O principal erro do Bahia foi achar que o time do ano passado seria uma base pronta para 2013… Não era e não é. O elenco foi um fiasco em 2012, e esse fiasco anunciou tudo que está acontecendo agora e, infelizmente, sua mensagem não foi captada por Angioni, principal responsável pelo departamento de futebol do clube.
Quem quer cumprir uma temporada digna das tradições do E.C Bahia, onde se disputa três competições de nível interestadual e uma caseira, que é o campeonato baiano, tem de saber o tamanho dessa responsabilidade, fazendo uma análise fria e crítica do elenco para eliminar consequências decepcionantes e preocupantes como as de agora. Estamos às portas do Brasileirão e não se formou um time.
Fui um admirador convicto do trabalho de Paulo Angioni em passado recente e esperava que a lição ministrada pela campanha de 2012 o tirasse definitivamente do torpor daquele ano. A chegada de Jorginho deu até a impressão de que o jogo seria mudado, já que se tratava de um treinador de formação adequada ao momento do Bahia, uma vez que se falava o que sempre defendi muito em se armar um time que fosse formado com jogadores juniores, em pelo menos 40%… 30%, vai!
Inicialmente haveria insatisfações porque o Bahia é um time de massa, mas em seguida a filosofia do novo técnico poderia mostrar que o único caminho viável para combater a concorrência com clubes de orçamentos acima de 100 milhões seria prestigiar a Base mantenedora do clube com mais umas quatro contratações de qualidade indiscutíveis.
Mas já me desiludi quando vi o próprio Jorginho criticando abertamente o seu elenco e não dando sinais de que confiaria no potencial dos juniores. Nesse ponto a diretoria tricolor deveria tomar drásticas atitudes e fazer uma mudança profunda no início deste ano, logo após o Nordestão, rescindido os contratos do técnico e do Gestor de Futebol Paulo Angioni, simplesmente porque a incompetência estava estampada.
Mas o que se viu foi que a inércia continuou dando as cartas e o resultado é isso que aí está. Neste caso, sobrou pra quem? Claro, para o presidente Marcelo Filho. Ele é o centro das atenções e a bola da vez para os seus inimigos… Afinal, se estivesse bem assessorado no departamento de futebol, nada disso aí estaria acontecendo.
Tudo no Bahia se resume aos resultados em campo, e se o presidente Marcelo quiser reverter esse cenário terá que mudar, enquanto há tempo, parte da sua equipe de trabalho. E não esperar nem mais um dia para começar a contratar dentro das expectativas do torcedor.
Não adianta ter um clube sem problemas de endividamento, construindo um CT digno das tradições do Bahia, sem onerar o clube, se dentro de campo os resultados não aparecem. Nesse momento, as mudanças se fazem absolutamente necessárias para que em campo o Bahia volte a ser um ganhador. Mudar paliativamente a estrutura humana não resolve nada, as mudanças precisam ser mais profundas e isso passa pela mudança na gestão do futebol.
INCONSEQUÊNCIA
É natural que o torcedor proteste de todas as formas contra jogadores, técnicos e diretores, contanto que seja um protesto civilizado, e até tocante. É um direito inalienável. O que não admito e nem aceito é a falta de educação capaz de manchar e marcar definitivamente o comportamento de uma instituição tão festiva e bonita de se ver, como é a Bamor, uma referência, sem dúvida alguma, entre as torcidas do Brasil.
Necessário se torna que haja, por parte dos líderes dessas facções, uma conscientização do verdadeiro papel das torcidas organizadas. A finalidade dessas torcidas não é criar problemas para o futebol e nem para a sociedade como um todo, sim para fazer a festa e ajudar a tornar o futebol mais bonito. Não foi somente o Bahia o prejudicado… A Bahia foi manchada numa das suas atrações mais belas, que é o seu comportamento festivo, por esses torcedores inconsequentes.
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