– Tripulação: preparar para o pouso. Em Brasília, 14 graus.
– Senhoras e senhores, dentro de instantes estaremos pousando no Aeroporto Internacional De Brasília Presidente Juscelino Kubitschek. Solicitamos que coloquem os cintos de segurança, ponham as poltronas na posição vertical e verifiquem o travamento da mesinha à sua frente. A partir deste momento, não é permitido o uso de qualquer equipamento eletrônico. Obrigada!
Ao largo dos portões de desembarque, um senhor apressado de vastas barbas e cabelos; e óculos quadrados pendendo pelo nariz, segue carregando uma pequena mala e uma pilha de papeis. Próximo à floricultura do aeroporto, um carro importado de cor negra e vidros escuros o aguarda com motor ligado e motorista a postos.
Passageiro embarcado: para não perder tempo, o motorista, saindo do aeródromo em alta velocidade e cortando todas as curvas das obras de acesso com precisão tangencial, desvia prontamente para a L4 Sul em vez do movimentado Eixo Rodoviário, e passando por todos os trocentos pardais em alta velocidade, em menos de 15 minutos chega ao Superior Tribunal de Justiça. Desce o senhor barbudo do veículo, todo suado, caminhando apressadamente ao setor de protocolo da Corte, carregando a tal resma de papeis do começo dessa história.
Protocolada a ação, agora a trupe dinâmica e futurista torce para que no campeonato brasileiro da Justiça o Bahia da Ribeira consiga reaver seu importante posto no Phutebol brasileiro, e que a ex-Monarquia da Dinastia de Bogari & Lélis Piedade siga seu reinado sem ser incomodada por uns tumultuadores golpistas sem vergonha.
Enquanto isso, no Bahia da Torcida (sob nova direção), salários atrasados, pagamentos duvidosos, empregados sumidos, contas ultramarinas em outros Estados, computadores sem discos rígidos, presença da polícia judiciária na sede do Clube e outros fatores a cada dia me dão indícios de que os companheiros deste site – Pedro Perazzo e Matheus Araújo – jamais macularam o que possivelmente, de acordo com os indícios levantados pelo Sr. Interventor, sempre foi maculado pela própria culpa de seus detratores.
Seguimos na torcida de que recursos, efeitos suspensivos, cautelares, agravinhos, agravões e agravaços se extingam imediatamente nesta Corte e desapareçam para sempre nas profundezas do Lago Paranoá, perdendo-se em seu simbólico lodo que sempre simbolizou as profundezas do Bahia das Séries B, C e das grandes goleadas contra.
Realmente, Doutor Almeida Castro, o Bahia é a ultima moda que escandaliza a todos na Panificadora Paris e na Avenida da França. De Valéria ao Farol da Barra não se fala em outro assunto. Segue a vida.
Segue o Bahia, de maneira inédita, a disputar vaga no G-4 de cima do Campeonato Brasileiro, feito jamais tido e havido na história dos pontos corridos e jamais alcançado – mesmo que transitoriamente – pela dupla de pai e filho que ditatorizou o E. C. Bahia por anos a fio.
Em havendo novas eleições, a democracia franqueia a todos, oportunistas ou não; aventureiros ou não; que disputem as eleições limpas e legítimas no Tricolor. Que vença o melhor, mesmo que este melhor seja o mais do mesmo: só que este mais do mesmo, desta vez contará com uma imensa MASSA DE TORCEDORES em seus calcanhares.
Alianças serão costuradas, amigos poderão virar inimigos; e inimigos, aliados. O tempo dirá quem é quem no jogo de poder visando uma entidade dita “sem fins lucrativos”. Boa sorte a todos e que vença o melhor.
[chiado de sintonização de rádio]
Brasília Super Rádio FM… transmitindo em oitenta e nove Mega-Hertz e nove décimos.
A diferença é a música.
E agora, senhores ouvintes, o momento de Transcomunicação Instrumental.
Direto das profundezas do Inferno…
[acordes de contrabaixo]
Um bacharel me ensinou
Quase tudo que eu sei
Era uma ditadura
Na Ribeira tinha um rei
Eles faziam muitos planos
Só queriam estar ali
Sempre sob o jugo deles
Bahia não tinh`onde ir
Mas o Maia se retou
Ninguém nele botou fé
A ação ajuizou
Cabelo de gel ficou em pé
A torcida na esperança
Enxotaram o corujão
Euforia e pujança
Já tá rolando intervenção
E pro recurso ainda é cedo
Cedo, cedo, cedo cedo…
STJ dá um medo
Medo, medo, medo, medo…
[Interrupção abrupta da música e corte rápido]
Em Brasília, dezenove horas…
Saudações tricolores!
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