Fim (será?) da sequência “maldita”…
- 28/05 – 0X1 Internacional (fora) – DERROTA;
- 31/05 – 1X1 (4X3) Santos (casa) – EMPATE (com triunfo nos pênaltis);
- 03/06 – 0X0 – Fortaleza (fora) – EMPATE;
- 10/06 – 2×2 – Cruzeiro (casa) – EMPATE;
- 21/06 – 1X0 – Palmeiras (casa) – TRIUNFO;
- 24/06 – 1X2 – Fluminense (fora) – DERROTA
A desafiadora sequência chegou ao fim. No final das contas, vieram os 5 pontos que nem eu e meu grande amigo realista imaginávamos que poderíamos conseguir.
No frigir dos ovos, pouca coisa mudou para o Bahia. Antes desta sequência, o time estava em 13º, com 2 triunfos em 7 jogos, apenas 1 pontinho acima do Z4. Hoje, após 12 rodadas, continua 1 pontinho acima da zona de rebaixamento, com 3 triunfos em 12 partidas (3T 3E 6D), na 14ª posição.
Como não tem vida fácil quando pensamos em Brasileirão, eis o que aguarda o Esporte Clube Bahia em julho:
- 01/07 – Grêmio (casa)
- 04/07 – Grêmio (casa) – COPA DO BRASIL
- 09/07 – Cuiabá (fora)
- 12/07 – Grêmio (fora) – COPA DO BRASIL
- 16/07 – Athletico (fora)
- 22/07 – Corinthians (casa)
- 29/07 – São Paulo (fora)
Teremos confrontos diretos contra Cuiaba e Corinthians, duas equipes bastantes próximas na tabela de classificação, além de jogos complicados contra Gremio, Athletico e São Paulo, passando pelas quartas de final da Copa do Brasil, também contra o Grêmio.
Pelo Brasileirão, disputaremos 5 jogos, 2 em casa e 3 fora, batalhando por um total de 15 pontos. Confesso que não consigo enxergar o atual Bahia ganhando mais do que 6 destes pontos, considerando o nível de atuação da equipe, além de estar bastante pessimista com as chances de classificação na Copa do Brasil.
Já estou aqui torcendo para ter minha língua queimada no vindouro mês de julho.
Bahia x Cruzeiro: um segundo tempo horroroso…
Diante dos muitos desfalques, penso que a escalação inicial foi correta e coerente com a forma que o time vinha montado e com o que Renato Paiva tinha à disposição. O primeiro tempo até teve bons momentos, com um Bahia com certa superioridade. O grande divisor de águas se deu com a bola no travessão de Cicinho e com o gol do empate cruzeirense poucos momentos após este lance. Ou seja: um placar que poderia estar 2×0, se tornou um 1×1.
O fato é que os dois gols sofridos pelo Bahia parecem replays de um monte de gols que este sistema defensivo sofreu nesta temporada: bolas longas, defesa porosa, espaçada, jogadores mal posicionados ou desconcentrados. No primeiro uma casquinha usando a baixa estatura de Ryan, Vitor Hugo fora de posição, correndo pra trás, prejudicando todo balanço defensivo dos outros dois zagueiros. O segundo gol é ainda mais absurdo, já que David Duarte sai muito na frente do atacante cruzeirense, dá uma pixotada monstruosa e doa de presente mais um gol.
Em resumo: o Bahia sua sangue para conseguir suas chances e seu golzinho para depois simplesmente entregar dois gols para um time que, até então, era praticamente inofensivo.
No segundo tempo, mais suco de Bahia e de Renato Paiva, que fez uma substituição que que me pareceu aleatória e desprovida de qualquer lógica. Nâo pela saída de um dos zagueiros. Mas um pouco pela opção por Daniel, que não vinha sendo utilizado, e muito pela forma como ele foi utilizado, aberto pela esquerda.
