acadêmica que lhe possibilita exercer outra profissão paralela.

São exemplos assim que servem de princípios para que nossos governantes e clubes de futebol não busquem seus objetivos da frente para trás. Casas são construídas a partir do alicerce e não do telhado. Não digo que o modelo islandês é o melhor do mundo, até porque o aspecto demográfico de lá favorece mais a qualidade, mas serve como parâmetro para se iniciar um novo modelo do lado de cá usando o Esporte como estrela da Educação.

O dirigente de futebol no Brasil precisa ter mais discernimento e procurar convencer o ministro dos esportes através de projetos para médio/longo prazo e assim poder mostrar que o governo pode e deve estar presente como expoente nesse processo de fortalecimento das instituições esportivas.

– Não fazer a coisa acontecer de forma amplamente pensada e não limitada é o que apequena nossos clubes, nossas instituições, nossa cultura, enfim...

Veja onde está o Bahia, brigando de forma tímida para ficar apenas entre os dez primeiros na tabela do Campeonato Brasileiro, se conseguir, porque o que enxergo nesse momento é um time de futebol “brigando” para não chegar a dezembro já na Segunda Divisão.

Ficar entre os dez primeiros passou a ser para o dirigente algo sonhador como se fosse uma conquista épica... Épico é conquistar o Campeonato Brasileiro, épico é disputar e ser campeão da Libertadores, épico é ser campeão mundial interclubes!

Dirão que o tempo é outro, que a região é outra e o campeonato é de pontos corridos... Compreendo e admito, mas não aceito, partindo do princípio de que só se faz times fortes com uma base de formação de igual modo forte, e isso entre outras ações passa pelo dirigente de futebol ter a consciência de trabalhar a Divisão de Base como fator preponderante e inquestionável para tornar seu clube um gigante.

Quem chega à presidência do Bahia não deve se ater apenas ao time de futebol para dar satisfação e mascarar as verdadeiras necessidades. Tem de chegar para fazer um Bahia grande, para tanto precisa buscar parcerias onde quer que elas estejam e fazer funcionar o mais rápido possível o novo CT em Dias D'Ávila, porque ali será o começo de um Bahia do tamanho dos anseios da Nação Tricolor e de sua tradição. Só a partir disso e de uma consciência uniforme o E.C. Bahia será um gigante.

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