NO MEIO DO CAMINHO tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho. Este é um trecho de uma das poesias de Drummond, que marcou o 2º Tempo do Modernismo no Brasil. Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores poetas do Século XX.
Que graça terá o clássico Bavi sem a sadia rivalidade de 86 anos nas arquibancadas? Pois bem, um Promotor do MP/BA acha que tem e sugeriu a famigerada Torcida Única. Mas por não ser Lei, os presidentes de Bahia e Vitória decidiram manter torcida mista e o 10% visitante…
Mas eis que no meio caminho tinha uma pedra… não era a pedra da poesia de Carlos Drummond. Era a pedra na chuteira do nosso futebol: a mal amada CBF. Mais uma vez seus duvidosos dirigentes bateram no peito, orientados pela sugestão do MP/BA, e mostraram quem de fato manda nessa joça de futebol tupiniquim cheio de vaidades e interesses pessoais. Auto-explica-se a CBF.
O porquê da derrocada contra a Alemanha na Copa do Mundo e o “auto-impedimento” do presidente Del Nero em acompanhar a Seleção pelo exterior é de fácil entendimento.
Quero ver como será vista pelo presidente da poderosa mandatária do futebol do Brasil a Copa do Mundo na Rússia. Corpo presente, ou só espiritualmente presente?
Voltando à Torcida Única na Bahia, fiquei comovido quando vi através da TV uma autoridade dizendo que torcida única nos demais jogos entre Bahia e Vitória dependerá só do comportamento desta… que bonitinho! Óbvio que sim, ora! Torcida única não é Lei. Foi uma imposição da vaidade.
Fico me perguntando qual é o papel da Polícia Militar em todo esse imbróglio. Isso porque a sugestão do MP/BA e a imposição da CBF não foi um tapa só na cara da sociedade baiana, foi também na cara da Segurança Pública.
É como se as nossas gloriosas polícias não fossem respectivamente capazes de cumprir suas nobres missões, e, nesse caso, é só uma minoria delinquente da sociedade que se aproveita do futebol para marcar territórios e praticar crimes em várias modalidades, inclusive assassinatos.
A bandidagem, incluindo a camuflada dentro das torcidas organizadas, é problema exclusivo de Segurança Pública. Fato é que abre-se um precedente incômodo para o desportista partindo do pressuposto de que qualquer briga de botequim — desde que os brigões estejam usando camisas com as cores de suas respectivas preferências clubísticas — seja um motivo para torcida única.
Moral da história: cada macaco no seu galho. Deixem que o Batalhão da Polícia Militar ponha ordem dentro e fora do estádio. Não façam o futebol ficar triste, não alimentem egos em detrimento das duas maiores torcidas do Norte e Nordeste.
Se dependesse deste mortal escriba, as torcidas dentro dos estádios seriam como nos velhos tempos, quando 60% tricolor e 40% rubro-negra faziam a festa em todo o estádio. Era romântica que dificilmente voltará porque a irracionalidade humana não deixa.
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