É bem verdade que, pra esse jogo, com os desfalques, as opções de banco eram limitadas, mas, se fosse para escalar alguém pela esquerda, não seria melhor usar Mugni, que sabe jogar por ali e tem bom cruzamento? Será que já não seria melhor entrar com Artur Sales, mesmo sabendo de suas limitações técnicas, mantendo Kayky pelo setor esquerdo, já que ele até vinha bem no jogo? O fato é que não gostei da mexida e, muito menos, do jeito que Renato Paiva organizou o time após a entrada de Daniel.
Ainda assim, é verdade que fomos superiores no início da segunda etapa, ainda que, até o gol de empate, numa cobrança de escanteio, o Cruzeiro tenha perdido a chance de matar o duelo, com mais uma bola longa nas costas da defesa tricolor. Na minha opinião, essa breve superioridade se deu muito mais pelo recuo exagerado do Cruzeiro do que por uma imposição do Bahia. Tanto que, após reestruturar o time, com a entrada de Dourado e de outro jogador de beirada, o Cruzeiro passou a criar muitas chances diante de um Bahia que parecia um bando em campo.
Depois do gol, o Bahia era um bando entregue à própria sorte e ao Cruzeiro, que empilhou chances perdidas. No fim das contas o empate ficou barato para o tricolor.
Bahia x Palmeiras: um triunfo importante, apesar da atuação…
Bahia em mau momento, pegando o último invicto do campeonato, a quem não vencia jogando em casa há 35 anos. Quem imaginava esse triunfo? Pois ele veio. E foi importantíssimo.
Mas como um bom chato, não poderia deixar de ser aqui também. E, apesar da força do adversário e da importância do triunfo, confesso que fiquei com uma pulga atrás da orelha, pela atuação e pela quantidade de chances que foram concedidas ao adversário, nos dois tempos.
Afinal, vimos os velhos erros defensivos presentes, os corriqueiros erros individuais, com destaque para os erros do goleiro tricolor (saída de jogo errada e quase-frango) que quase redundaram no gol palmeirense no 1º tempo, salvo pelo próprio Marcos Felipe, em cima da linha.
É bem verdade que, além de se redimir no próprio lance, Marcos Felipe teve excelente atuação, fazendo algumas ótimas defesas na segunda etapa, que permitiram que a equipe seguisse viva e revivesse a mística da camisa tricolor, chegando ao gol já nos acréscimos.
Outra atuação positiva que merece destaque, na minha opinião, foi a de Acevedo. Não consigo entender a relutância que Renato Paiva tinha de dar sequência ao uruguaio. Espero que tenha passado.
Outro ponto que mereceu atenção, foi a mudança de sistema implementada por Paiva, que praticamente escalou o time num 442 (ou 4411), com Cicinho, Kanu, Vitor Hugo e Chavez na primeira linha de 4, Kayky, Acevedo, Rezende e Thaciano formando uma segunda linha de 4 meio campistas, com Cauly e Mingote à frente.
Gostei do início do time, que conseguiu trocar passes, mas continuo preocupado com a fase defensiva, que mais uma vez ofereceu boas chances ao adversário.
O fato é que, apesar de não ter sido uma atuação brilhante, o importante triunfo veio.
Bahia x Fluminense: mais do mesmo, no pior dos sentidos…
Imaginem a seguinte cena com a música da abertura dos Trapalhões ao fundo: Segundo tempo. Bahia com 1 jogador a mais, sofrendo pressão do adversário. Bola despretensiosa na entrada da área tricolor. O lateral direito dá um chute bisonho, que vai pra trás, contra sua própria área. O goleiro, único atleta que pode utilizar as mãos, aparentemente esquece desse detalhe e corre em direção à bola. Gol de empate do Fluminense, que, embalado, cerca de 5 minutos depois vira o placar.
Suco de Bahia, sem qualquer aditivo. É bem verdade que o placar do jogo até ali era circunstancial, já que o Bahia foi massacrado pelo seu adversário, até encontrar um gol e ver o zagueiro adversário ser corretamente expulso. Mas é impressionante como o Bahia doa gols para seus adversários.
