Com o milagre da internet a torcida ganhou espaço e voz independentes. Não obstante, por se tratar de uma massa como é a torcida do Bahia, incondicionalmente exigente, torna-se necessário que os ouvidos gerentes do objeto, no caso o Bahia, pertençam ao equilíbrio. Isto porque gerir um clube da grandiosidade do Bahia requer sabedoria e capacidade para administrar crises brutais geradas por administrações mal-sucedidas no decorrer dos últimos anos. É uma relação muita complicada e sensível, onde quase sempre o “ouvido de mercador” tem que ser praticado. Imaginem como exemplo uma convocação da Seleção Brasileira; nunca há satisfação total. São milhões de torcedores “técnicos” que sempre invocarão a teimosia do treinador, senão à “burrice”. Relembremos Felipão x Romário. Já pensou se o Felipão cede à pressão das lágrimas do Romário e dos admiradores dele (milhões) à época?
Pois é, para se tomar um rumo há que se traçar uma linha com coragem e inteligência – o que imagino ser o que a diretoria do Bahia tem feito neste curto espaço de tempo entre novembro e janeiro. Penso assim porque vejo que algumas medidas foram tomadas de uma forma que não sei se inédita, mas com indícios de abertura para com os de boa vontade com o Bahia. Assim é que foram convidados Marco Costa e Ruy Cordeiro, dois oposicionistas reconhecidos, para departamentos importantíssimos. Vejo também que o presidente Petronio está com os braços abertos para qualquer torcedor que queira visitar o Fazendão e conversar com ele, seja quem quer que seja. Isto é um avanço e eu tenho que reconhecer por uma questão de justiça.
É claro que nem tudo são flores, existem erros que precisam ser corrigidos e, para o bem da democracia jamais repetidos. Me refiro ao triste fato de não ter havido condições de o torcedor ter se associado para ganhar direito ao voto, antes da eleição do conselho. Pode até ter sido coincidência, mas pareceu-me uma estratégia por demais pequena. Mas como fui informado pelo meu amigo Ruy Aciolly, o departamento social vai estar funcionando organizadamente, totalmente modificado, já a partir de fevereiro. Foi triste, também, a proposta e pedido de desculpas do meu amigo Nestor Mendes à diretoria do Bahia não ter sido acolhida naquele instante quando da abertura da eleição para o Conselho. Era uma proposta de união, com indepedência e acima das vaidades pessoais. Mas creio que chegaremos lá, rapidamente.
Sou adepto da unidade tricolor, mas unidade mesmo, de verdade. Sem isto nem a situação e nem a oposição (na verdade oposicionistas) conseguirão fazer um Bahia grande. É só desarmar os espíritos, afastar as vaidades e pensar primeiro no Bahia. Estamos distantes desse momento? Creio que não, pois todos os corações são tricolores. Estamos em crise por culpa das teimosias e vaidades. Mas penso que a intenção daqueles que erraram era acertar, acertar do modo deles e depois possuidos pela vaidade dizer que deram títulos ao Bahia, sempre usando a primeira pessoa. É o tal negócio, sempre a vaidade, e o Bahia sofrendo consequências.
Já com o time precisamos ter um “pouco de paciência”. É uma filosofia de trabalho que por força de um momento foi implantada e precisamos compreender isto. Acredito que Luís Carlos Cruz está no caminho certo. É início de campeonato e o material que ele tem é aquele ali. Mas estou apostando muito na safra da base atual e sei que o técnico vai usar (PRECISA, NÉ?) muita gente do time que está em São Paulo disputando a Copinha. Não tenho dúvida alguma que vamos engrenar, estamos atrasados mas era previsto. Afinal, não se forma um grupo homogêneo na hora que se quer. Dependemos dos meninos que estão em São Paulo. Neles estou apostando quase todas as fichas e nem tenho como pensar diferente. Mérito para Bobô. A safra nova coroa com êxito o seu trabalho. Às vezes o erro é querer se chegar num determinado ponto antes do tempo.
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Só para registrar e fazer justiça: conversando com o meu amigo de longas datas, Paulo Vital, um dos diretores da Casa de Espetáculo, fiquei sabendo que o Bahia recebe um mínimo de cinco mil reais por mês referentes ao aluguel da sede da Boca do Rio. Isto é, se não tiver shows. Caso tenha, o Bahia tem mais 20% sobre a renda do espetáculo ou sobre o valor que a Casa tiver, na hipótese de eles firmarem algum contrato por uma ou mais noites com algum grupo, ou cantor. A Casa ainda coloca à disposição do Bahia – quando o show é dela – ingressos de cortesia num determinado limite, é claro.
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