Na época em que ainda existiam colunas sociais – aquelas notas nos jornais retratando o high society, o poder e a riqueza – um dos grandes desse ofício no Brasil foi Zózimo Barroso do Amaral. Zózimo, como era conhecido, era um frasista nato e cunhou a que, talvez, seja a melhor definição dos nascidos na boa terra: “baiano não nasce, estreia!”
Se Zózimo tiver razão, o nosso tricolor baiano finalmente estreou no campeonato brasileiro, no jogo contra o Vasco. Em que pese a pressão exercida pelo Vasco, com uma marcação intensa na saída de bola do Bahia, conseguimos ser agudos nos contra-ataques, principalmente pela direita com Jacaré e Ademir, a partir da saída sempre eficiente de Thaciano naquela partida. No segundo tempo, acionamos bastante o lado esquerdo com Cauly, Everaldo e Ademir.
Claro, não fomos a perfeição que os mais de R$ 85 milhões de investimentos sugeriam (deixo claro que não acredito muito nessa cifra, mas é o que vem sendo divulgado), ainda temos um espaçamento grande entre as linhas defensivas, nosso esquema com três zagueiros está longe de garantir tranquilidade ao torcedor e ainda não temos um centroavante (se tivéssemos, a bola que Jacaré chutou na trave o teria encontrado para empurrá-la em direção ao gol). Os três pontos conquistados ontem, contudo, renovam nossa esperança e fazem com que deixemos a zona ingrata do rebaixamento. Mais ainda: trazem tranquilidade para Paiva e para o grupo de jogadores poderem continuar o trabalho. E, sobretudo, trazem alívio a nós, torcedores. Se é que se pode confiar numa equipe que tem em Jacaré um de seus principais jogadores…
Não dá para negar que o time mostrou evolução. Renato Paiva aos poucos vai ajustando o time, apresentando boas características: agilidade, rapidez e eficiência, principalmente na transição ofensiva após recuperar a bola. Não há dúvidas que o time se apresentou de maneira bastante competitiva como há muito não víamos. O Bahia jogou muito no segundo tempo. Jogou nos quarenta e cinco minutos finais mais do que o ano de 2023 inteiro. Digno de registro foram as atuações de Marcos Felipe – alvo da desconfiança de 11 em cada 10 torcedores, mas que tem atuado com segurança e ajudando na estabilidade da defesa –, Acevedo e Thaciano, que se firmaram definitivamente como os volantes da equipe. Já temos o suficiente para tirar as barbas do molho? Acho que não. O Bahia, em vários momentos sob o comando do City e de Paiva, deu indícios de evoluir positivamente e, na sequência, frustrou seus torcedores. Mas, como diria o próprio Zózimo: “enquanto houver champanhe, há esperança…”. BBMP!!!
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