Certo dia alguém não muito afeito ao futebol me perguntou por quê eu não diversificar esta coluna escrevendo sobre o cotidiano como um todo, pois assim eu sairia da mesmice de estar sempre escrevendo sobre futebol…
Bem que eu gostaria de fazer isso tematizando a família e suas dificuldades num país em que o cidadão paga o colégio do filho ao invés de ser o governo a fazê-lo, por exemplo. Gostaria de explicar o motivo safo da obrigatoriedade do voto que elege representantes (…) do povo, bem como poder tentar explicar, também, o motivo do caos na segurança… Enfim, abranger temas diversos e de interesse da sociedade.
Muito provavelmente ainda farei esse algo mais eclético lá na frente, talvez não aqui pela característica do site. Mas o tema ainda é o esporte e o Bahia em especial. Confesso-me meio “antolhado” e fascinado ao mesmo tempo pelas coisas do futebol.
Enquanto não divago sobre o cotidiano da sociedade para explicar o inexplicável que há por trás das cortinas palacianas, vou me atendo ao esporte, ao Bahia especialmente, e às suas dificuldades neste período de transição do antigo para o moderno.
Numa roda de amigos, um deles me perguntou se no Bahia ainda havia oposição. De pronto lhe disse que de fato jamais existiu oposição no Tricolor, havia um sentimento único de tentar com que Paulo Maracajá se afastasse das decisões administrativas do clube. Objetivo alcançado, a reciprocidade entre torcida e Bahia voltou ao normal.
Há ainda os incipientes que cobram pressa na reforma do Estatuto e eleições diretas como se isto não estivesse sendo trabalhado. Mal sabem esses que as pessoas que mais “brigavam” pela liberdade do Bahia, como Fernando Jorge, Nestor Mendes, Fernando Passos e o pessoal do Bahia Livre na pessoa de Ivan Carvalho, só para citar esses como exemplo, estão ajudando na reforma do Estatuto de forma eficiente ao presidente Marcelo Filho e sua diretoria.
O Bahia, ao contrário do que pensam alguns desinformados, está sendo trabalhado em todas as frentes, mas dando uma certa prioridade ao futebol, que é o carro-chefe da estrutura. É a partir de um time bem dentro de campo que os outros órgãos do clube com suas necessidades de modernização ficarão resolvidos. O Conselho é um desses órgãos internos que será formatado. Quem sabe junto com o Estatuto. Antes desses chega o Conselho Consultivo, uma inovação democrática do clube.
Quem não gostaria de abortar agora essa ânsia que assola em cheio a Nação tricolor? Mas isto só é possível com um time forte e vencedor. Um amigo (Alberto Alves) colou um texto que escrevi falando das dificuldades do time em campo e enviou ao seu amigo Paulo Carneiro. A resposta chegou urgente numa prova de demonstração de atenção e prestígio de PC para com esse meu amigo, pedindo tranquilidade e compreensão, pois “o trabalho está sendo feito muito mais com transpiração do que com inspiração”.
Sabemos que está sendo feito assim, mas essa mesma gente não quer dar tempo para que as pessoas que estão transpirando em busca de uma equação no Tricolor tenha a devida tranquilidade para executar com calma essa tarefa árdua de recolocar o Bahia no seu altar, ou seja, na elite do futebol brasileiro da qual é um dos “sócios fundadores”.
Na sua resposta PC fala sobre a não continuidade de Marcelo Ramos no Bahia… Simplesmente me convenceu e convenceria a qualquer um. Diz ainda por quê não contratou Ramon, e também me convenceu na resposta. Por questões éticas não declaro quais os “porquês”. Mas são super coerentes.
O Bahia de ontem já foi, morreu, em nome de um futuro alvissareiro. Agora existe um novo Bahia que está sendo remontado dentro de um turbilhão de problemas financeiros de toda ordem, mas que ressurge tal qual Fênix das cinzas. A torcida só vai conhecer esse novo Bahia, pra valer mesmo, um pouco mais na frente. É por uma causa justa que esse trabalho requer paciência.
Para citar um fato bem atual, o Grêmio de Porto Alegre foi buscar o Paulo Autuori para dirigir o clube. Até aí nada demais. Nada demais se o Paulo estivesse vindo só como técnico… Isso mesmo, técnico será uma das suas funções no Grêmio, porque na verdade ele será diretor de futebol desde a base até o profissional. Ele será o grande responsável pelo futebol no Grêmio e pelos seus resultados.
Isto é profissionalismo, minha gente! Foi esse passo que o Bahia deu aqui na frente dos demais, com alguma diferença do Grêmio, e que certamente fará escola em todo o Nordeste e, quiçá, no Brasil. O futebol do Bahia está na mão de Paulo Carneiro, é ele o responsável por toda a estrutura futebolística do Tricolor de Aço com o crivo do presidente, e não poderia ser diferente. Assim será o futuro dos clubes brasileiros, futuro esse que o Bahia já antecipa. É só aguardar os resultados.
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Não creio que o comportamento técnico do Bahia dependa só do que Gallo faça. Há deficiências individuais que independe da orientação tática. Há jogadores que parecem sentir o peso da responsabilidade de ter que conduzir o clube à Primeira Divisão. Então uma série de fatores precisam ser tratados com cuidado em nível profissional, também. O time do Bahia precisa de uma liderança austera dentro de campo que chame para si o controle da situação que eventualmente se apresente. Vamos ver no sábado contra o Ceará qual o comportamento do time pós São Caetano.
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Um grande abraço para Durval, o Dudy, e também para Alberto, o Bi-tricolor. Dois torcedores e prósperos empresários, conscientemente apaixonados na medida certa, pelo Bahia, claro.
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