O fato é que o Bahia conseguiu fazer 1×0 contra um adversário que era bem superior, tinha superioridade numérica e seu treinador teve todo o intervalo para fazer ajustes que permitissem trazer o triunfo para casa. Principalmente porque, depois da expulsão, o Fluminense claramente sentiu.
Ainda assim, até sofrer a virada, vimos o que vimos: um time apático, mal posicionado defensivamente, com jogadores desconcentrados, capazes de entregar gols a qualquer momento da partida. É difícil ganhar desse jeito.
Isso mudou um pouco depois do gol e com o recuo do adversário. O Bahia teve pelo menos 2 ótimas chances para empatar, mas parou em Fábio. No final das contas, uma derrota que, pelas circunstâncias do jogo, acabou se tornando muito ruim.
Uma preocupação persistente…
Estou bem preocupado com a falta de evolução na qualidade do jogo da equipe, principalmente na fase defensiva, mesmo quando há tempo para treinamento. Isso aconteceu no jogo contra o Curzeiro, quando o Bahia teve um segundo tempo horroroso, mesmo após 1 semana inteira de treinamentos. Inclusive, mesmo com o triunfo contra o Palmeiras, 10 dias após o jogo contra o Cruzeiro, entendo que a atuação não foi boa, e o triunfo passou muito pelas boas defesas do goleiro tricolor.
O fato é que, contra o Fluminense, com a repetição da escalação usada contra o Palmeiras, o time novamente, na minha visão, jogou muito mal, encontrando um gol contra um adversário que já tinha finalizado 9 vezes em 25 minutos de jogo, com 7 finalizações no gol, algumas delas obrigando Danilo Fernandes a defesas dificílimas.
Nestas 3 partidas citadas (Cruzeiro, Palmeiras e Fluminense), os adversários criaram chances claras em proporções industriais, com o agravante de que, contra o Fluminense, conseguimos sofrer 2 gols em 5 minutos com 1 jogador a mais.
Os analistas do futebol criaram um dado estatístico conhecido pela sigla xG, que significa “gols esperados”. Segundo a definição do Sofascore.com, o xG mede a qualidade de uma oportunidade calculando a possibilidade de que o gol seja marcado de uma determinada posição no campo durante uma determinada fase da partida.
Pois bem. Nestes 3 jogos, o xG dos adversários somados foi de 6,3, contra apenas 3,18 do Bahia. Contra o Fluminense, o adversário teve um xG de 3,03!
É bem verdade que em dois destes jogos atuamos contra equipes que devem figurar no G6, sendo que um deles (Palmeiras), deve brigar pelo título. Não questiono isso. Mas o jogo contra o Cruzeiro, especialmente o segundo tempo, e os primeiros 30 minutos do jogo contra o Fluminense, me assustaram.
Nesta sequência de jogos, entramos com 3 zagueiros contra o Cruzeiro e com 2 defensores centrais contra Palmeiras e Fluminense, com pouca (ou nenhuma) diferença sobre a capacidade da equipe de defender. Pra mim, isso mostra que, independentemente do esquema adotado, o problema é sistêmico, já que o time é vulnerável independentemente da composição da linha defensiva.
Estruturalmente, me agrada mais o sistema com linhas de 4 jogadores na defesa e no meio, justamente aquele adotado por Paiva nos 2 últimos jogos. A questão é que, seja neste formato, seja no formato que vinha utilizando até o jogo contra o Cruzeiro, o time oferece pouca resistência aos adversários, pouca ou nenhuma capacidade de impedi-los de criar chances e chegar no nosso gol.
Até os jogos contra Grêmio, já em julho, Paiva e companhia terão mais uma semana cheia de treinos. Vejamos como a equipe se sai contra outra equipe que figura na ponta da tabela. Vou torcer para que me surpreendam, porque estou bem insatisfeito com a qualidade de atuação da equipe.
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